domingo, 10 de julho de 2022

Mais Um Passo Para O Precipício

 


A marinha russa recebeu o maior submarino do mundo. Este é apenas mais uma das novas armas do arsenal russo.

Uma das tarefas deste novo submarino é transportar os novos torpedos nucleares de propulsão nuclear. Que é também uma das novas armas do arsenal russo.

Nenhuma destas armas está destinado a conflitos do tipo que está em curso na Ucrânia. Este tipo de armas estão destinadas a serem usadas quando os ultimatos falham e as coisas tomam o pior dos percursos. Ou seja, um confronto com os EUA/NATO.

Para se perceber a dimensão desta embarcação e do respetivo torpedo nuclear, deixo aqui umas imagens:


Esta imagem mostra o novo torpedo nuclear (e de propulsão nuclear) que este submarino vai transportar, no meio é um dos novos mísseis nucleares intercontinentais com múltiplas ogivas que as novas classes de submarinos russos estão a usar. A seguinte, é o tamanho dos actuais torpedos existentes e usados elas marinhas de todo o mundo.


Nesta imagem dá para perceber a dimensão deste novo tipo de torpedo, comparado com o tamanho de uma pessoa.


O Belgorod ultrapassou em comprimento a classe Typhoon, submarino soviético, o maior do mundo. Como dá para constatar pela imagem, além de transportar 6 torpedos nucleares, transporta também um submarino adicional por baixo para operações especiais. Também ele de propulsão nuclear.

Este submarino mais pequeno é de tamanho equivalente aos submarinos que a Marinha Portuguesa possui os U-214, construidos pela Alemanha.

Que por sua vez, são de tamanho semelhante aos submarinos da classe Kilo, que são os únicos que estão a intervir na Ucrânia lançando mísseis de cruzeiro Kalibr. Cada um destes submarinos consegue transportar 4 mísseis de cruzeiro.


A classe do submarino que destaquei na imagem, é um submarino não nuclear e o único que está actuar na Ucrânia. Os restantes são as novas classes de submarinos que a Rússia está há anos a construir e a entregar à Marinha Russa. Mesmo os kilos presentes no Mar Negro e Mediterrâneo são novos. Já tinha feito referência a eles anteriormente (Aviso à Navegação: A Nova Armada Russa / Mar (Russo) Mediterrâneo).

Com este artigo pretendo chamar a atenção para a necessidade de reflexão sobre as armas que a Rússia está a empregar na Ucrânia e as armas que estão destinados a oponentes mais fortes.

Cada vez tenho mais a sensação que a opinião pública de forma geral tem uma percepção de que a NATO a intervir, tem uma superioridade absoluta sobre a Rússia.

Somos capazes de suar um pouco, para não pensar pior.

Seria bom que começassemos a reflectir o que vamos querer para o nosso futuro e se estamos preparados e conscientes da importância das decisões que tomamos.

Decisões do tipo ignorar ultimatos russos.

3 comentários:

  1. Bom post. É verdade, o Ocidente não está minimamente em condições de combater uma guerra contra a Rússia. O perigo maior, creio eu, é exactamente a errada percepção que os media estão a transmitir e que leva muitos no Ocidente a acreditarem que a NATO pode realmente derrotar a Rússia. Não pode. A NATO está moralmente podre e militarmente de rastos:

    https://toranja-mecanica.blogspot.com/2022/07/a-nato-esta-moralmente-podre-e.html

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  2. Além da capacidade militar, novas rotas comerciais estão a abrir caminho (reposicionamento geoestratégico com os BRICS na dianteira) e algo também importante e que passou despercebido por cá em 2016 (capacidade de financiamento):
    INSTC - Russia, India, Iran strategic trade corridor | Alternative to Suez Canal | Geopolitics
    https://www.youtube.com/watch?v=2uBrO8Q76tg

    BRICS Summit 2016 | New Development Bank, BRIC Countries
    https://www.youtube.com/watch?v=QhVFbWeOC6g

    Maria Rebelo

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    1. Esse corredor, estou há algum tempo para fazer um post, sobre o impacto da saída dos americanos da Ásia Central onde já só estavam no Afeganistão. Estão a ocorrer muitas mudanças nesta àrea.

      A ver se o faço.

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