sábado, 4 de setembro de 2010

Sistema GPS Russo A Um Passo Dos 100%

Com o lançamento de mais 3 satélites a 2 de Setembro, a Rússia ficou a um pequeno passo de ter o seu sistema GPS (GLONASS) completamente operacional. Actualmente com 26 satélites no espaço, com o activar destes 3 satélites, 23 satélites irão estar em funcionamento, com 3 de reserva. o GLONASS precisa de 24 satélites activos, o que significa que necessitam apenas de mais um activo, para o sistema estar a 100%. O que será ainda este ano, caso os próximos lançamentos corram bem, pois está previsto lançar mais 4 satélites este ano, ficando o sistema com 30 satélites no espaço.

As implicações disto são várias. Há 10 anos atrás, este projecto foi considerado prioritário, ficando previsto que ficaria online em 2011, a altura chegou e o sistema está aí. Para além do prestígio de ser a segunda nação no mundo a possuir um sistema GPS, a Rússia cilindrou completamente o projecto GPS Europeu (GALILEO). O sistema Europeu que arrancou mais a sério a rondar o ano de 2002, PREVIA que o lançamento dos satélites começasse em 2006 e todo o sistema estaria pronto em 2010. Chegámos a 2010 e a realidade bate-nos à porta. A Europa ficará feliz se o conseguir fazer nesta década 2010-2020, antes dos chineses (este também estão a planear construir um sistema destes) que pretendem ter o seu GPS em 2020.



Chegada de um dos satélites GLONASS-M

Para a indústria russa este também é um acontecimento muito importante, pois estamos a falar em sectores de alta tecnologia que a Rússia domina e está em expansão, basta ver as novas versões dos satélites GPS, cada vez mais avançadas. Com entrada deste sistema em funcionamento teremos novas aplicações que poderão usá-lo. É todo um sector que requer tecnologia e know how especializado e que terá todas as condições para evoluir.

Mas as grandes implicações são militares. A Rússia passa a ter um sistema GPS de cobertura global, o que quer dizer que todas as suas armas que possam usar o sistema GPS, podem ser usadas em QUALQUER parte do mundo. Para os EUA o arranque deste sistema é deveras preocupante. Até hoje os EUA mantinham o controlo do único sistema GPS existente, e que o mundo inteiro pode usar mas em caso de necessidade/conflito os EUA barravam o sinal. Agora em caso de conflito, qualquer nação, incluindo o oponente tem um sistema de GPS disponível.



Instalação dos painéis solares

Para compreender o impacto disto, basta pensar que um dos atrasos do GALILEO, foi (e é) a pressão americana, para controlar também o sistema europeu caso existisse conflito de modo o sinal GALILEO seja também barrado, para oponentes americanos. O problema é que o sistema europeu nasce exactamente por haver necessidade de um sistema GPS sempre disponível para o sector civil que cada vez mais depente e que não se compadece com guerras. A pressão é tão grande que os EUA chegaram a ameaçar destruir satélites europeus caso houvesse necessidade disso. E somos parceiros...

Com a entrada do sistema russo, os EUA não têm como fazer pressão. São dois oponentes com necessidades semelhantes e a Rússia vai actuar de acordos com os seus próprios interesses.




Preparação do foguetão Proton-M

Mas o panorama é grave. A Rússia está a exportar uma série de mísseis, bombas e outros tipos de material militar com capacidade de usar o sistema GLONASS, o que significa que qualquer nação os pode comprar (e usar, pois não podemos esquecer que a cobertura é global) e os EUA não tem como neutralizar esse sistema, tornando ainda mais complicado qualquer actuação.

Se o mundo ocidental está equipado com armas formidáveis, sendo a maior parte proveniente dos EUA, o resto do mundo cada vez tem melhores opções vindas de uma Rússia cada vez mais forte.






lançamento do foguetão Proton-M




Representação de colocação no espaço

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Renascer da Indústria Aeronáutica Civil Russa II

MS-21

No ano passado o Sukhoi Superjet fez a sua estreia numa das maiores feiras internacionais, o Le Bourget Air Show 2009, agora assistimos a novos avanços neste sector tão importante para a Rússia.

O Farnborough Air Show 2010 foi uma feira com resultados bastante positivos. O Sukhoi Superjet vendeu e outros modelos também foram encomendados o que mostra que a Rússia está bem encaminhada para entrar de novo neste mercado onde o clube de construtores é muito restrito.

