quinta-feira, 18 de março de 2010

Armamento E Energia: Rússia Avança Em África


Sairam recentemente novas notícias sobre os avanços da Rússia em África. Com o aumento da procura da energia deu início a vários tipos de movimentos, tanto por parte de países produtores como de países consumidores.

A energia é um bem essencial e ao mesmo tempo muito lucrativo. Tem todos os ingredientes para gerar conflitos entre nações e temos assistido a um significativo aumento de tensões e conflitos nos últimos anos.

Um país produtor que controle os seus recursos naturais é um país apetecível por países àvidos de energia e a resposta nos últimos anos é investir em proteger as suas riquezas. África tem sido uma das àreas a que se tem assistido a várias mudanças, com a entrada em força da China pelo o acesso à energia, DESVIANDO esse energia de outros clientes. Mas estas mudanças são acompanhadas pela necessidade de protecção das opções política tomadas, de modo a tornar caro o assalto às riquezas de um país.

É principalmente nesta àrea que a Rússia entra, com o seu papel crescente de fornecedor de armas de topo de gama. A Rússia por ser também um gigante energético, não sofre de certas pressões que afectam outros fornecedores de armamento mas que são deficitários em energia. Para um país que queira proteger as suas riquezas, tem que equacionar se o país que lhe fornece armamento, não esteja demasiado àvido por energia entrando em colisão ambos os interesses.

Foi reportado pelo Stockholm International Peace Research Institute que a venda de armas russas aumentou consideravelmente com a Argélia a liderar o ranking. A Argélia passou a estar na lista dos 10 maiores importadores de armas, ficando em nono lugar.

Para o periodo de 2000-2004, quatro países (Argélia, Líbia, Marrocos e Túnisia) foram responsáveis por 3% do volume global de venda de armas e para o periodo de 2005-2009 assistiu-se a um aumento de 64%.

Na Líbia também se espera que faça um grande contrato de armamento com a Rússia, aumentando assim a capacidade bélica destes países que banham o Mediterrâneo.

Por outro lado saiu também a notícia de que a Gazprom começou a operar na Argélia, resultado do acordo de 2006, na mesma altura em que se negociou o pacote de armas. A Rússia por troca de protecção, além dos lucros de venda de armas, obtem acesso às reservas energéticas deste país, aumentando ainda mais os lucros e influência russa.

A Argélia, com o aumento da presença russa e chinesa no continente, aumenta a sua capacidade de negociação e decisão o que afecta também os interesses europeus, pois existe o potencial da energia argelina ser desviada para um outro cliente que é o mesmo que dizer a China.

Isto mostra que claramente que a Rússia está a estender tanto seu braço armado como o energético e neste caso num país que é um dos fornecedores da Europa e que curiosamente aquando o conflito Rússia/Ucrânia que deu origem ao corte de gás, em Portugal se disse que não haveria problemas pois o nosso gás vem da Argélia.

Os russos agora, também já lá estão.

Fontes:
Russian arms score big in North Africa
Gazprom starts work in Algeria

domingo, 14 de março de 2010

Europa Não Quer Mais A China No Seu Sistema GPS



Parece que a Europa chegou à conclusão que o seu sistema GPS (GALILEO) é importante demais para poder ser partilhado com a China. É também importante relembrar que este sempre foi uma das coisas que os EUA sempre pressionaram a Europa. A China não poderia aceder ao novo sistema europeu, os EUA queriam ter controlo sobre o sistema em caso de conflito.

Com todos estes problemas, o resultado está à vista, o sistema europeu está atrasado. Agora pelos vistos temos o projecto bem mais definido onde a Europa pensa mais em si e na sua segurança. O projecto deixa de ser participado por interesses privados e passa a projecto governamental.

A Europa mudou. E já não acredita num sistema GPS civil e inocente. Passa a ser um sistema como todos os outros, o GPS americano, o russo e o chinês, todos com orientação principal o militar.

