Bom, eu estava a pensar em colocar um post sobre a importância das eleições na Rússia, para o que viria aí para a Ucrânia e para a Europa.
Entretanto aconteceu este acto terrorista.
E suspeito que estamos de facto à beira duma guerra na Europa. Vamos por partes.
Relativamente às eleições, estas são as primeiras após o início deste conflito. Pelos resultados que Putin obteve, não obstante as várias tentativas de descredibilizar os mesmos, o facto inegável é que Putin sempre teve grande aprovação nas sondagens ao longo dos seus anos de presidência.
Nestas eleições confirma-se que as suas opções não tiveram um impacto negativo. Antes pelo o contrário. Parece que até a nível de afluência foi algo de muito significativo.
Ou seja, este escrutínio assenta principalmente na verificação do que a população russa sente sobre o conflito. E a população deu o apoio ao seu presidente.
A meu ver entramos numa nova fase. A Rússia e os russos percebem o caminho que vão trilhar.
Putin vai ser ainda mais assertivo no rumo que pretende dar à nação.
É mau sinal para a Ucrânia e mau sinal para a Europa. Para os EUA será um pouco diferente. Afinal são uma superpotência nuclear. E as superpotências não podem estar literalmente frente a frente.
O que isto significa?
Que se queremos mesmo a sério salvar o que resta da Ucrânia, vamos ter (nós os europeus) que arregaçar as mangas. E fora do chapéu da NATO.
A Ucrânia já mostra sinais de exaustão. E interrogo-me se vão conseguir resistir este ano à pressão crescente russa.
Esta situação parece estar a alarmar muitos políticos europeus, alguns procuram pelos vistos arranjar soluções criativas ao ponto de se querer enviar contingentes militares e continuar a dizer que não estamos em guerra com a Rússia.
Mas, uma coisa é dizer que vamos aumentar orçamentos, que vamos instaurar serviço militar obrigatório, que vamos produzir mais armamento, outra coisa é enviar tropas para a Ucrânia.
Uma coisa é o subterfúgio utilizado actualmente, os que vão são, digamos, voluntários, e não representam o seu país.
Agora esta curiosa solução de Macron de enviar tropas e o andar a conjurar um plano que envolva eles, os alemães e os polacos, pode ser um autêntico tiro no pé.
A partir do momento em que oficialmente entrem tropas estrangeiras, elas serão um alvo prioritário para a Rússia.
A Rússia poderá considerar que passa a estar em guerra com os países que meteram tropas no terreno.
E isto muda tudo.
O caso mais bicudo, é mesmo a França. A França, além de ser um membro com poder de veto no ONU é um país com armas nucleares.
Isto quererá dizer que ambos terão que contemplar um confronto nuclear. Não haverá hipótese.
Quanto aos outros, a coisa poderá evoluir mais lentamente. Diria que primeiro as embaixadas encerrariam, posteriormente deixariam de receber qualquer tipo de energia vindo da Rússia.
O passo seguinte, a meu ver, seria a destruição de todos os terminais GNL, dos países envolvidos.
Olhemos para o mapa, se a Rússia atacar os terminais existentes ou em construção na França, Alemanha e Polónia, teremos o caos instalado.
Vamos estar em guerra, os EUA não se vão chegar à frente, o artigo V não será invocado, porque estes países entraram por sua conta e risco num conflito com a Rússia.
Mas não haverá hipótese. A Europa será arrastada para a guerra. A energia terá que ser racionada, as economias terão que forçosamente ir para uma economia de guerra e depois teremos que ver quantos mais países irão ajudar os 3 países atacados.
Uma coisa é certa, não iremos ver tropas russas a meter um pé nestes países. Os ataques serão com mísseis a alvos específicos para acabar com o estilo de vida existente na Europa. A começar pela asfixia energética.
Será que é preciso mais?
Não. É imaginar o impacto disto nas nossas vidas. E depois teremos novamente equacionar se queremos atacar a Rússia.
Com o quê e como.
Em última instância, e havendo uma potência nuclear envolvida que possui mísseis intercontinentais (a França), teremos que considerar uma guerra nuclear na Europa.
Uma vez mais, não podemos esquecer que os EUA não podem ser arrastados para um conflito com a outra superpotência nuclear.
Mas a Europa pode.
E agora mais um pouco de pensamentos sombrios.
Vejamos o crescimento da população mundial.
Entre 2000 e 2024, a população mundial aumentou algo como 2 mil milhões de seres humanos.
Na Europa, contabiliza-se actualmente menos de 500 milhões de seres humanos.
Se a Europa quiser realmente ir para a frente com isto, podemos em última instância ser arrasados nuclearmente.
É o fim da espécie humana?
Não, sobrariam outros 7.500 mil milhões de seres humanos.
A vida continuaria.
Um pouco diferente.
Mas sem nós, europeus.
Para reflectir.
Enquanto cá estamos.
P.S. Mais pensamentos sombrios
O atentado terrorista.
Caso este esteja de alguma forma ligado à Ucrânia, significará apenas uma coisa. O regime ucraniano está a ficar desesperado e com cada vez menos opções.
Neste caso vou relembrar algo muito importante que existe no país.
As várias centras nucleares existentes na Ucrânia. Acesso a material nuclear. O desespero de um regime que ameaça colapsar.
Muita coisa errada que poderá acontecer nos próximos tempos.
Eu nunca pensei que teria tantos pensamentos sombrios para o futuro da Europa.
O nosso futuro está em risco.