A Rússia fez-se notar pelas vendas conseguidas, pois não é costume atingir este tipo de volume de vendas.

Brazil, Russia win Farnborough's small jet orders

Brazilian and Russian firms won the race for small regional jet orders at the Farnborough airshow on Wednesday, leaving new player Japan and Canada's Bombardier trailing badly.

Airlines and leasing companies splashed out billions of dollars on planes carrying around 100 passengers from Brazil's Embraer and Russia's Sukhoi but sat tight on Mitsubishi's new planned jet and Bombardier's CSeries...

...Russian aircraft maker Sukhoi said Wednesday it had sold 30 single-aisle Superjet 100s worth more than 900 million dollars (702 million euros) to leasing group Pearl Aircraft Corporation.

Pearl also has an option to buy 15 more of the planes...

...Sukhoi, renowned for its military aircraft, also announced at the biennial Farnborough event the sale of 30 Superjet 100s to Indonesian regional carrier Kartika Airlines...

link


Detalhes do que a Rússia conseguiu vender neste evento:

- 10 Antonov AN-158 com opção de compra para mais 10 pela Ilyushin Finance

- 12 Sukhoi Superjet com opção de compra para mais 10 pela companhia tailandesa Thai Airlines

- 30 Sukhoi Superjet pela Kartika Airlines da Indonésia

- 15 MS-21 pela VEB Leasing

- 3 Antonov AN-148 com opção de compra para mais 2 pela Nordvik

- 50 MS-21 pela Crecom Burj Resources da Malásia

- 28 MS-21 com opção de compra para mais 22 pela Ilyushin Finance

- 15 MS-21 com opção de compra para mais 15 pela VEB leasing

- 3 MS-21 com opção de compra para mais 2 pela Nordwind

- 30 Sukhoi Superjet com opção de compra para mais 35 pela Pearl Aircraft Corporation

- 10 Sukhoi Superjet pela Gazpromavia

Estão aqui referidos mais de 300 aviões. Para a Rússia isto são valores de envergadura e se conseguissem uma carteira de encomendas semelhante todos os anos, esta indústria arrancava de certeza e com força.

Além da boa performance de vendas demonstrado pelo Sukhoi Superjet a novidade este ano está num outro avião, o MS-21 que surpreendentemente recebeu um importante pacote de encomendas.

MS-21

O MS-21 corresponde já a um patamar acima do Sukhoi Superjet. Se o Sukhoi Superjet vai competir principalmente com a Embraer e a Bombardier, o MS-21 entra no segmento acima onde estão os dois grandes competidores, a Airbus e a Boeing. O MS-21 vai estar ao nível do Airbus A320 e o Boeing 737.

MS-21

Se estes dois projectos conseguirem vingar, nos próximos anos veremos novos modelos de maiores dimensões que irão entrar em competição directa com a Airbus e a Boeing, o que irá gerar milhares de postos de trabalho e sendo muitos deles para mão de obra qualificada.

A Rússia caminha para ver a sua indústria aeronáutica civil renascer.


Leitura recomendada:
Boeing's workhorse 737 must confront new competitors
Both Boeing and Airbus face a tough strategic decision: how to handle the immediate threat from the CSeries and, further out, the proposed Chinese C919 and Russian MS-21 narrow-bodies, all powered by new, highly efficient engines...

Aeroflot Is Pressed to Buy Russian
...The most recent Russian civilian aircraft project, a 150-seat airliner that would compete with the Airbus A320 family, is the first to reflect the Russian industry’s reorganization...

Russian planemakers eye global markets
Desperate to shed its Soviet Union image as a manufacturer of clunky airliners, Russia is eager to become a significant player in the global civil aviation market...


Artigo Anterior
O Renascer da Indústria Aeronáutica Civil Russa I

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Ucrânia: O Preço a Pagar - Parte III

Dada a grave situação económica em que a Ucrânia se encontra, eles não tinham outra solução que não pedir uma redução dos preços da energia à Rússia. E estes concederam uma enorme redução, que vai custar à Rússia qualquer coisa como 40 mil milhões de dólares.

E que ganha a Rússia com o desembolsar desta quantia gigantesca? O renovar por mais 25 anos da base onde se aloja a Frota do Mar Negro, pelo menos oficialmente. Mas apenas isto é nitidamente inferior ao valor que a Rússia concede à Ucrânia. O que falta? O que precisa a Rússia? Das várias empresas que ficaram do lado da Ucrânia, quando a URSS se dissolveu estas têm que passar para o controlo russo e este é o verdadeiro preço que a Ucrânia irá pagar, mas que nunca será dito oficialmente. A Ucrânia vai passar importantes sectores para o controlo russo e não vejo grandes alternativas pois foi a própria Ucrânia que se colocou nesta situação.

