quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Europa: Energia Precisa-se

 


Enquanto o Médio Oriente ferve, outros actores vão-se mexendo, tentando sair da situação em que se meteram. Meteram a eles e a todos nós. Estou a falar dos políticos europeus, nomeadamente neste caso de Macron e Scholz.

Como já tinha referido no post Europa: Uma Questão Nuclear, os principais fornecedores de urânio da UE são:

  1. Níger
  2. Cazaquistão
  3. Rússia

Ora, como é sabido, a França foi convidada a sair do Níger e não só. De forma resumida, a França está mesmo de saída de África.




E que faz? lembra-se de ir fazer uma visita ao 2º maior fornecedor de urânio da UE, o Cazaquistão.




O incrível é que Macron só se lembra de fazer uma visita depois de levar um pontapé de África, a primeira visita oficial só "acontece" agora.


French president in Kazakhstan on 1st official visit

French President Emmanuel Macron arrived in Kazakhstan on Wednesday on his first official visit to the Central Asian country.

Prime Minister of Kazakhstan Alikhan Smailov welcomed Macron at the capital Astana's airport, expressing confidence that the visit will bolster the bilateral strategic partnership, the Kazakh presidential press service said in a statement.

Macron is said to be seeking to expand the supply of uranium from Kazakhstan and Uzbekistan for French nuclear facilities.

France and the EU used to import uranium from Niger and Russia, but after a coup in the West African country, the new military administration stopped uranium supplies to Paris, whereas supplies from Moscow are under the threat of sanctions due to the war in Ukraine...


Agora é imaginar a posição negocial de um e de o outro, sabendo os dois bem quem está aflito na questão...

Mas não é só Macron que anda a passear. Dado que este levou um pontapé de África, Scholz vai lá tentar a sua sorte...



Gás e segurança dominam agenda de Scholz em África

Olaf Scholz esteve na Nigéria no domingo (29.10) e na segunda-feira (30.10) para discutir os golpes militares na região, mas também o abastecimento de gás. Berlim quer investir mais no continente e esta presença acrescida explica-se, em grande parte, pela necessidade de diversificar as fontes de abastecimento desde o início da guerra na Ucrânia.

Esta é a terceira viagem o chanceler alemão ao continente africano desde que assumiu o cargo, em 2021, e a segunda em 2023...



Scholz parece estar a gostar muito da selva de Borrell. Afinal, já é a 2ª vez que a visita este ano. Só por acaso claro.

E a Alemanha está a gostar tanto de África que além do chanceler, o presidente também foi a outros países africanos.

E por acaso, resolveu agora começar a pedir desculpas. O gás faz milagres...



Germany’s president has apologized for colonial-era killings in Tanzania over a century ago

Germany’s president on Wednesday apologized for killings under colonial rule in Tanzania more than a century ago as he met descendants of an executed leader of a revolt against German rule, and vowed to seek answers to questions about that era that leave Tanzanians no peace.

President Frank-Walter Steinmeier on a visit to Tanzania noted that many bones and skulls were taken to Germany from East Africa and ended up in museums and anthropological collections, and that they were largely forgotten after the end of the colonial era and two world wars.

One of those skulls could be that of Chief Songea Mbano, who was executed by the Germans in 1906.



As coisas fantásticas que os nossos fantásticos políticos fazem.

Depois das fantásticas opções e que nos lixaram e vão lixar muito mais.

É tudo realmente muito fantástico.



P.S. Médio Oriente

Está a ser surpreendente o facto do hamas ainda ter capacidade de lançar rockets para Israel. Possivelmente a questão vai-se levantar. Terá Israel mísseis suficientes para continuar a interceptar a este ritmo?

Podemos estar à beira de um enorme conflito onde outros actores estão a aguardar que o Iron Dome esgote o seu arsenal.

Vamos possivelmente descobrir em breve.






18 comentários:

