Se eu alguma vez pensei em fazer um post deste género. Nunca imaginei algo semelhante. No entanto temos assistido a desenvolvimentos incríveis nos últimos tempos. E agora temos algo, que deveria de ser impossível ou pelo menos impensável.
Infelizmente, considero que já não o é. Vou passar a explicar.
Anda a circular na net que um drone português está envolvido nos ataques aos radares russos para conflitos nucleares. O drone em questão é o seguinte, falado recentemente na CNN.
Drones portugueses ajudam Ucrânia a destruir mais de mil milhões de euros de equipamento militar russo
Equipamentos da empresa criada por ex-alunos do IST têm sido fundamentais para detetar as movimentações do exército russo a longas distâncias, bem como identificar potenciais alvos para serem destruídos
Entre os veículos enviados está o AR3, um drone de pequenas dimensões desenvolvido e fabricado em Portugal capaz de operar em ambientes saturados de instrumentos de guerra eletrónica e de fazer vigilância a longa distância. Altamente versáteis e com uma autonomia de 16 horas, estes drones têm permitido à Ucrânia detetar as movimentações do exército russo a longas distâncias, bem como identificar potenciais alvos para serem destruídos...
Aparentemente, o drone foi utilizado para atingir estas instalações.
Mas que não chegou ao seu destino.
Dizem que é um drone AR3 e realmente parece. E que o alvo era novamente este radar:
Este radar faz parte de um sistema de radares que têm como função detectar mísseis numa guerra nuclear. Como se pode ver pelo mapa, a cobertura de cada um deles anda na casa dos milhares de Km's. E mais estão a ser construidos, um na Crimeia.
Estes radares nada têm a haver com a situação ucraniana. Estão desenhados para um outro tipo de conflito. Portanto se estão a ser alvo de ataque, poderá haver intenções bem mais sinistras. Ou a Ucrânia está a tentar efectivamente arrastar outros paises, ou há outras forças que estão interessadas em colocar problemas no sistema de aviso para ataques nucleares. Nenhuma das opções é boa.
A Rússia para situações em que sejam atacados alvos estratégicos e de natureza nuclear tem mão pesada, podendo a resposta ser nuclear.
Dado que a Rússia notificou oficialmente a Inglaterra e França sobre o que aconteceria, para ataques com mísseis em território russo, ou a entrada de contingentes militares. A Rússia iria ripostar, dentro ou FORA da Ucrânia.
Com este aviso oficial, a parada subiu imenso. Neste momento, caso seja usado um míssil inglês para atacar território russo, diria com 100% de certeza que a Rússia irá atacar algo inglês. E se calhar por isso é que ainda não vimos um míssil a ser usado apesar das "autorizações" para o fazer.
O grande problema sobre estas questões, é que a Rússia, a Inglaterra e a França, são grandes potências, nucleares, membros com poder de veto na ONU e apenas para referir isto.
Muita coisa poderá correr mal se tivermos por exemplo um míssil lançado para a Rússia e esta atacar instalações militares inglesas. E nem estou a falar de um ataque nuclear, "simplesmente" um ataque convencional com mísseis.
E é aqui que infelizmente, nós, Portugal, entramos.
Portugal é um alvo mais seguro, uma potência mais pequena no esquema das coisas, não nuclear, não é membro com poder de veto na ONU, etc, etc.
Portugal, como país fornecedor do drone em questão onde o mesmo foi usado para atacar território russo e tendo como alvo um radar estratégico para guerra nuclear, tem as condições para ter uma resposta dura por parte da Rússia. Até nuclear pela perspectiva deles.Ao que saiba Portugal não foi notificado tal como a Inglaterra e a França foram. Mas se a situação com o drone é verdadeira, se Portugal for oficialmente notificado de que haverá uma resposta russa, caso novo drone entre por território russo adentro, Portugal é infelizmente um excelente candidato para mostrar ao mundo o que acontece quando alguém se mete com a Rússia. Porque a partir desse momento, a Rússia deixará de considerar Portugal como país neutro no conflito, Portugal será considerado como um dos países envolvidos no conflito e será tratado como tal.
Até na distância, Portugal é um candidato ideal para represálias. Ao atacar Portugal, a Rússia irá mostrar a todos, que todos estão ao seu alcance apesar das distâncias.
Eu já tinha feito referência em pelo menos dois posts (Mais Um Passo Para O Precipício II, Mais Um Passo Para O Precipício V), que estamos ao alcance dos seus mísseis stealth que podem ser convencionais ou nucleares.
E qual seria o alvo?
A empresa Tekever, que é quem fabrica os drones. E ao que percebo, localizada nas Caldas da Rainha.
E se de avião obriga que o míssil atravesse quase todo o território europeu para cá chegar, por navio a coisa é diferente.
Ou seja, a Rússia tem à sua disposição várias soluções para chegar a Portugal. E nem estou a falar dos novos mísseis hipersónicos. Gostaria de lembrar que em Janeiro deste ano, uma nova embarcação que foi armada pela primeira vez com mísseis hipersónicos, foi exactamente enviada para o Atlântico e passou ao lado de Portugal.
Rússia revela que fragata que passou na costa portuguesa testou capacidade de ataque de mísseis hipersónicos
O Ministério da Defesa russo revelou, em comunicado, esta quarta-feira, que a fragata Almirante Gorshkov testou a capacidade de ataque com mísseis Zircon com um alcance de mais de 900 quilómetros, avança a Reuters.
Na nota, o ministério diz que a fragata executou uma simulação num computador sobre mísseis Zircon, projéteis hipersónicos com capacidade de alcançar alvos a mais de mil quilómetros. O “exercício de treino” decorreu na zona ocidental do Oceano Atlântico...
...Na semana passada, a Marinha portuguesa revelou que acompanhou a passagem de dois navios russos, que têm estado a atravessar águas perto de Portugal. Um dos navios foi justamente a fragata Almirante Gorshkov, que teve uma deslocação a oeste da ilha das Flores, no arquipélago dos Açores, até cerca de 1.300 quilómetros...
E se pensarmos que a Rússia quer dar um exemplo do que pode acontecer na Europa, caso as coisas corram muito, mesmo muito mal. Deixo aqui uma simulação de um míssil nuclear de 250 Kt, que é o que o que leva um daqueles mísseis que está debaixo daquele avião lá acima.
Isto é pensar muito negativo. Isto é pensar no pior. Isto é pensar que não pode acontecer.
No entanto, há uns anos atrás nem acreditaria que pudessemos estar hoje onde estamos e como estamos.
E no entanto, cá estamos.
Onde tudo pode acontecer.
Para reflectir.
Porque, confesso, não sei onde iremos parar.
P.S. Putin Avisa
Putin avisa Europa de "graves consequências" do uso de armas da NATO
O Presidente russo, Vladimir Putin, advertiu hoje a Europa das “graves consequências” se os países da NATO permitirem que a Ucrânia utilize armas ocidentais contra alvos em território russo.
“Estes representantes dos países da NATO, especialmente na Europa, especialmente nos países pequenos, devem saber com o que estão a brincar”, afirmou Putin numa conferência de imprensa no final de uma visita ao Uzbequistão.
“Devem lembrar-se que, regra geral, são Estados com territórios pequenos, mas densamente povoados”, afirmou, citado pela agência espanhola EFE.
Putin insistiu que este é o fator que os países ocidentais “devem ter em conta antes de falarem em lançar ataques contra o interior do território russo”...
Gostaria de realçar, a afirmação "países pequenos". O que só torna os meus pensamentos ainda mais sombrios.