Assim existem para mim 2 sectores essenciais para a Rússia e que necessitam de obter o controlo, o sector aeronáutico (aviões Antonov) e o sector naval (estaleiros de grandes dimensões) e as coisas parecem realmente estar a evoluir nesse sentido:


Admiral Kuznetsov


Ukraine’s Nikolayev shipbuilding plant to join Russian company 2010

Ukraine’s ship-building plant in Nikolayev, on the Black Sea, and a number of other Ukrainian enterprises, will be handed over to Russia’s United Ship-Building Corporation soon, the corporation’s chief Roman Trotsenko told Itar-Tass.

“The Black Sea Shipbuilding Plant will be a joint venture. Half of its shares and of a number of other Ukrainian enterprises will be handed over to the USC,” Trotsenko said, adding that the plans were to materialize by the end of this year.

The USC chief said that the OSCE chief would develop a program that would provide enough contracts for all these enterprises and their subcontractors.

Trotsenko recalled that the Black Sea Shipbuilding Plant was the most technologically advanced one in the whole of the USSR. It has a unique 900-tonne crane, while most Russian shipyards have 500-tonne cranes.

“We are way behind the leading countries in that respect, because we need cranes capable of lifting loads up to 20,000 tonnes,” Trotsenko said.

According to his estimates, the Black Sea Shipbuilding Plant is in grave condition. It has no contracts and requires major investments for restoration.


Fonte

UAC and Antonov Reach Agreement on JV Establishment

Antonov and United Aircraft Corporation (UAC) reached an agreement to establish a joint venture on parity basis. The agreement was reached after several rounds of negotiations between the aircraft builders of Ukraine and Russia. The documents may be completed by the next meeting of the working group on cooperation between Ukraine and Russia in the industry which may be held in July-August. The joint venture will be established on parity basis.


Fonte

Another attempt at integrating Ukraine’s aircraft maker

Russia and Ukraine have once again announced their decision to merge their aircraft manufacturers. Meanwhile, if no progress had been made previously, this time they have agreed to set up a management company intended to supervise the production and marketing of An-148, An-140, An-70 and An-124 planes. However, the joint venture is no more than an interim stage in integrating the two nation’s aircraft industries. Presumably, Russia's United Aircraft Corporation (UAC) will gain control over Ukraine’s Antonov ASTC by means of a share swap...

...The joint venture seems to be the only way forward for the parties. Russia, anxious to lay its hands on the Antonov design bureau, has tried to kick start consolidation three times: the UAC drafted agreements between the two nation’s aircraft makers which were invariably turned down by the Ukrainian side. Established in 2008, Antonov is a state-run holding which cannot form joint ventures. At this point, it incorporates the Antonov design bureau, the Antonov plant, Kharkov Aircraft Manufacturing Company and 410 Civil Aviation Plant...

...According to the latest draft cooperation agreement on aircraft building (which had been drawn up ahead of the recent meeting of the Russian and Ukrainian presidents, but failed to be signed), the UAC is supposed to get 50 percent plus one share in Antonov – a stake it will pay for with its own shares. It is not clear what stake Ukraine may get in UAC, however. The document also stipulates that all the decisions needed for the companies to merge must be made no later than August 1, 2010. ...

[...]

Fonte

A Rússia precisa dos estaleiros ucranianos, para embarcações de grandes dimensões (por exemplo porta-aviões) e precisa da Antonov, principalmente pelos aviões de carga de grandes dimensões como o AN-124 e do AN-70 (semelhante ao projecto europeu A-400M), a Rússia tem como construir os AN-124, mas o "core" da Antonov reside na Ucrânia.

AN-124


A Rússia está cada vez mais próxima de obter o que quer, o que fará criar empresas de grandes dimensões, que no caso do sector da Aeronáutica é claro o que pretendem, entrar no grande mercado onde neste momento existem apenas 2 concorrentes: a Airbus e a Boeing.

AN-70


A Ucrânia não irá perder com isto, a Rússia tem o capital necessário para o arranque dos projectos, o que irá trazer benefícios para a economia ucraniana, mas irá perder o controlo das mesmas.

Como se costuma dizer, "Vão-se os anéis, ficam os dedos"...

