quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Guerra Na Europa: Alemanha Ferida De Morte

 



Tenho estado a pensar no que aconteceu, há anos que acompanho a evolução energética, este blogue sempre se focou na importância da energia e o seu impacto geoestratégico/político e quanto mais penso mais acho que estamos perante um cenário catastrófico. Para a Alemanha e a seguir para todos nós europeus.

Arranjei mais um mapa para tentar explicar a minha visão e o porquê de considerar a situação catastrófica.


Este mapa mostra a capacidade europeia de receber gás natural líquido e os pipelines vindos da Rússia. Como se pode ver claramente a capacidade máxima de recepção de GNL na Europa, como um todo, é de 169.38 Bmc. Só os 2 Nord Stream têm a capacidade de 110 Bmc. Que neste momento ao que entendo, pode no máximo ser transportado 27 Bmc, porque parece que uma das linhas do NS2 não foi afectada. E mesmo isto não tenho a certeza.

Ora, podemos também ver no mapa que o pipeline Yamal que passa pela Polónia está sem passar e não se prevê que volte a passar. Na Ucrânia, estou convencido que muito em breve vai deixar de passar.

O mapa indica os países que têm capacidade de receber GNL e estão marcados a azul. A Alemanha não tem. E todos os países na Europa Central sem acesso ao mar, não podem naturalmente ter.

A Alemanha não tem gás suficiente para o Inverno e não tem como o receber de forma autónoma. A Alemanha terá que restringir o gás para a Indústria ou a sua população vai sofrer. Ou de outra forma, a Alemanha tem que parar de produzir seja o que for.

Alguém decidiu acabar com a Alemanha tal como ela existe. Sendo a Alemanha um dos pilares da UE, podemos estar a falar do fim da UE e do fim do euro, para não falarmos da hipótese cada vez maior dos países europeus serem arrastados para a guerra.

Outubro possívelmente será um mês crítico para se ver o que vai acontecer. Vamos já assistir amanhã ao reconhecimento por parte da Rússia da integração dos novos territórios.

A partir de 1 de Outubro, a guerra vai tomar outros contornos (e muito mais violentos), porque a Ucrânia estará numa perspectiva russa, a atacar solo russo.

A Alemanha vai ficar em dificuldades em breve, mas se calhar até isto será um pormenor caso a guerra se alastre.

Entretanto a inflação na Alemanha, já está em aceleração e ainda não está reflectido a sabotagem dos gasodutos.

Inflação na Alemanha atinge valor mais elevado em 70 anos

A inflação na Alemanha atingiu os dois dígitos em setembro, algo inédito desde a criação do euro, tratando-se do valor mais elevado em 70 anos. O índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) subiram 10,9% face ao mesmo mês do ano anterior, ultrapassando as previsões dos analistas e o valor registado em agosto, 8,8%. Já o índice de preços no consumidor (IPC) registou um aumento de 10%...


Tenho estado a aguardar declarações de Scholz específicas acerca da sabotagem, mas pelo que vejo, ainda não disse nada e nem imagino como deve estar os bastidores. Alguém atacou e condenou a Alemanha a uma morte lenta. Há decisões críticas a tomar.

Espero estar enganado mas esperam-nos tempos muito difíceis.

E a Alemanha, e se calhar outros países, vão ter que tomar decisões em breve. Decisões de vida ou de morte.




P.S - Aquele mapa lá em cima, estava a guardá-lo para um post, onde iria indicar que a Rússia não tem necessidade de enveredar pelo nuclear, mesmo contra a Europa. Por cada terminal GNL naquele mapa, 2 mísseis hipersónicos. Não são precisos muitos e não deverá haver nenhuma arma disponível que os possa interceptar.

Não podemos esquecer, que ao contrário dos EUA e Rússia, a Europa está esgotada energéticamente. Alguns mísseis e a Europa ficaria num caos tal é a sua dependência de energia vinda do exterior. 

