Passado um ano a minha avaliação sobre este tópico é que a Europa está numa situação bem mais delicada hoje e a Rússia está com o seu potencial militar aumentado.
Ou seja, a Rússia está a preparar-se para um conflito de enormes proporções caso se chegue a esse ponto. Os sinais estão aí, a sua economia está a lidar bem tendo em conta a situação e contexto que estão a passar, a capacidade militar está a aumentar, bem como a capacidade de produzir todo o tipo de armamento.
Foram entregues este mês 2 novos submarinos nucleares.
Um submarino de ataque da classe Yasen-M e um submarino estratégico para guerra nuclear.
Ou seja, a Rússia adicionou à sua força naval, um submarino que transporta 16 mísseis intercontinentais Bulava, transportando cada um 6 ogivas nucleares hipersónicas modelo Avangard, ou seja, este submarino pode atacar de forma nuclear 96 alvos e um outro submarino de ataque com capacidade de 32 mísseis de cruzeiro hipersónicos Zircon. Que poderão ser nucleares ou não.
Mas não foram entregues apenas submarinos, também foram entregues navios de superfície este mês, dos quais destaco,
Uma nova fragata da classe Admiral Gorshkov,
O navio tem capacidade para transportar 16 mísseis hipersónicos Zircon, os próximos desta classe estão para transportar 32 destes mísseis.
Um navio Buyan-M,
Com capacidade de transportar 8 mísseis de cruzeiro kalibr.
Ou seja, só este mês, com esta 4 novas embarcações que a marinha russa recebeu, foi adicionado um potencial de 72 mísseis de várias classes.
Ou seja, desde que a guerra da Ucrânia começou, a Rússia colocou no activo várias plataformas sejam elas navios, submarinos ou aviões que combinados adicionaram um potencial de salvo em silmutâneo de centenas de mísseis de cruzeiro, hipersónicos e nucleares. E só estou a contar com o que foi entregue após a guerra começar.
Um outro pormenor que reparo é que a Rússia reduziu o nº de lançamento de satélites, apenas 19.
Está a cumprir com todas as suas obrigações com a Estação Espacial Internacional.
Lançou uma sonda para a lua que não correu bem.
Os restantes são militares ou têm aplicação militar, 12 lançamentos.
Tenho visto alguns (como José Milhazes) aproveitarem esta redução de lançamentos como uma degradação do sistema espacial russo.
Vejo exactamente o contrário. A meu ver, a Agência Espacial russa, está em stand-by para caso seja necessário, aumentar o nº de satélites militares no espaço. Eles têm a capacidade de lançamento, mas estão a guardar para o que vem aí. O que mais uma vez é muito mau sinal para todos nós.
A Rússia está claramente empenhada e focada em atingir os objectivos a que se propôs.
2023 foi mau?
2024 vai ser pior. E suspeito que vai ser muito pior para nós. A Europa vai estar numa situação cada vez mais complicada.
P.S. Mísseis hipersónicos americanos
Onde é que eles andam?
Pelos vistos estão com sérias dificuldades no domínio desta tecnologia.
Test Failures Put Hypersonic Program in Doubt
Further recent testing disappointments with the U.S. Air Force hypersonic boost-glide vehicle likely have solidified the official end of the program in fiscal year 2024.
The House and Senate versions of the 2024 National Defense Authorization Act zero out the Biden administration’s request of $150 million for continued research and development of the Air-Launched Rapid Response Weapon (ARRW) system.
Senate Armed Services Committee budget documents state that, “in light of testing failures and statements from Air Force leadership in support of the competitor program, the committee is concerned that continued testing at the scale originally planned in the budget request seems unlikely to deliver persuasive results.”
The Air Force intended to begin procuring the weapon in 2023, but the program’s lackluster testing record in 2021 prompted the service to delay procurement.
On Aug. 19, the Pentagon conducted a test release of an all-up-round ARRW prototype missile from a B-52H bomber off the coast of southern California, but did not specify whether the test proved successful. After an ARRW system flight test in March, the Air Force did not detail its outcome until weeks later, when the service admitted it was unsuccessful.
The Army planned to field the ARRW system by the end of September, but now aims to deploy it by the end of the calendar year, which defense experts view as still unlikely.
The Pentagon’s hypersonic weapons effort stumbled again with the second cancellation this year of a scheduled test of the Army’s Long-Range Hypersonic Weapon (LRHW) system “as a result of pre-flight checks” on Sept. 6 at Cape Canaveral Space Force Station in Florida.
The string of failures and delays across the Pentagon’s various conventional-only hypersonic programs highlights the disorganization of the effort, which was founded largely to keep pace with Chinese and Russian hypersonic programs. Beijing and Moscow have both conventional and nuclear hypersonic programs.
“There wasn’t a strategy during my time at the Pentagon,” Will Roper, the former Air Force acquisition chief, told The Wall Street Journal in September. “And from what I can see from the outside, there doesn’t appear to be one now.”
A situação é deveras surpreendente. Os EUA, a superpotência de topo é incapaz de chegar a bom termo na tecnologia hipersónica. A Rússia está claramente à frente, quando tem cada vez mais tipos de mísseis hipersónicos capazes de serem lançados por meios terrestres, navais e aéreos. Tendo mesmo usado em situações de combate.
Isto é um sério problema para os EUA. O domínio da tecnologia hipersónica é uma clara vantagem para quem a domina. E muita gente vai começar a questionar como é que os EUA estão tão atrás, demonstrando incapacidade de chegar a bom porto.
A ver vamos.