quinta-feira, 22 de setembro de 2022

À Beira Do Abismo

 


Eu estava a aguardar que fizesse um ano sobre o últimato russo que ocorreu em Dezembro de 2021. Na altura tinha chamado a atenção (À Beira Do Precipício) que a situação iria ficar muito perigosa e que a Europa, nós, corremos sérios riscos. Sugiro a leitura desse post.

Bom, parece-me que foi enviado um sinal claro, muito claro de que o prazo do últimato está a expirar. O anúncio da mobilização parcial, a meu ver, é algo muito maior que a questão ucraniana. É a preparação para a possibilidade de o conflito alastrar para outros países europeus. Mesmo nesta situação e apesar de toda a gente pensar em conflito nuclear, mantenho a minha posição que a Rússia não vai recorrer a esse tipo de armamento na Europa porque não precisa e os EUA não vão recorrer a esse tipo de armamento para ajudar a Europa, porque significaria também a aniquilação dos EUA. A ajuda dos EUA à Europa mesmo ao abrigo do artigo 5º será semelhante ao que a Europa está a fazer na Ucrânia. Apoio e envio de armamento.

A Europa com mais de 400 milhões de habitantes e ajuda americana, terá concerteza todas as condições para enfrentar uma Rússia, que, de acordo com toda a gente, imprensa e opinadores, já está de rastos.

Infelizmente, com vários meses passados, a narrativa de que a guerra se restringe à Ucrânia, persiste. O últimato russo nem é tema de conversa.

A guerra é entre a Rússia e os EUA, Europa. Com manifestação física na Ucrânia. Para já.

A somar a questão da mobilização, temos a questão da decisão da Rússia de integrar certas partes da Ucrânia, onde está previsto que comece amanhã a votação. As implicações são vastas. Este território vai com toda a certeza passar a ser território russo. Mesmo que mais ninguém o reconheça, será reconhecido pela Rússia. É território russo, quem o atacar estará em guerra com a Rússia, com todas as implicações.

Penso que esta seja a realidade a partir de 1 de Outubro, ou seja, dentro de uns 10 dias. Dentro de 10 dias a questão da operação militar vai mudar de contexto, se os ucranianos não sairem do território ou se o atacarem, poderemos ter um tipo de resposta (não nuclear) que ainda não vimos. A Rússia, ao contrário do que a imprensa e opinadores indicam, tem muita capacidade convencional devastador (referi uma pequena parte do arsenal em Mais Um Passo Para O Precipício).

A realidade do terreno ficará mais próxima do que aquilo que acho que será o desfecho, como indiquei neste mapa em (Mariupol).


Estamos a falar do desmembramento e fim da Ucrânia tal como a conhecemos.

Reservado para nós, europeus, será o endurecer das relações já de si, muito agravadas. Tenho como teoria que para o "aniversário" do 1º ano sobre o últimato lançado, em pleno Inverno e no caos energético, a Rússia irá agravar a situação, cortando o fornecimento de qualquer tipo de fonte de energia e matérias primas com o intuito da destruição económica e industrial do continente. Se isto não bastar, no próximo ano, estaremos numa situação deveras crítica.

As pessoas têm que ter noção o que significam ultimatos.

- Acata-se o últimato
- Negoceia-se o últimato
- Impõe-se pela força o que se pretende 

Praticamente ninguém sabe o que consta no últimato, ele está esquecido, apesar de ter sido tornado público, para todos nós.

A Rússia não esqueceu.

Em breve vai tornar claro, para toda a gente, o significado da palavra.



P.S. A meu ver, parte da mobilização, é para encher as fábricas de armamento. Já há alguns meses que surgem indicações de que as fábricas estão a ser preenchidas com mais turnos de modo a funcionar 24/7. É assim que se prepara para uma guerra. E nós? como estão as nossas fábricas?

Simples, paradas por falta de energia e matérias primas, afinal, estas coisas vêem... da Rússia.

Os europeus, têm com urgência, compreender a gravidade da situação em que nos encontramos.

A bem da nossa sobrevivência.

5 comentários:

  1. Dificil compreender a mansidão dos cidadãos alemães, franceses, italianos, espanhóis, ao serem conduzidos alegremente para o abismo. Ou… haverá censura?
    Por cá ainda entendo pois temos uma economia ridícula baseada em serviços e em subsídios, mas na Europa industrializada?
    Mª Conceição Gaivão

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    1. E algo que me deixa abismado já há muito tempo. Como é que países tão avançados, com uma população educada, não tem um espírito mais crítico? Como é que temos uma imprensa "livre" que nos empurra para as conclusões que alguém quer que cheguemos?

      Eu escrevo neste blogue há anos, tento sempre basear em informação o mais fidedigna possível, está acessível a toda a gente, no entanto os telejornais, jornais e artigos de opinião estão cheios de incoerências, sempre a apontar para a mesma narrativa. Porquê?