Mas este controlo é necessário pois não se sabe se nas próximas eleições haverá de novo um governo que se vire para a Rússia e estamos a falar de projectos de grandes dimensões e que afectam a segurança nacional (construção de porta-aviões) e a Rússia não vai investir estas somas astronómicas para depois os projectos pararem a meio. Se é para arrancar, eles precisam de ter o controlo da situação.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Armamento E Energia: Rússia Avança Em África


Sairam recentemente novas notícias sobre os avanços da Rússia em África. Com o aumento da procura da energia deu início a vários tipos de movimentos, tanto por parte de países produtores como de países consumidores.

A energia é um bem essencial e ao mesmo tempo muito lucrativo. Tem todos os ingredientes para gerar conflitos entre nações e temos assistido a um significativo aumento de tensões e conflitos nos últimos anos.

Um país produtor que controle os seus recursos naturais é um país apetecível por países àvidos de energia e a resposta nos últimos anos é investir em proteger as suas riquezas. África tem sido uma das àreas a que se tem assistido a várias mudanças, com a entrada em força da China pelo o acesso à energia, DESVIANDO esse energia de outros clientes. Mas estas mudanças são acompanhadas pela necessidade de protecção das opções política tomadas, de modo a tornar caro o assalto às riquezas de um país.

É principalmente nesta àrea que a Rússia entra, com o seu papel crescente de fornecedor de armas de topo de gama. A Rússia por ser também um gigante energético, não sofre de certas pressões que afectam outros fornecedores de armamento mas que são deficitários em energia. Para um país que queira proteger as suas riquezas, tem que equacionar se o país que lhe fornece armamento, não esteja demasiado àvido por energia entrando em colisão ambos os interesses.

Foi reportado pelo Stockholm International Peace Research Institute que a venda de armas russas aumentou consideravelmente com a Argélia a liderar o ranking. A Argélia passou a estar na lista dos 10 maiores importadores de armas, ficando em nono lugar.

Para o periodo de 2000-2004, quatro países (Argélia, Líbia, Marrocos e Túnisia) foram responsáveis por 3% do volume global de venda de armas e para o periodo de 2005-2009 assistiu-se a um aumento de 64%.

Na Líbia também se espera que faça um grande contrato de armamento com a Rússia, aumentando assim a capacidade bélica destes países que banham o Mediterrâneo.

Por outro lado saiu também a notícia de que a Gazprom começou a operar na Argélia, resultado do acordo de 2006, na mesma altura em que se negociou o pacote de armas. A Rússia por troca de protecção, além dos lucros de venda de armas, obtem acesso às reservas energéticas deste país, aumentando ainda mais os lucros e influência russa.

A Argélia, com o aumento da presença russa e chinesa no continente, aumenta a sua capacidade de negociação e decisão o que afecta também os interesses europeus, pois existe o potencial da energia argelina ser desviada para um outro cliente que é o mesmo que dizer a China.

Isto mostra que claramente que a Rússia está a estender tanto seu braço armado como o energético e neste caso num país que é um dos fornecedores da Europa e que curiosamente aquando o conflito Rússia/Ucrânia que deu origem ao corte de gás, em Portugal se disse que não haveria problemas pois o nosso gás vem da Argélia.

Os russos agora, também já lá estão.

Fontes:
Russian arms score big in North Africa
Gazprom starts work in Algeria

domingo, 14 de março de 2010

Europa Não Quer Mais A China No Seu Sistema GPS



Parece que a Europa chegou à conclusão que o seu sistema GPS (GALILEO) é importante demais para poder ser partilhado com a China. É também importante relembrar que este sempre foi uma das coisas que os EUA sempre pressionaram a Europa. A China não poderia aceder ao novo sistema europeu, os EUA queriam ter controlo sobre o sistema em caso de conflito.

Com todos estes problemas, o resultado está à vista, o sistema europeu está atrasado. Agora pelos vistos temos o projecto bem mais definido onde a Europa pensa mais em si e na sua segurança. O projecto deixa de ser participado por interesses privados e passa a projecto governamental.

A Europa mudou. E já não acredita num sistema GPS civil e inocente. Passa a ser um sistema como todos os outros, o GPS americano, o russo e o chinês, todos com orientação principal o militar.

Seja como fôr, a China já não precisa nem do GALILEO (Europeu) nem do GLONASS (russo). Como o artigo indica, em 2012 vão já ter um sistema operacional para a sua àrea de influência, onde a principal aplicação é MILITAR.