  1. Há um vídeo enigmático e mensagens a circular de Hassan Nasrallah que são extremamente perturbadoras. Indiciam claramente que algo se prepara para acontecer. Vai falar amanhã, vamos ver o que tem para dizer a Netanyahu e ao Ocidente.
    O Hezbollah tem à volta de 150000 mísseis, 40000 dos quais são de alta precisão e suficientes para arrasar Israel, por ser, como disse o major-general Agostinho Costa, um país de pequena dimensão e com poucos alvos estratégicos a atingir.
    Desconfio pois que a missão do Hamas é secar o arsenal do Iron Dome… Para depois entrar o Hezbollah no conflito.
    Certamente imunes às sanções do Ocidente pelo apoio sino-russo, com a nossa economia depauperada pelo esforço de guerra empreendido na Ucrânia e dotados que estão, aparentemente, de uma certa vantagem tecnológica em termos militares (misseis hipersónicos Fattah) acho que este foi o momento escolhido pelo universo shiita para atacar Israel.
    Os EUA estão a ser arrastados por Netanyahu para o conflito a fim de travarem o ímpeto do Irão. Blinken não quererá certamente envolver-se directamente no conflito, a questão é saber se tem como fugir a essa fatalidade.
    O facto de estarem estacionados 50 navios de guerra de 11 países aliados no mediterrâneo e mar vermelho obriga a concluir que algo muito maior está ali em causa. Acho que não estamos à altura do acontecimento e que Israel (infelizmente) se prepara para sofrer uma humilhação impensável. Espero do fundo do coração que não pois o povo de Israel não é Netanyahu.

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    1. Sim, algo está a crescer nesta zona do globo. Se pode rebentar?

      Pode. De uma forma brutal.

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  2. Ninguém quer saber dos palestinianos como ninguém quer saber dos ucranianos o que interessa é a geopolítica ,isto é os interesses dos próprios países . O Egipto podia ter um papel muito importante neste conflito está amarrado pelo FMI ( Diga-se E.U.A.), aquela nova capital custa muitos milhões alguém vai ter de a pagar ! Não é por acaso que já saiu uma noticia que Israel/E.U.A. ofereceram-se para pagar a divida externa ,está tudo controlado .
    "Im Westen nichts Neues"

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    1. A expressão "Quem se lixa é sempre o mexilhão" nunca esteve tão actual.

      Os estados movem-se pelos seus interesses. Sempre foi e sempre será.

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  3. Políticos europeus a tentar sacar mais 50 mil milhões para a Ucrânia.


    Bruxelas abre a caixa de Pandora com um pedido de reforço orçamental de 100 mil milhões de euros


    ... Eis o que o executivo da UE está efetivamente a pedir:

    50 mil milhões de euros para o Mecanismo de Apoio à Ucrânia, com 33 mil milhões de euros em empréstimos a juros baixos e 17 mil milhões de euros em subvenções não reembolsáveis, a distribuir entre 2024 e 2027. A ajuda financeira ajudará a colmatar as lacunas no orçamento ucraniano, a manter serviços essenciais, a reconstruir infraestruturas críticas, a atrair investimentos privados e a acelerar reformas fundamentais...



    https://www.msn.com/pt-pt/noticias/ultimas/bruxelas-abre-a-caixa-de-pandora-com-um-pedido-de-refor%C3%A7o-or%C3%A7amental-de-100-mil-milh%C3%B5es-de-euros/ar-AA1jgRy1?ocid=emmx&cvid=d838ce2f92ea480195482b280dfc663a&ei=63


    Se isto vai correr bem?

    Não me parece.

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  4. A Rússia e a Arábia Saudita «O petróleo é a nossa energia e...o vosso problema!
    O pico do petroleiro passou desde 2008 e desde o declínio mundial, portanto, a demondização já começou. Os preços vão subir inexoravelmente.
    Os Estados Unidos impuseram um preço máximo para tentar prejudicar a economia russa. Como todas as sanções impostas pelos Estados Unidos, elas não afectaram os russos, mas o Ocidente. Em reação à imposição deste preço máximo de US $ 60 por barril, a Arábia Saudita reduziu seu produto, o que aumentou os preços. Os países exportadores de petróleo produzem menos e fazem mais dinheiro. Por que então mudar o Modus Operandi?
    Os países produtores de petróleo Brics+ vão ter duas tarifas de 80 dólares para os países "amigos" e 300 dólares um barril para os outros países que não são "amigos".
    Na verdade, as empresas petrolíferas reduziram seus investimentos em reação ao petróleo barato em 2020 e 2021 e 2022. para preservar a sua rentabilidade e os dividendos pagos aos acionistas.
    O que é preocupante é que, apesar dos altos preços, parece que há poucos novos projetos de exploração e produção fora da Opep +.
    O petróleo de xisto americano pode ter mascarado a diminuição da produção e dos depósitos dos produtores não OPEP+.
    A OPEP + assumiu o controle dos preços do petróleo, e nesta fase não há grandes novos campos no horizonte. O aumento da produção brasileira é compensado pela queda do México, Argélia.
    Infelizmente com a guerra mundial o consumo vai cair - é por isso que os verdes alemães amam a guerra contra os russos, é eco-friendly a guerra nuclear.ino Unido ...
    Eles já estão a planear tributar a energia eléctrica do carro eléctrico.
    O preço da electricidade será mais caro para a electricidade de transporte.
    Um imposto de quilometragem elétrica já está sendo lançado na Austrália.
    Porquê? porque o Estado perde a taxa térmica na bomba de gasolina ao passar para a electricidade.
    A Arábia Saudita também anunciou o seu pico para 2027... Então! Na linguagem dos maiors de hidrocarbonetos isso significa que já passou.
    Recordem também sobre os países produtores que anunciaram parar a exportação nos próximos anos. O México (tanto quanto sei) foi o último país a fazê-lo.
    E agora! Estão todos surpreendidos?!