Mas estes pensamentos ficarão para um próximo post, mais perto do lançamento novo navio a propulsão nuclear que a Rússia possivelmente vai ainda lançar este ano com capacidade de levar não uns 8 como os actuais que têm estado a actuar na Ucrânia e no passado na Síria, mas uns 80 mísseis hipersónicos.

É olhar para o mapa e imaginar um navio destes a passar pela costa europeia.

terça-feira, 27 de setembro de 2022

Guerra Na Europa: O Ataque À Alemanha

 


As coisas precipitam-se e cada vez está mais difícil acompanhar todas as situações que começam a acontecer em simultâneo.

Por esta altura o meu foco estava no referendo dos novos territórios da Rússia e uma resposta bem mais musculada por parte desta daqui para a frente.

De seguida seria o foco do que considero a data crucial, o ultimato russo que seria em Dezembro. Em pleno Inverno, e onde deverá reinar o caos na Europa.

Erro meu.

Alguém tomou a decisão de acelerar a implosão da Europa. A sabotagem a 3 linhas dos pipelines Nord Stream (cada Nord Stream é composto por 2 pipelines) é um ataque directo á Alemanha e a toda a Europa.

Neste momento, diria que a Alemanha terá que entrar em modo de emergência energética. E suspeito que muito da indústria terá que parar.

Diria que a situação na Alemanha se tornou crítica e de certeza que muitos alemães perceberam a gravidade da situação em que se encontram.

Os alemães vão ter que se mexer e tentar descobrir quem lhes espetou uma faca nas costas. E se calhar não vão gostar do que vão descobrir. Mas suspeito que agora será uma questão de sobrevivência. E da sobrevivência da Europa.

Porquê a importância dos Nord Stream? Vou usar uma imagem que usei num post anterior (Gás Americano: Uma História Da Carochinha) e actualizá-la.


Foi cortado os 2 pipelines directos, o Yamal que atravessa a Polónia, não é abastecido com gás, ainda antes de ter sido lançado o ultimato russo e o que sobra são os pipelines na Ucrânia, que como toda a gente sabe está em guerra.

Ao longo dos anos acompanhei a saga destes pipelines e fui reportando aqui. Tenho perfeita consciência de que a guerra na Ucrânia não seguiu o seu percurso em 2014 porque a Rússia não queria afectar o abastecimento à Alemanha e a mais alguns países europeus. E havia a questão principal que ainda não foi endereçada. As bases de mísseis colocados na Polónia e Roménia, um dos temas principais do ultimato e que estão por resolver.


Até agora a situação da escassez de energia na Europa, seria facilmente resolvida por meio de negociações e eu pensava que isso poderia eventualmente acontecer neste Inverno. Teria que ser resolvido entre a Alemanha e a Rússia. Como estaria a Ucrânia neste jogo... Eu como já disse várias vezes, a Ucrânia tem o seu destino traçado.

Mas o problema seria a questão seguinte que a Rússia quer resolver. Tirar as bases americanas da Polónia e Roménia. E assegurando o fornecimento de energia ao motor da Europa, a Rússia poderia lidar com a Polónia e com as bases americanas.

Agora a Rússia voltou à estaca zero. Os pipelines que construiu apesar da formidável oposição americana e polaca foram sabotados. A Alemanha voltou a estar dependente da energia russa que passa pela Ucrânia e Polónia.

Ora, a Ucrânia está em guerra e a mesma vai alastrar para novas zonas, portanto se a Rússia e a Alemanha quiserem tratar da situação do gás, além de terem que fazer concessões à Ucrânia, a Rússia terá que fornecer gás à Ucrânia.

Se correr mal a hipótese de cima, sobra a Polónia, o pipeline Yamal, que permite algum alívio. Claro que com esta situação a Rússia ficará novamente com um dilema sobre o que vai fazer com a Alemanha a quem quer (na minha opinião) manter ligações e a quem quer assegurar energia. Com o pipeline novamente activo a Rússia não poderá tocar na Polónia.

Esta sabotagem sacrifica a Alemanha de modo a impedir a Rússia de prosseguir com os seus planos e implementar o que exigiu no ultimato. 