European Officials Poised To Remove Chinese Payloads From Galileo Sats

MUNICH, Germany — The European Commission appears set to order the builders of the initial four Galileo navigation satellites, now in final assembly, to remove their Chinese-built search-and-rescue payloads as part of an evolving security and technology-independence policy, European government and industry officials said.

Similar motivations will prevent the builders of the full 30-satellite Galileo constellation from purchasing search-and-rescue terminals from Canada’s Com Dev despite Canada’s status as an associate member of the 18-nation European Space Agency and Com Dev’s acknowledged expertise in the technology, officials said.

Galileo program managers, anticipating a commission ruling they say they still have not received, have begun designing replacement hardware that would have the same weight as the Chinese gear and would not further delay delivery of the four Galileo In-Orbit Validation spacecraft.

The four satellites are in final assembly and test by a manufacturing consortium led by Astrium Satellites and Thales Alenia Space. Their launch date has recently slipped to early 2011 for the first two, and mid-2011 for the remaining pair.

A European Union decision to offload the Chinese-built hardware could serve as a metaphor for the European Commission’s relations with China in the Galileo program.
When Galileo was viewed as a private-sector development with public-sector financial participation, European Commission program managers sought Chinese participation in pursuit of Chinese cash in the short term and privileged access to China’s market for positioning and timing applications in the longer term.


That business model collapsed, however, and Galileo was transformed into a 100 percent taxpayer-financed project. Galileo’s managers also became aware of the security considerations implicit in the construction of a global positioning, navigation and timing satellite network.

China was, in effect, disinvited from Galileo, a decision that was reinforced by China’s move to build its own global system, called Beidou/Compass.

At the Munich Satellite Navigation Summit here March 10, a Chinese government official bluntly asked the European Commission why it no longer wanted to work with China, and when China’s cash investment in Galileo would be returned.

Paul Verhoef, the European Commission’s satellite navigation program manager, sought to explain.
Europe’s decision to invite China to invest in Galileo, Verhoef said, “was with a number of purposes in mind, and in a different context. Some nations [outside Europe] wanted to participate in the construction of the system as part of a public-private partnership. But Galileo subsequently was made into a public procurement with public-procurement rules.”
Verhoef added: “China’s ambitions also had changed. China originally said it was designing is own smaller, regional system for military use. Then China moved to a global civil system. It is one thing to work together in one context. It is quite another in another context. But our two systems can still cooperate.”


The former Galileo partners are now embroiled in a dispute over the radio frequencies their separate navigation constellations will use for their encrypted, quasi-military service, which for Galileo is called the Public Regulated Service (PRS). Chinese officials refer to their PRS equivalent simply as the Authorized Service.

Satellite navigation system sponsors would like to be able to locate their government-only service on radio spectrum not used by any other navigation system. That way, they can jam all other navigation signals in a conflict zone or during an emergency while retaining the use of their own service.

“For the authorized service, spectral separation is beneficial,” said Jiao Wenhai of the China Satellite Navigation Office in Beijing during a March 10 presentation here. “But due to the limits of the spectrum, it is difficult to achieve.”

China has begun deploying its Beidou/Compass satellites. The full system is designed to include five geostationary-orbit satellites, three satellites in inclined geosynchronous orbit for northern coverage and 27 satellites operating in medium Earth orbit. An initial capacity to serve Asia is expected to be in place by 2012, with full system deployment by 2020, Jiao said.
In an interview, Jiao said that despite some two years of negotiations with Europe and the United States to find separate spectrum slices for the U.S. GPS military code, Europe’s PRS and the Chinese Authorized Service, no solution has been found because of the physical limits of available radio spectrum.


Europe and the United States agreed on the locations of their encrypted services in 2004. Verhoef said Europe and Russia — whose Glonass constellation is nearing full in-orbit operational status — are “well advanced” on the issue. “We’re still in discussions with China,” he said.

link

domingo, 24 de janeiro de 2010

China Imparável Acelera O Seu Crescimento


A previsão do crescimento da China para 2009 era de uns 7% e apesar de continuar a ser um grande crescimento era um grande abrandamento face a anos anteriores. Mas os últimos dados mostram que a China afinal cresceu mais do que o previsto e que toda esta tempestade económica mal abalou os alicerces da China.

ADB projects China growth at 7% in 2009

"China's economic growth will slow to 7 percent in 2009 and will recover to 8 percent next year, the Asian Development Bank (ADB) said in its annual Asian Development Outlook released on Tuesday..."