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  5. Muito bem. Também acho que algo de maior se vai passar.

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  6. Rússia recusa discutir com EUA inspeções mútuas de arsenais nucleares


    ... Lavrov disse que o preâmbulo do novo tratado de redução de armas estratégicas START ou START III afirma que a Rússia e os Estados Unidos já não são rivais, que existe confiança mútua e que a segurança é indivisível.

    "Tudo isto foi espezinhado, destruído e deitado ao lixo pelos norte-americanos", acusou Lavrov.

    Em 21 de fevereiro deste ano, o Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a suspensão da adesão da Rússia ao START III...




    https://www.msn.com/pt-pt/noticias/ultimas/r%C3%BAssia-recusa-discutir-com-eua-inspe%C3%A7%C3%B5es-m%C3%BAtuas-de-arsenais-nucleares/ar-AA1jsJ55?ocid=emmx&cvid=260ef88c19724cf09bd99e30bec7c724&ei=18


    Já não estamos numa fase de conversa. Estamos a entrar numa fase de meter alguns pontos nos "i"s.

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  7. Preços sobem com Arábia Saudita e Rússia a manterem cortes no fornecimento


    Claro.

    O "ligeiro" aperto continua. A Europa esgravata por energia, e tenta controlar a inflação com aumentos de taxas.

    Quando é que os europeus vão perceber onde os nossos políticos nos enfiaram.

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    1. Ainda não perceberam,mas forçosamente vão perceber...O ocidente está bem ciente do problema dos recursos energéticos e, evidentemente, há que compreender que a guerra na Ucrânia tem por objetivo desmantelar a Rússia e apropriar-se de todos os seus recursos energéticos. Já foi esse o caso no Iraque e na Líbia. De agora em diante, todas as guerras serão travadas por causa da energia.Não é de admirar: o futuro está na redução do conforto, da riqueza e do consumo excessivo. Forte, brutal, violento. O único problema é que os loucos que comandam as entidades (países, uniões artificiais de países, etc.) querem (e não sabem fazer outra coisa senão) legislar e impor pela força. e vai ser assim.

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    2. Ao longo da história a Rússia sempre foi um fruto muito apetecível ! Mas submeter uma potência energética é quase impossível ,a propósito o Wall street journal trás um artigo em que alguns economistas mostram-se perplexos como é possível que as receitas do gás e petróleo tenham duplicado em Outubro em comparação com Setembro ,apesar do limite dos preços imposto pelo ocidente . A Rússia preparou-se mas temo que a Europa, não !

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    3. A Europa não estava e continua a não estar preparada para viver sem energia russa (barata).

      E a Europa vai fazer parte do clube dos perdedores em conjunto com a Ucrânia. O quanto a Europa vai perder, ainda vamos ver.

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  8. Vídeo mostra o momento em que 3 mísseis ucranianos atingem a corveta russa Askold


    Um vídeo publicado nas redes sociais mostra o suposto momento em que 3 mísseis de longo alcance e alta precisão, provavelmente o Storm Shadow, atingem a corveta russa Askold no estaleiro de Kerch, no Mar Negro.

    A Askold era a mais nova corveta da classe Karakurt, embarcações pequenas, com um deslocamento de menos de 1.000 toneladas, mas muito modernas e letais, armadas com 8 lançadores de mísseis de cruzeiro.

    A corveta tinha sido lançada ao mar em 2021 e ainda nem tinha sido oficialmente comissionada na marinha russa.



    https://www.msn.com/pt-pt/noticias/other/v%C3%ADdeo-mostra-o-momento-em-que-3-m%C3%ADsseis-ucranianos-atingem-a-corveta-russa-askold/ar-AA1jv94I?ocid=emmx&cvid=29427857316845c3a285cc19936e49e3&ei=27#comments


    Para quem tiver curiosidade, falei sobre estes navios em Dezembro do ano passado e Julho deste ano.