Quem estará interessado nisto e quem está mais perto do pipeline? É ver o mapa e ver onde foram as explosões.

Na zona mais próxima da Polónia.


(mapa retirado de artigo do Finantial Times )

E a Polónia não fez isto sozinha. A Polónia não faria algo tão grave. A Polónia só pode ter feito isto por "aconselhamento" da outra superpotência nuclear que tem as suas bases de mísseis instaladas.

Se a Alemanha e a Rússia chegarem à mesma conclusão, temos o caldo entornado na Europa, na NATO e com os americanos.

Possivelmente, dia 26 de Setembro de 2022, marca o início de uma nova grande guerra na Europa.




A rever:


segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Scholz Sem Opções


Ao que chegou a maior potência europeia. País com duas ligações directas com o maior fornecedor do mundo e anda a pedinchar pelo Médio Oriente.

Lembro-me muito bem, pois não foi assim há tanto tempo, que cada político que ia à Rússia, na sua declaração incluia sempre a preocupação com os direitos humanos no país.

Curiosamente nunca vejo os mesmos políticos terem a mesma conversa no Médio Oriente. Aqueles países devem estar muito melhores. Nem necessitam de reparos. As mulheres que o digam.

Seja como for, Scholz poderá estar um pouco acima de Biden na Arábia Saudita,


Mas Scholz...


Não tem hipótese, contra Putin.


O Médio Oriente está com muita atenção para estas jogadas entre os grandes. E a Arábia Saudita, tal como tenho assinalado no meu blogue, já teve grandes chatices com a Rússia e agora deixou-se de falar em OPEC. Agora fala-se de OPEC+. A Rússia.

Nos Emiratos a coisa repete-se.

Scholz está muito bem,



Mas Putin está imbatível.


E se dúvidas houvesse, basta ver a recepção feita a Putin. Vale a pena dar uma olhadela para ter a noção da recepção que foi preparada.

O príncipe foi esperá-lo ao aeroporto. E de seguida a recepção.

O vídeo é comprido, mas destaco os pormenores como o mesmo foi feito. Para impressionar. Atenção ao pormenor da escolta a cavalo, sensivelmente no minuto 3 e a  passagem de aviões com as cores da Rússia a partir do minuto 6.

Há com os Emiratos muitos acordos feitos e alguns estratégicos com a Rússia. Na minha opinião, a Rússia cresceu e muito aos olhos dos países Árabes, após a intervenção na Síria.

Só que por mais acordos que arranje, a Alemanha não consegue substituir as quantidades massivas de energia vindas da Rússia. E, volto a afirmar, mesmo que o consiga, não consegue obter a preços russos.

Opções? parar a Indústria.

VW may shift output from Germany over gas shortage

VW may shift output from Germany to countries with better access to gas.

Volkswagen Group could shift production out of Germany and eastern Europe if a shortage of natural gas persists, the latest sign that the energy crisis unleashed by Russia's invasion of Ukraine threatens to shake up Europe's industrial landscape.

VW said Thursday that moving production was one of the options available for it in the medium-term if gas shortages last much beyond this winter.

VW has major factories in Germany, the Czech Republic and Slovakia, which are among the European countries most reliant on Russian gas.

VW operates car factories in Portugal, Spain and Belgium, countries that host LNG terminals.

VW said it should be able to maintain production in the next 5 to 6 months if Germany continues to fill its gas reserves but rising energy prices and instability in supply chain networks present a risk to global production.

Suppliers at risk

Suppliers in energy-intensive areas such as glass and chemicals will not be able to shoulder the gas and electricity price increases for long, VW executives warned.

Though most car parts made in Europe are used by European plants, some are shipped to plants abroad. Just one missing piece can bring production to a standstill, as shown by the fallout from the semiconductor shortage of recent years.

If gas deliveries to Germany from Russia through the Nord Stream 1 pipeline do not resume, VW expects natural gas shortages from June of 2023.

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Curiosamente entre a visita de Schozl e as declarações da VW, nomeadamente sobre a preocupação das entregas de gás pelo Nord Stream 1, algo aconteceu.

