A nova lei contra terrorismo da China que foi aprovada muito recentemente, contém na minha opinião um artigo bastante interessante no capítulo 7 dedicado à cooperação internacional. O artigo 71, abre a porta a missões no estrangeiro aos militares chineses.
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Chapter VII: International Cooperation
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Article 71:Upon reaching an agreement with relevant nations and reporting to the State Council for approval, the State Council Public Security Department and national security department may assign people to leave the country on counter-terrorism missions.
The Chinese People's Liberation Army and Chinese People's armed police forces may assign people to leave the country on counter-terrorism missions as approved by the central military commission.
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Depois de acauteladas as respectivas permissões das nações relevantes, os militares podem partir. E isto é algo novo num ano de novidades. Não podemos esquecer que este ano assistimos à primeira missão chinesa ao abrigo das Nações Unidas no Sudão.
Contingente chinês para o Sudão
A China está de facto a ganhar experiência ao colocar tropas no estrangeiro da maneira mais suave que consegue. Uma missão de paz ao abrigo de uma missão das nações unidas, num país envolto em guerra há anos.
Esta colocação de tropas chinesas no Sudão tem outros propósitos. Não podemos esquecer que o Sudão é um dos mais importantes parceiros da China no Continente Africano, sendo o principal factor, o petróleo. Sempre o petróleo...
Contingente chinês para o Sudão
A China por este meio está a estabilizar um parceiro económico e a garantir que a sua produção de petróleo vá para o destino 'correcto'.
A China tem feito vários exercícios e de grande envergadura nos últimos anos. Muitos desses exercícios têm sido em conjunto com a Rússia. No ano passado as comemorações tanto na Rússia como na China tiveram como convidados contingentes militares russos e chineses a desfilar. Em Agosto deste ano, tivemos também um grande exercício no Mar do Japão, envolvendo a Marinha e a Força aérea de ambos.
Exercícios em conjunto
Mais, não podemos esquecer que em Maio de 2015 tivemos algo nunca visto, a marinha chinesa veio ao Mediterrâneo e Mar Negro para um exercício naval com a Rússia. Uma sinal político deveras significativo, dada a situação da Rússia, debaixo de sanções, a Ucrânia, etc.
Com esta nova lei que aprovaram, penso estarem reunidas as condições políticas (e não só) para avançar para um patamar acima. Após vários anos de exercícios em conjunto, após em 2015 colocarem o primeiro contingente militar numa zona de guerra, está na hora de aplicar os treinos em algo mais sério.
Eu penso que vamos possivelmente ver algo de muito inédito como o envolvimento da China na Síria. Por muito pouco pequeno que fosse a sua participação, a mensagem que iria dar ao mundo, iria ser enorme. A opção política de apoiar a Rússia na Síria, seria bastante importante para esta.
E não podemos esquecer que a China, também gostaria de suporte da Rússia, para os seus avanços nas ilhas artificiais que está a construir e que estão a 'aquecer' toda aquela zona.
Podemos ver num futuro muito próximo, a próxima jogada do Dragão.
Na Síria.
http://www.heritage.org/research/reports/2015/12/us-comprehensive-strategy-toward-russia
ResponderEliminarCaro MSantos! há quanto tempo não o "via".
ResponderEliminarDeixou de aparecer no DaRússia e eu passei a frequentar o Observador.
Tem andado por algum lado?
Cumprimentos,
PortugueseMan
Muito folgo em ver o MSantos, ponderado e lúcido!!!
ResponderEliminarÉ isso ai, blog movimentado!
ResponderEliminarOra, tantos comentários! :-)
ResponderEliminarVou meter mais um, afinal também tenho um ego para alimentar... ;-)
É simpático ver que alguém lê o que vou escrevendo por aqui, sempre incentiva a ir colocando uns artigos.