    Os Mísseis Acabaram E Alguém Se Esqueceu De Avisar A Rússia

    https://portugueseman.blogspot.com/2022/12/os-misseis-acabaram-e-alguem-se.html


    Europa Financia A Rússia E Não É Pouco. E Há Mais...


    https://portugueseman.blogspot.com/2023/07/europa-financia-russia-e-nao-e-pouco-e.html

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  9. NATO suspende aplicação do tratado para forças convencionais por saída da Rússia


    A NATO anunciou hoje que vai suspender a aplicação do Tratado de Forças Armadas Convencionais na Europa na sequência da saída definitiva da Rússia desta convenção.

    O tratado estabelecia limites iguais para o número de tanques, veículos blindados de combate, artilharia pesada, aviões de combate e helicópteros de ataque que a NATO e o Pacto de Varsóvia podiam destacar entre o oceano Atlântico e os Urais...

    ... O documento original foi assinado por 22 países da NATO e pela União Soviética, mas a versão atualizada nove anos mais tarde, para refletir o alargamento da NATO e a dissolução do Pacto de Varsóvia, já não foi ratificada.


    https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/nato-suspende-aplicacao-do-tratado-para-forcas-convencionais-por-saida-da-russia


    Grão a grão, caminhamos para a possibilidade de uma guerra maior. Muito maior.

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  10. Sobre a "Possibilidade de uma guerra maior" uma artigo do WP diz o seguinte :"The window for a negotiated settlement favorable to Ukraine — if there ever was one — has surely closed, as Russia sees a technologically stalemated battlefield in which it has a long-term advantage in manpower. Ukraine now needs to outlast the Russians; Putin is not immortal, and authoritarian power transitions can be bumpy.

    The United States should never recognize Putin’s illicit conquests. But it might need to pivot from dreaming of victory to preparing to live with stalemate. The stalemate in World War I was broken by U.S. entry as a direct combatant against Germany. But there is virtually no appetite in the United States for direct war with Russia. Russian victory in Ukraine would be a terrible blow to U.S. interests, but not terrible enough to risk nuclear war." O artigo é mais exenso mas o que ressalva é que o E.U.A. não têm interesse num confronto directo com Rússia !

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    1. Os EUA não têm interesse num confronto directo.

      Mas precisam de tempo para lidar com o ultimato de Dezembro de 21.

      A Ucrânia serve para isso mesmo. Ganhar tempo.

      O problema é a resiliência da Rússia. Penso que muita gente pensava que iriam estar por este altura com uma série de dificuldades. E não estão.

      Ou seja, os EUA podem não ter interesse, mas a Rússia quer as suas questões resolvidas. E parece-me que a bem ou a mal.

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  11. Conselho de Segurança da ONU realizará sessão fechada sobre Nord Stream nesta quarta-feira


    O Conselho de Segurança da ONU se reunirá nesta quarta-feira (8) para discutir a sabotagem dos gasodutos Nord Stream da Rússia, disse a missão permanente do Brasil na ONU.

    “A pedido da Federação Russa, será realizada uma reunião fechada sobre a questão dos gasodutos Nord Stream”, disse a missão...



    https://www.brasil247.com/mundo/conselho-de-seguranca-da-onu-realizara-sessao-fechada-sobre-nord-stream-nesta-quarta-feira


    A Rússia não vai largar este tema.

    O assunto é um acto de guerra.

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  12. Rasmussen propõe Ucrânia na NATO sem os territórios ocupados pela Rússia

    Os membros da NATO vão poder analisar uma proposta, apresentada por um antigo secretário-geral da organização, Anders Fogh Rasmussen, para que a Ucrânia seja aceite como membro de pleno direito durante a próxima cimeira, no Verão de 2024, mas sem os territórios actualmente ocupados pela Rússia...

    ...um antigo primeiro-ministro da Dinamarca e consultor do Governo ucraniano, que liderou a NATO entre 2009 e 2014 — considera que a proposta não implica uma cedência à Rússia dos territórios ocupados, nem seria uma formalização do congelamento do conflito; em vez disso, uma adesão da Ucrânia nestes moldes enviaria a mensagem ao Governo russo de que qualquer acção militar no restante território ucraniano teria como consequência a entrada da NATO na guerra.



    https://www.publico.pt/2023/11/11/mundo/noticia/rasmussen-propoe-ucrania-nato-territorios-ocupados-russia-2069856


    Uma proposta perfeitamente alucinada onde se propoe a entrada da NATO na guerra.

    Parece demonstrar o desespero e falta de ideias para que esta guerra tenha o desfecho desejado, numa altura onde nem munições prometidas conseguem entregar.

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