Nord Stream 2 pipeline pressure collapses mysteriously overnight

The pipeline has been one of the flashpoints in an escalating energy war between Europe and Moscow since Russia’s invasion of Ukraine in February that has pummelled western economies and sent gas prices soaring.

Nord Stream 2’s operator said pressure in the undersea pipeline dropped from 105 to 7 bar overnight.

The Russian-owned pipeline, which was intended to double the volume of gas flowing from Vyborg, Russia, under the Baltic Sea to Germany, had just been completed and filled with 300m cubic metres of gas when the German chancellor, Olaf Scholz, cancelled it shortly before Russia invaded Ukraine...

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Um pormenor. Se uma nação não tem energia para produzir carros e aço, como é que vai produzir tanques para uma guerra...? 

Se calhar esta é uma das razões porque...

Germany’s Chancellor Has ‘a Lot’ for Ukraine. But No Battle Tanks.

Chancellor Olaf Scholz of Germany gets right to the point when asked why his country will not send battle tanks to Ukraine: It is “a very dangerous war,” he said.

Ukraine has made gains recently against Russia, which invaded the country in February, and has been asking the West for reinforcements. But Germany has declined to lead the way in sending that aid.

“We are supporting Ukraine,” Mr. Scholz said last week in an hourlong interview with The New York Times. “We are doing it in a way that is not escalating to where it is becoming a war between Russia and NATO because this would be a catastrophe.”

[Link]

Se a Europa não tem condições (nem energia) para ter a sua indústria a funcionar, como pode sequer pensar em entrar numa guerra...?

Vem aí coisas más.

Muito más.



Relacionados:

O Mal Estar Alemão

Portugal e Gás: O Desespero de Scholz

América: O Declínio III

Guerras Energéticas: Arábia Saudita Perde Braço De Ferro Com Rússia

domingo, 25 de setembro de 2022

Energia: Na Europa É Assim

 



Enquando na Europa se assiste à escalada generalizada dos preços, devido ao braço de ferro com a Rússia, assistimos a situações interessantes.

A situação do petróleo é complicada e a Alemanha está com um problema sério. É que não é só a questão do fornecedor (Rússia), mas também dos países de trânsito.

A Alemanha decidiu nacionalizar 3 refinarias que estavam sob controlo da Rosneft, a empresa russa de petróleo.

Germany seizes Russian oil firm Rosneft’s refineries

Berlin has taken control of the German operations of Russian oil firm Rosneft to secure energy supplies which have been disrupted after Moscow’s full-scale invasion of Ukraine.

Rosneft’s German subsidiaries, which account for about 12 percent of oil refining capacity in the country, were placed under the trusteeship of the Federal Network Agency, the economy ministry said in a statement on Friday...

... Fears had been running high, particularly for PCK Schwedt, which is close to the Polish border and supplies about 90 percent of the oil used in Berlin and the surrounding region, including Berlin Brandenburg international airport...

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Como podemos ver por este mapa, A Alemanha não está dependente apenas da Rússia, está dependente também da Polónia como país de trânsito. 

Esta foi sempre uma das coisas que eu chamei a atenção ao longo destes anos em váriadíssimos posts. A principal razão da construção dos novos pipelines (de gás), foi permitir ultrapassar os países trânsito problemáticos, tais como a Ucrânia e a Polónia. Foram construidos especificamente para a Alemanha os Nord Stream (I & II), a Rússia assegurou abastecimento DIRECTO ao motor da Europa. O mesmo não foi feito para o petróleo.

Um dos mais ferozes opositores a estes gasodutos foi a Polónia.

E que faz a Polónia, sabendo que tem o controlo sobre a passagem de petróleo russo para a Alemanha?

Polish firm reportedly wants to take over Rosneft’s stake in German refinery

Polish refiner PKN Orlen is interested in taking a controlling stake in the PCK Schwedt refinery that Germany has placed under a trusteeship, effectively removing control from Russia’s Rosneft, sources in Berlin and Warsaw familiar with the matter told Reuters on Friday...

