Navios GNL Classe Arc7
A nova frota russa a que me refiro, não é a nível militar, mas sim a nível civil. Temos visto as novas embarcações da marinha a disparar novos mísseis, mas a modernização do sector civil tem sido mais discreta, ou não chama tanto a atenção nas notícias.
Como já tinha referido anteriormente, Sines: Gás Americano Vs Gás Russo a Rússia está a fazer uma grande aposta no Gás Natural Líquido. Em 2016 tinha chamado a atenção para a encomenda aos estaleiros Sul-Coreanos de 15 novos navios únicos na sua capacidade de atravessar o mar gelado russo sem recurso a quebra-gelos, tendo nesse ano dado início à construção do primeiro, o Christophe de Margerie, que começou operações em 2017.
Como já tinha referido anteriormente, Sines: Gás Americano Vs Gás Russo a Rússia está a fazer uma grande aposta no Gás Natural Líquido. Em 2016 tinha chamado a atenção para a encomenda aos estaleiros Sul-Coreanos de 15 novos navios únicos na sua capacidade de atravessar o mar gelado russo sem recurso a quebra-gelos, tendo nesse ano dado início à construção do primeiro, o Christophe de Margerie, que começou operações em 2017.
Neste momento, já conta com 10 navios destes, ou seja dois terços da encomenda, o que permite acelerar juntamente com o aumento da produção do GNL russo que ficou mais cedo disponível do que o previsto.
Este é mais um péssimo sinal para a entrada do GNL americano na Europa. Já não é uma questão de competir com o gás russo fornecido por pipeline, agora a Rússia consegue competir também no próprio fornecimento de GNL, o que arrasa por completo a tentativa de penetrar na Europa. Países europeus só vão adquirir gás americano por opções políticas e não por opções económicas. Claro que esses países ao comprar energia mais cara, vão claramente ter problemas para competir com países que a compram mais barata.
Nitidamente a estratégia não assenta apenas em encomendar navios específicos para navegar em zonas cobertas por gelo.
A Rússia está a investir em estaleiros que possam construir esses mesmos barcos, como o estaleiro Zvezda.
Este é mais um péssimo sinal para a entrada do GNL americano na Europa. Já não é uma questão de competir com o gás russo fornecido por pipeline, agora a Rússia consegue competir também no próprio fornecimento de GNL, o que arrasa por completo a tentativa de penetrar na Europa. Países europeus só vão adquirir gás americano por opções políticas e não por opções económicas. Claro que esses países ao comprar energia mais cara, vão claramente ter problemas para competir com países que a compram mais barata.
Nitidamente a estratégia não assenta apenas em encomendar navios específicos para navegar em zonas cobertas por gelo.
A Rússia está a investir em estaleiros que possam construir esses mesmos barcos, como o estaleiro Zvezda.
Estaleiro Zvezda
Este estaleiro deu início a uma grande modernização em 2015, tendo recebido guindastes de grande porte (2 de 100 T, 2 de 320 T e 1 de 1200 Toneladas), tornando-se no maior estaleiro civil do país, contando com 1500 trabalhadores, está previsto aumentar até aos 7000 e com isto a Rússia pretende a capacidade de construir domesticamente qualquer navio que o país necessite.
A comprovar esta estratégia temos as recentes encomendas que recebeu. No segundo semestre de 2018, teve um aumento de quase 50% de encomendas, com uma lista de 37 navios para construir, incluindo navios GNL Arc7 e petroleiros Aframax que até hoje só poderiam ser construídos no estrangeiro.
A estratégia é clara. Para garantir que os estaleiros vão estar sempre com encomendas, a Rússia pretende obrigar que só navios de construção russa possam operar na nova rota que criaram e completamente controlada pelo o país. Se existem empresas que querem o gás russo, vão ter que o comprar e para o transportar terão também que encomendar a construção de navios russos.
Para garantir a viabilidade desta rota, novos quebra-gelos alguns com capacidade nuclear estão a ser encomendados, 3 dos novos quebra-gelos nucleares que estão prestes a surgir serão os maiores e mais potentes do mundo, conseguindo quebrar gelo com 3 metros de altura.
Projecto 222220 LK-60 Nuclear - O primeiro está previsto para este ano
Existem duas grandes passagens marítimas que ligam o mundo, o canal do Panamá e o canal do Suez, ambas debaixo do olhar atento da marinha dos EUA. A nova passagem que a Rússia está a criar, será completamente controlada por esta, não havendo hipótese para os porta-aviões americanos por lá andarem.
A Rússia apresenta-se como uma ligação terrestre, aérea e agora marítima que une o continente europeu ao continente asiático e tudo fora do controlo dos EUA.
A nova frota russa vai causar grandes estragos às pretensões globais que os EUA pretendem continuar a ter.
Sem comentários:
Enviar um comentário