quinta-feira, 6 de julho de 2023

Guerras Energéticas: A Bomba Relógio Russa XII

 



Os dados continuam a melhorar. A inflação na Europa continua na sua recta descendente. Portugal em Março estava nos 8% e agora estamos a aproximar dos 5%. A Hungria continua a ser o único país acima dos 20%.



No caso dos ingleses, a perspectiva é diferente, a inflação tende a estagnar, num valor ainda muito alto.


Quanto à Rússia, mantém-se num valor baixo, com uma ligeira subida, nos 2,5% .


E se na inflação a coisa tem aliviado um pouco, nas taxas de juro a coisa muda de figura. Muita gente já está a notar e muito mais gente irá começar a notar. E as empresas...



Como se pode ver a realidade mudou a partir do ano passado e muita gente ainda não está a sentir os 4%. E quando se começar a sentir os 4% vamos ver que ainda vem mais...

Afinal estão prometidos aumentos para Julho e daí para a frente...

Taxas de juro voltam a subir em julho. Lagarde diz ser "improvável" descida "num futuro próximo"

Em Sintra, na abertura do Fórum do Banco Central (BCE), Christine Lagarde reafirmou que a inflação na zona euro é demasiado elevada e continuará a sê-lo durante demasiado tempo, sendo que o compromisso do banco central em atingir a meta de inflação de 2% se mantém...

... "Precisamos que as taxas atinjam níveis 'suficientemente restritivos' para fixar a restritividade da nossa política monetária", salientou, acrescentando que é necessário comunicar claramente que permanecerão "nesses níveis enquanto for necessário".


A Alemanha, um dos mais entalados desta história toda, tem o seu banco a gritar pelo mesmo.

Bundesbank defende que BCE deve aumentar taxas de juros para combater inflação

Frankfurt (Alemanha), 05 jul 2023 (Lusa) - O governador do Bundesbank, Joachim Nagel, defendeu hoje que o Banco Central Europeu (BCE) deverá aumentar ainda mais as taxas de juros para combater a inflação.

Numa conferência de imprensa sobre supervisão bancária, em Frankfurt, Joachim Nagel afirmou que “do ponto de vista atual, as taxas de juros deveriam subir mais”.

“A questão de até que ponto as taxas de juros devem subir não pode ser respondida no momento”, esclareceu o governador do banco central alemão...


Visto de outra forma, os políticos enfiaram-nos numa guerra contra uma super-potência energética, militar e nuclear e não avisaram os europeus o quanto teriamos que pagar. Agora, à medida que esta bomba relógio cresce, os europeus aos poucos vão começar a descobrir a verdadeira gravidade da situação em que nos encontramos.

E ainda temos mais. A ordem está dada. Os salários tem que crescer menos que a inflação. Ou seja, os europeus além de começarem a sentirem-se mais apertados com o custo de vida, vão começar a perder ainda mais poder de compra. Ou seja, para o ano a coisa vai começar a ser um pouco mais sério.


Lagarde preocupada com risco de espiral inflacionista nos salários

Para a presidente do BCE, "a segunda fase do processo inflacionista está a começar agora a tornar‑se mais forte" e é nos salários que reside o nó górdio, a seu ver.

Sendo verdade que "os trabalhadores ficaram, até à data, a perder com o choque inflacionista, tendo sofrido grandes decréscimos dos salários reais", essa perceção de que perderam muito poder de compra "está a desencadear um processo sustentado de convergência em alta dos salários, com os trabalhadores a tentar recuperar essas perdas".

"Tal está a fazer subir outras medidas da inflação subjacente que captam mais pressões internas sobre os preços - em particular medidas da inflação sensível aos salários e medidas da inflação interna", estimou Lagarde.

"Não obstante esta convergência em alta já ser tomada em consideração há algum tempo nas nossas perspetivas quanto à inflação, o efeito da subida dos salários na inflação foi recentemente amplificado por um crescimento da produtividade mais baixo do que o projetado anteriormente, o que está a gerar custos unitários do trabalho mais elevados", acrescentou.

Para Lagarde, é um problema grave, tanto mais que esse movimento de expansão salarial ainda agora começou e vai durar muitos anos, o que pressionará o BCE a prolongar o período de subida dos juros ou a apertar as condições do crédito ainda com mais força e celeridade, sendo que o ponto máximo das taxas de juro ainda não está sequer à vista, como referido.

"Enfrentaremos vários anos de aumento dos salários nominais, sendo as pressões sobre os custos unitários do trabalho exacerbadas por um fraco crescimento da produtividade", insistiu Christine Lagarde perante a audiência de mais um encontro anual em Sintra, onde estão reunidas dezenas de pessoas, como banqueiros centrais, economistas, líderes do setor financeiro, jornalistas.