Warsaw said earlier this year that ending Russian ownership of the refinery was a condition for potentially supplying it with sea-borne oil via a terminal in Gdansk and via Polish pipelines to replace Russian crude...

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Como se costuma dizer, para bom entendedor, meia palavra basta.

A Polónia está a pisar gelo muito, muito fino. E a Polónia, faz parte dos países visados no últimato russo, devido à colocação de bases americanas de misseis (O Ataque À Polónia). E esta questão vai ser endereçada pela Rússia, muito possivelmente no próximo ano.

Enquanto isto a Rússia continua a aumentar a sua oferta de Gás Natural Líquido, sendo activado mais um terminal para exportação que até estava planeado para fornecer a Europa. Mas, é esta a vantagem do GNL. Por navio é entregue onde se quiser, ao contrário dos gasodutos.

First LNG cargo departs from Gazprom’s Portovaya terminal


The first cargo of liquefied natural gas (LNG) produced at Gazprom’s Portovaya LNG complex in the Leningrad region has departed, according to shipping data.

The 170,000-cbm LNG carrier Pskov, owned by Sovcomflot, set sail on Tuesday from the 138,107-cbm Portovyy, which serves as a floating storage unit for Gazprom’s LNG export project located near Russia’s Baltic Sea port of Vysotsk....

... The vessel seems to be heading towards Egypt’s Suez Canal but the final destination of the LNG carrier was not available on Monday morning...

[Link]

É uma situação insana, mau demais. Estamos a falar de um novo terminal no Mar Báltico e a indicação é que irá para o canal do Suez. Possivelmente poderá abastecer a Índia. Um navio cheio de gás vai contornar toda a Europa que está asfixiada por falta de energia.

Vou usar o mapa que coloquei num post anterior (O Novo Caminho Marítimo Para A Índia) e marcar a verde o caminho que penso que vai realizar. Um terminal no Báltico, novo e que tinha como objectivo fornecer a Europa. Agora, todos os objectivos da Rússia é de facto contornar a Europa e abastecer o resto do mundo.


Mas há melhor. Muito melhor. A Bélgica...

First nuclear reactor to be shut down in Belgium

 

According to the Belgian law on nuclear phase-out, the Doel 3 nuclear reactor will stop operating on Friday after 40 years of activity...

... On Friday, Doel 3 will be disconnected from the electricity grid according to the nuclear phase-out law. This is the first time that a reactor is shut down in Belgium and comes while energy prices are soaring and ahead of a difficult winter...


Palavras para quê?

O terceiro mundo, deve estar a coçar a cabeça. É para chegar a isto que se dá educação a uma população? Se calhar, a 4ª classe chega.

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

À Beira Do Abismo

 


Eu estava a aguardar que fizesse um ano sobre o últimato russo que ocorreu em Dezembro de 2021. Na altura tinha chamado a atenção (À Beira Do Precipício) que a situação iria ficar muito perigosa e que a Europa, nós, corremos sérios riscos. Sugiro a leitura desse post.

Bom, parece-me que foi enviado um sinal claro, muito claro de que o prazo do últimato está a expirar. O anúncio da mobilização parcial, a meu ver, é algo muito maior que a questão ucraniana. É a preparação para a possibilidade de o conflito alastrar para outros países europeus. Mesmo nesta situação e apesar de toda a gente pensar em conflito nuclear, mantenho a minha posição que a Rússia não vai recorrer a esse tipo de armamento na Europa porque não precisa e os EUA não vão recorrer a esse tipo de armamento para ajudar a Europa, porque significaria também a aniquilação dos EUA. A ajuda dos EUA à Europa mesmo ao abrigo do artigo 5º será semelhante ao que a Europa está a fazer na Ucrânia. Apoio e envio de armamento.

A Europa com mais de 400 milhões de habitantes e ajuda americana, terá concerteza todas as condições para enfrentar uma Rússia, que, de acordo com toda a gente, imprensa e opinadores, já está de rastos.