Seja como fôr, a China já não precisa nem do GALILEO (Europeu) nem do GLONASS (russo). Como o artigo indica, em 2012 vão já ter um sistema operacional para a sua àrea de influência, onde a principal aplicação é MILITAR.

European Officials Poised To Remove Chinese Payloads From Galileo Sats

MUNICH, Germany — The European Commission appears set to order the builders of the initial four Galileo navigation satellites, now in final assembly, to remove their Chinese-built search-and-rescue payloads as part of an evolving security and technology-independence policy, European government and industry officials said.

Similar motivations will prevent the builders of the full 30-satellite Galileo constellation from purchasing search-and-rescue terminals from Canada’s Com Dev despite Canada’s status as an associate member of the 18-nation European Space Agency and Com Dev’s acknowledged expertise in the technology, officials said.

Galileo program managers, anticipating a commission ruling they say they still have not received, have begun designing replacement hardware that would have the same weight as the Chinese gear and would not further delay delivery of the four Galileo In-Orbit Validation spacecraft.

The four satellites are in final assembly and test by a manufacturing consortium led by Astrium Satellites and Thales Alenia Space. Their launch date has recently slipped to early 2011 for the first two, and mid-2011 for the remaining pair.

A European Union decision to offload the Chinese-built hardware could serve as a metaphor for the European Commission’s relations with China in the Galileo program.
When Galileo was viewed as a private-sector development with public-sector financial participation, European Commission program managers sought Chinese participation in pursuit of Chinese cash in the short term and privileged access to China’s market for positioning and timing applications in the longer term.


That business model collapsed, however, and Galileo was transformed into a 100 percent taxpayer-financed project. Galileo’s managers also became aware of the security considerations implicit in the construction of a global positioning, navigation and timing satellite network.

China was, in effect, disinvited from Galileo, a decision that was reinforced by China’s move to build its own global system, called Beidou/Compass.

At the Munich Satellite Navigation Summit here March 10, a Chinese government official bluntly asked the European Commission why it no longer wanted to work with China, and when China’s cash investment in Galileo would be returned.

Paul Verhoef, the European Commission’s satellite navigation program manager, sought to explain.
Europe’s decision to invite China to invest in Galileo, Verhoef said, “was with a number of purposes in mind, and in a different context. Some nations [outside Europe] wanted to participate in the construction of the system as part of a public-private partnership. But Galileo subsequently was made into a public procurement with public-procurement rules.”
Verhoef added: “China’s ambitions also had changed. China originally said it was designing is own smaller, regional system for military use. Then China moved to a global civil system. It is one thing to work together in one context. It is quite another in another context. But our two systems can still cooperate.”


The former Galileo partners are now embroiled in a dispute over the radio frequencies their separate navigation constellations will use for their encrypted, quasi-military service, which for Galileo is called the Public Regulated Service (PRS). Chinese officials refer to their PRS equivalent simply as the Authorized Service.

Satellite navigation system sponsors would like to be able to locate their government-only service on radio spectrum not used by any other navigation system. That way, they can jam all other navigation signals in a conflict zone or during an emergency while retaining the use of their own service.

“For the authorized service, spectral separation is beneficial,” said Jiao Wenhai of the China Satellite Navigation Office in Beijing during a March 10 presentation here. “But due to the limits of the spectrum, it is difficult to achieve.”

China has begun deploying its Beidou/Compass satellites. The full system is designed to include five geostationary-orbit satellites, three satellites in inclined geosynchronous orbit for northern coverage and 27 satellites operating in medium Earth orbit. An initial capacity to serve Asia is expected to be in place by 2012, with full system deployment by 2020, Jiao said.
In an interview, Jiao said that despite some two years of negotiations with Europe and the United States to find separate spectrum slices for the U.S. GPS military code, Europe’s PRS and the Chinese Authorized Service, no solution has been found because of the physical limits of available radio spectrum.


Europe and the United States agreed on the locations of their encrypted services in 2004. Verhoef said Europe and Russia — whose Glonass constellation is nearing full in-orbit operational status — are “well advanced” on the issue. “We’re still in discussions with China,” he said.

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