Crescimento da China acelera para o ritmo mais rápido desde 2007

"A China cresceu 10,7% no quarto trimestre de 2009, superando as estimativas dos economistas. Este ritmo de crescimento é o mais rápido desde 2007, o que aumenta a expectativa em relação à retirada dos estímulos económicos..."

A China atinge assim um crescimento de 8,7% para 2009, superando todas as previsões incluindo as da própria China que tinha como meta 8%.
Daqui podemos concluir que a China está em aceleração e que isso significa MAIS consumo de energia. Enquanto o resto do mundo abranda o seu consumo energético a China ganha cada vez mais contratos de petróleo o que significa menos energia disponível no mercado para os outros grandes consumidores, como os EUA, Japão e a UE.

"A China importou mais de metade do petróleo que consumiu em 2009, atingindo pela primeira vez um nível de dependência externa considerado "preocupante", anunciou hoje a imprensa oficial.
Em 2009, a China importou 204 milhões de toneladas de petróleo, o que corresponde a 52 por cento do seu consumo e a uma subida de 3 pontos percentuais em relação a 2008, indicou o jornal China Daily. ..."
Como se pode constatar, apesar do abrandamento económico mundial, a China continuou a aumentar o seu consumo energético e isto só pode significar problemas de fornecimento assim que as restantes economias começarem a recuperar. Ainda não temos alternativas sérias para substituir o petróleo e gas e com o consumo a subir e com muitos projectos de abertura de novos poços adiados devido á queda dos preços, vamos ter problemas muito rápidamente.
Entretanto a China está a ter ganhos consideráveis na corrida ao acesso da energia. A Angola tornou-se em 2009 o 2º maior fornecedor de petróleo, o que mostra o grande investimento chinês no Continente Africano e foi aberto uma nova rota que liga o Turquemenistão à China.

O Turquemenistão extrai anualmente cerca de 80 000 milhões de metros cúbicos de gás. A fim de reduzir a dependência em relação aos gasodutos russos, os turcomenos construíram gasodutos para a China e o Irão.
No mês de Dezembro foi inaugurado um pipeline que liga o Turquemenistão à China, através dos territórios do Uzbequistão e Cazaquistão, através do qual serão transportados, anualmente, 40 mil milhões de metros cúbicos de gás.
No início de Janeiro, começou a funcionar um gasoduto que liga o Turquemenistão ao Irão
...

Podemos tirar daqui algumas importantes conclusões:

O energia desta parte do globo está a virar para o Oriente, apesar de países Ocidentais estarem na àrea. A Energia começa a fluir cada vez em maiores quantidades para a China, o que não deixa disponível para o mercado Americano/Europeu. O Nabucco um dos mais importantes pipelines planeados que faz o bypass à Rússia, fica deste modo com a sua vida ainda mais dificultada, pois entre a China, Irão e Rússia, o Turquemenistão que é um dos principais fornecedores do Nabucco não tem produção para alimentar este pipeline.

Ganha a China porque recebe fornecimento, ganha a Rússia e Irão que aumentam o seu poder de influência.

Perde o Ocidente que cada vez vê mais energia a fluir para a China, ao mesmo tempo que as reservas de países ocidentais diminuem a uma velocidade estonteante, mesmo superior ao previsto.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Guerra No Espaço: A China Prepara-se

Parada em 2009


Infelizmente vou assistindo ao desenvolvimento da militarização do espaço, que é um dos grandes passos para um possível confronto de gigantes.

Como já tenho vindo a dizer a procura crescente de energia vai dar origem a um embate entre os dois maiores consumidores à face da terra. Os EUA e China (especialmente a China) estão cada vez mais a consumir energia e será uma questão de tempo em que ambos terão que lutar pelo mesmo petróleo.


"China revela ter testado com sucesso nova tecnologia antimíssil

As autoridades chinesas anunciaram esta manhã ter sido feito um teste com sucesso de uma nova tecnologia de armamento destinado a destruir mísseis ainda em rota aérea, de acordo com a agência estatal local Xinhua...
"

link
http://www.publico.clix.pt/Mundo/china-revela-ter-testado-com-sucesso-nova-tecnologia-antimissil_1417376



Parada em 2009


Para ser mais preciso este teste foi feito no espaço, o que mostra a aposta da China em ter capacidade de atacar qualquer satélite que passe pelo seu território.

Este teste é mais uma constatação de que a China se prepara para defender os seus interesses seja em que local fôr.