domingo, 21 de abril de 2024

Irão: Uma Super Potência Regional

 


O Irão entrou no clube restrito dos países que estão dispostos a ir até às últimas consequências, quando pisam as suas linhas vermelhas.

Já o tinha demonstrado com os EUA, demonstrou agora com Israel.

Outras potências da região e mesmo fora dela, terão que ter isto em conta. Mais, não podemos esquecer que o Irão é um parceiro cada vez maior da Rússia e da China. Não está isolada, apesar das sanções que pairam sobre o país.

Isto, ao fim e ao cabo, tem tudo a haver com o mundo multipolar que está a nascer. Vai ser um parto difícil, longo e sem direito a anestesia.

Vou  relembrar alguns pontos chave acerca do Irão.

  • Organização Regional de Cooperação de Xangai



    Entrou no ano passado. Principais membros, China e Rússia.

  • BRICS

    Entrou este ano.

  • Pacto estratégico China - Irão

    25 anos. 400 mil milhões de dólares. Assinado em 2021.

  • Parceiro indispensável para a Rússia chegar à Síria e não só

    Se o Irão não tivesse aberto o seu espaço aéreo, nunca a Rússia poderia ter ido em auxílio da Síria.




    O Irão, é peça chave, para chegar á Síria, ao Mar Mediterrâneo e ao Oceano Índico.

  • Central Nuclear

    Construída pela Rússia

  • SU-35

    Possívelmente chegada este ano.

O mero facto de terem respondido da forma como responderam ao ataque do consulado, algo nunca visto, indica que estamos a caminho de grandes mudanças na região.

As movimentações americanas estão a ficar cada vez mais condicionadas:
  • Problemas em manter as bases na Síria.
  • Problemas em manter as bases no Iraque.
  • Problemas em assegurar uma rota marítima crucial.
  • Problemas com o Irão.
  • Problemas com os Houthis.
  • Problemas com Israel.
Os próximos meses vão ser interessantes e perigosos nesta região do globo. Nesta região e muito mais.

O mundo está a mudar e de forma violenta. Só não sabemos o quanto violento irá ser.





P.S. EUA vão sair do Níger


U.S. Military to Withdraw Troops From Niger

The status of a $110 million air base in the desert remains unclear as the West African country deepens its ties with Russia.

More than 1,000 American military personnel will leave Niger in the coming months, Biden administration officials said on Friday, upending U.S. counterterrorism and security policy in the tumultuous Sahel region of Africa.

In the second of two meetings this week in Washington, Deputy Secretary of State Kurt M. Campbell told Niger’s prime minister, Ali Lamine Zeine, that the United States disagreed with the country’s turn toward Russia for security and Iran for a possible deal on its uranium reserves...


Já falei em posts anteriores sobre a importância do Níger em termos de fornecimento de material nuclear e da sua importância para a França. Com a saída dos americanos, o caminho ficará completamente livre para outros actores.



P.S. O dinheiro russo

Congress passes bill that could unlock billions in frozen Russian assets for Ukraine

More than $6 billion of the $300 billion in frozen Russian assets are sitting in U.S. banks.

The House passed a foreign aid package on Saturday as well as what's called the REPO Act that will allow the Biden administration to confiscate billions of dollars’ worth of Russian assets sitting in U.S. banks and transfer them to Ukraine for reconstruction...

...The REPO Act, which would authorize Biden to confiscate the frozen Russian assets in U.S. banks and transfer them to a special fund for Ukraine, is part of the foreign aid package that was stalled for months in the House. More than $6 billion of the $300 billion in frozen Russian assets are sitting in U.S. banks. Most of the $300 billion are in Germany, France and Belgium...


Vamos entrar numa outra fase do conflito. Sempre houve receio de meter as mãos no dinheiro russo que está retido em países ocidentais.

Vamos então descobrir o que irá acontecer após efectivamente meterem as mãos no dinheiro. Qual será a resposta russa (que de certeza já se preparou há muito para o cenário) e quais serão as consequências do acto.

O mundo tal como o conhecemos está a mudar. 

Falta saber o quanto.