 [Link]


Já se sabe o que vem aí. A ordem está dada. Temos que ganhar menos. E ainda temos mais. Como indiquei num post do mês passado, Não É Preciso Uma Bola De Cristal , é para acabar com os apoios à energia. 

BCE desliga bazuca, exige fim imediato de apoios na energia ...  a maior bazuca de dinheiro barato (o programa APP, concebido para terminar com a crise do euro, em 2014), será desligada em julho.


Isto porque os políticos têm andado a esconder aos europeus a verdadeira factura que andamos a pagar por termos entrado em guerra e não se pode andar a gastar ao ritmo que temos (têm) estado a gastar, como indiquei no Portugal Vai Comprar 80 Leopard 2 e no Europa Vai Ter 12 Porta-Aviões E 40 Submarinos De Propulsão Nuclear .

Curiosamente, o único (que tenha conhecimento) que anda a alertar para o dinheiro que se esvai é Viktor Orbán.


“Como levaram a União Europeia à beira da falência?”: Viktor Orbán exige saber o destino de 70 mil milhões de euros de fundos europeus

Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, indicou esta sexta-feira que a União Europeia está à beira da bancarrotaa Comissão Europeia pediu aos Estados-membros, na passada terça-feira, novas contribuições nacionais para o orçamento da UE no valor de 65,8 mil milhões de euros até 2027, para financiar prioridades como apoio à Ucrânia, gestão da migração e tecnologias limpas.

Nas redes sociais, o responsável político deixou a questão: “A única pergunta que todos fazem aqui em Bruxelas é: para onde foi o dinheiro?” Orbán está atualmente a participar na cimeira de dois dias dos líderes da União Europeia, em Bruxelas, e um dos temas mais controversos é a questão de saber para onde foi o dinheiro do orçamento da UE. “Surge a pergunta: como surgiu esta situação e como levaram a União Europeia à beira da falência?” perguntou Orbán.

Orbán observou ainda que a UE está a exigir mais dinheiro dos Estados-membros, embora esteja apenas no segundo ano do seu orçamento de sete anosou seja, o dinheiro que foi aprovado para ser gasto para próximos cinco anos já foi gasto...

... “A posição húngara é clara”, frisou. “Primeiro, queremos saber em que foi gasta a enorme quantidade de dinheiro que demos até agora. Depois, queremos saber quem é o responsável pelo facto de a União Europeia estar à beira da falência”...

Ou seja, o que estamos a sentir actualmente é nada, comparado com o que aí vem.

E cheira-me que é este o problema de Lagarde. Os políticos decidiram entrar numa guerra sem nos dar cavaco, nem explicar as consequências. Também não nos disseram que iriam usar o dinheiro europeu como se este nascesse das árvores. 

A coisa poderia correr bem, se fosse contra um paizeco do 3º mundo em que cairía ao fim de meia dúzia de dias.

Não, estes políticos da tanga, atiraram-nos contra uma super potência e hipotecaram o futuro da Europa. O dinheiro terá que ser canalizado para a guerra, não é para construir hospitais, estradas, casas, etc, etc. É para construir tanques, aviões, navios, mísseis, munições.

Os jovens não é para ir para festas, é para ir cumprir o serviço militar obrigatório. As pessoas não é para tirarem férias, é para irem para as fábricas fazer munições.

Quando os europeus começarem realmente a perceber o que nos fizeram, muitos destes políticos vão aparecer pendurados em postes.

O tempo está a contar. 

E vem aí mais um Inverno. 

Tic tac... tic tac..




P.S Irão



Irão aceite como membro pleno na aliança de Xangai. Segundo Lavrov, o país junta-se à China e Rússia na próxima semana 

O Irão será formalmente aprovado como membro da Organização Regional de Cooperação de Xangai com a China, a Rússia e os países da Ásia Central, anunciou hoje o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

"Na reunião de chefes de Estado, que acontece no dia 4 de julho, a adesão plena do Irão será aprovada", disse Lavrov na abertura de um centro da Organização em Moscovo.


Isto é mais um problema para muita gente. Esta organização está a crescer a olhos vistos. É uma área enorme e ainda vai crescer mais.







Quase metade da população deste planeta está nesta organização. E os principais fundadores são a China e a Rússia. E dá para ver pelo mapa os vários pontes de acesso. E internamente é um território que fica praticamente fora da alçada dos EUA. 

E não podemos esquecer. Esta organização ao contrário dos BRICS, tem uma componente militar, do qual o Irão agora faz parte. Os membros juntam-se para exercícios em conjunto. O potencial da coisa é enorme dado os países envolvidos.




Estamos a assistir a muitas mudanças em simultâneo. E a Europa... não sei o que vai ser de nós.