Infelizmente, com vários meses passados, a narrativa de que a guerra se restringe à Ucrânia, persiste. O últimato russo nem é tema de conversa.

A guerra é entre a Rússia e os EUA, Europa. Com manifestação física na Ucrânia. Para já.

A somar a questão da mobilização, temos a questão da decisão da Rússia de integrar certas partes da Ucrânia, onde está previsto que comece amanhã a votação. As implicações são vastas. Este território vai com toda a certeza passar a ser território russo. Mesmo que mais ninguém o reconheça, será reconhecido pela Rússia. É território russo, quem o atacar estará em guerra com a Rússia, com todas as implicações.

Penso que esta seja a realidade a partir de 1 de Outubro, ou seja, dentro de uns 10 dias. Dentro de 10 dias a questão da operação militar vai mudar de contexto, se os ucranianos não sairem do território ou se o atacarem, poderemos ter um tipo de resposta (não nuclear) que ainda não vimos. A Rússia, ao contrário do que a imprensa e opinadores indicam, tem muita capacidade convencional devastador (referi uma pequena parte do arsenal em Mais Um Passo Para O Precipício).

A realidade do terreno ficará mais próxima do que aquilo que acho que será o desfecho, como indiquei neste mapa em (Mariupol).


Estamos a falar do desmembramento e fim da Ucrânia tal como a conhecemos.

Reservado para nós, europeus, será o endurecer das relações já de si, muito agravadas. Tenho como teoria que para o "aniversário" do 1º ano sobre o últimato lançado, em pleno Inverno e no caos energético, a Rússia irá agravar a situação, cortando o fornecimento de qualquer tipo de fonte de energia e matérias primas com o intuito da destruição económica e industrial do continente. Se isto não bastar, no próximo ano, estaremos numa situação deveras crítica.

As pessoas têm que ter noção o que significam ultimatos.

- Acata-se o últimato
- Negoceia-se o últimato
- Impõe-se pela força o que se pretende 

Praticamente ninguém sabe o que consta no últimato, ele está esquecido, apesar de ter sido tornado público, para todos nós.

A Rússia não esqueceu.

Em breve vai tornar claro, para toda a gente, o significado da palavra.



P.S. A meu ver, parte da mobilização, é para encher as fábricas de armamento. Já há alguns meses que surgem indicações de que as fábricas estão a ser preenchidas com mais turnos de modo a funcionar 24/7. É assim que se prepara para uma guerra. E nós? como estão as nossas fábricas?

Simples, paradas por falta de energia e matérias primas, afinal, estas coisas vêem... da Rússia.

Os europeus, têm com urgência, compreender a gravidade da situação em que nos encontramos.

A bem da nossa sobrevivência.

sábado, 17 de setembro de 2022

Guerras Energéticas: A Bomba Relógio Russa V

 


É dia de celebração. A União Europeia, todos nós, podemos comemorar mais um feito. A inflação na UE atingiu a marca dos 2 dígitos! Esta façanha foi atingida agora em Agosto em pleno Verão.



Como estávamos há um ano atrás e como estamos agora. E ainda estamos no aquecimento. Afinal, ainda estamos no Verão. Mas dá para ter uma ideia de que o que virá aí para este Inverno. Uma ideia, porque muita gente nem sonha o que é viver com taxas destas, basta ver o que se tem passado nos últimos 20 anos, nunca chegou à fasquia sequer dos 5%, quanto mais 10% .


E como está a taxa de inflação em alguns países da UE? Assustador. Um panorama verdadeiramente assustador.


Temos 3 países que passaram a faixa dos 20% e um acima dos 25%! Curiosamente são os países Bálticos. Promete e muito o que poderá se passar por aquelas zonas.

Nós, estamos ainda abaixo da média, mas o panorama é que ainda só estamos no aquecimento.

A Goldman Sachs está a fazer umas previsões, claro está, também assustadoras.

Goldman Sachs: Average EU energy bills could reach CZK 12,300 a month

The investment bank says the impact of the current situation in Europe could be more severe than the 1970s oil crisis.