      Como se costuma dizer, "a mentira tem perna curta", mais tarde ou mais cedo não será possível esconder certas coisas.

      O meu receio é que seja demasiado tarde. Pois eu começo a ter a sensação que a Europa já foi longe demais. Estamos, a meu ver, a trilhar um caminho deveras perigoso.

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    2. Também me parece que já é tarde demais para corrigir o rumo, até porque isso implicava reconhecer o erro e isso não é atitude que se possa esperar de políticos e seus promotores.

      https://michaelpsenger.substack.com/p/the-china-situation-isnt-as-bad-as?utm_medium=reader2

      Reencaminho análise que achei interessante.
      M.Conceição Gaivão

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    3. A China é um colosso.

      E eu tenho muita pena, muita pena que os políticos europeus miopes tenham decidido empurrar a Rússia para os braços dela.

      Energia e matérias primas em abundância, além de material militar de ponta.

      A nossa prioridade deveria ser exactamente o contrário, não deixar que a Rússia começasse a olhar para o Oriente, mas foi exactamente isto que fizemos.

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  2. Não estamos à beira do abismo,estamos no fim!

    Será uma questão de tempo.

    A queda do sistema ocidental é inevitável .
    O sistema entrará em colapso, mas aqueles que o criaram e lucraram com ele, e que querem que ele acabe, sobreviverão, enquanto o povo acabará por sofrer as consequências.
    O caos global se aproxima ,e por isso devemos ter a capacidade de nos adaptar à mudança. É o que não está a acontecer com a maioria das pessoas.
    Os Brics vão separar-se do dólar, o que significará o fim da economia americana e europeia,com o colapso das 2 moedas.
    O PIB não é um indicador fiável, o que importa é a balança comercial. E os países ocidentais estão a afogar-se em dívidas.
    Normalmente, estas crises sistémicas conduziriam a disfunções económicas e sociais e, depois, inevitavelmente, a guerras cruéis... Mas aqui estão a enfrentar o desconhecido, simplesmente porque antes eram impérios coloniais ou neocoloniais...


    Com o risco mais que provável de uma guerra total devido ao declínio ocidental,como a sua falência moral e monetária.
    Por isso, a maioria das pessoas não se apercebe de que estamos todos agarrados às paredes da nossa prisão colectiva.
    Eles (políticos) levar-nos-ão ao caos enquanto a sociedade civil for incapaz de questionar as responsabilidades desta gente que fazem as regras e regulamentos deste sistema económico antinatural.
    O roubo organizado do nosso esforço comum para melhorar as condições das nossas vidas é a norma que o dinheiro mantêm.
    Não haverá salvadores neste caos.
    A questão porque não se faz a paz entre os EUA e a Rússia, é porque a guerra na Ucrânia, são os EUA que estão a liderar a guerra, por uma simples razão dos EUA representarem a Ordem Mundial, o que não convém às outras potências como a Rússia e a China, que querem um mundo multipolar, ou seja, cada país é soberano, cada um decide por si, e não esperar por ordens dos EUA como atualmente a Europa que espera por ordens dos EUA.
    Não sejamos ingénuos: as riquezas minerais não se limitam à Ucrânia. A Rússia também as possui, bem como grandes fontes de energia.
    Então, quem é que precisa mais urgentemente destes recursos?
    Além disso, parece que, pouco antes da guerra, alguns membros da comitiva de Biden se envolveram em excessivas negociações para adquirir terras agrícolas ucranianas.


    Se o celeiro dos EUA tiver o monopólio das terras mais ricas da Ucrânia, estará em posição de ditar as regras e preços à Europa.
    Por isso adivinha-se muita fome na europa.
    Em terceiro lugar, partindo do princípio de que os EUA se tornam a potência por detrás da Ucrânia e de que a Rússia sai enfraquecida do conflito, quanto tempo demorará até que um exército invada a Rússia em benefício dos EUA, que ganhariam autoridade sobre os seus recursos?
    Há décadas que as potências mundiais movem os seus peões no tabuleiro de xadrez internacional para obter o controlo dos recursos, sejam eles matérias-primas ou energia.
    recursos energéticos.

    A guerra ucraniana é apresentada de forma positiva para manipular a opinião pública, mas é travada para satisfazer os interesses de grandes grupos.
    Resumindo todos nos mentem,todos aldrabam!
    Por outras palavras, a população vai pagar a sua dívida nacional através da hiperinflação, guerra ,baixando drasticamente o seu nível de vida. É o que se chama uma depressão económica.
    Em caso de hiperinflação, os valores bolsistas sobem, porque são expressos em dólares, mas normalmente perdem valor real. Isto significa um empobrecimento real para os investidores.É o que acontece quando tudo é pago com dinheiro imprimido.
    Chegamos ao fim,a questão é quando vai começar!

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