...Goldman Sachs said that at the beginning of next year, energy bills across the EU, which includes the Czech Republic, are expected to reach around 500 euros per month for a typical household...

In a note to investors released on Sunday, Goldman Sachs said European households’ bills will surge by 2 trillion euros at their peak early next year, and that this situation calls for government intervention.

At their peak, energy bills will represent about 15 percent of Europe’s gross domestic product, the note said, according to news agency Bloomberg. The repercussions of the current energy situation will be even deeper than those of the 1970s oil crisis, Goldman Sachs’ analysts stated.

...“This would help to cushion the adverse social impact of dramatically increased energy prices for households, rising by around 200 percent year-on-year on average in the EU, which Goldman Sachs forecasts for 2023 in the above-mentioned report,”...

[Link]

Enquanto isto, Putin, relembra que a situação é auto-infligida. Algo que estou constantemente a focar, quando é que as pessoas vão estar aos gritos para que se abra a torneira. Está fechada apenas por opção política. Não podemos esquecer, é uma escolha nossa. Quanto a situação, ou o tempo, "aquecer" vamos ver se os europeus vão continuar com a mesma opinião.

"Basta pressionarem o botão e tudo se resolve". Putin sugere à UE que levante sanções ao Nord Stream 2 se enfrenta dificuldades com o gás

Presidente russo dirigiu à UE para dizer que não foi a Rússia que bloqueou o Nord Stream 2, antes a Alemanha, e inclusivamente antes do início da campanha militar na Ucrânia em 24 de fevereiro.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, dirigiu-se esta sexta-feira aos países da União Europeia (UE) para sugerir que levantem as sanções ao gasoduto Nord Stream 2 para aliviarem as queixas sobre o aumento do preço do gás no inverno.

“Enfim, se estão impacientes, se tudo é tão difícil, decidam e levantem as sanções no Nord Stream 2, são 55 mil milhões de metros cúbicos por ano. Basta pressionarem o botão e tudo se resolve”, afirmou o líder do Kremlin em conferência de imprensa no final da cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (OCS), que decorreu na cidade de Samarcanda, no Uzbequistão.

Putin recordou não ter sido a Rússia que bloqueou o Nord Stream 2, antes a Alemanha, e inclusivamente antes do início da campanha militar na Ucrânia em 24 de fevereiro...

... Putin frisou ainda que o gigante do gás russo Gazprom e o Governo russo cumpriram e continuam a cumprir todas as obrigações contratuais.

“Deste lado nunca houve falhas, nem haverá”, defendeu...

[Link]

É bom lembrar que o Nord Stream 2 foi concluído faz agora um ano, rever (Nord Stream 2: A Conclusão Dos Pipelines Para a Europa)

Tenho visto várias narrativas pela imprensa, sempre dizendo que a Rússia está a cortar o gás, induzindo em erro a opinião pública e de forma intencional.

A Rússia continua a fornecer o gás CONTRATADO pelos países europeus. O problema é que a Rússia fora do gás contratado, não vende muito mais. Mas a opção de REDUZIR o volume de gás contratado foi da EUROPA. Semeamos ventos, colhemos tempestades.

É muito, mas muito curioso, que a imprensa não dê atenção a pormenores que não lhes convém. E chamamos a isto imprensa livre. 

E por falar na imprensa, este artigo foi retirado do Observador. Um jornal onde eu participava com alguma regularidade nos comentários.

Este jornal é exclusivamente online e onde suspeito que acabou com os comentários de não assinantes simplesmente porque transmitiam uma narrativa que não lhes interessava, ou punha em causa a narrativa que se esforçam por transmitir, especialmente devido à guerra na Ucrânia.

Há um preço a pagar. Se vivem de assinaturas e publicidade para espalhar a sua narrativa, o panorama não será nada bom nos próximos tempos. Á medida que a situação agudiza, elimina-se gastos supérfluos. Tanto pelos assinantes, como pelas empresas que cortam na publicidade.

Vamos a ver se resiste à guerra. Afinal a imprensa é um dos principaís culpados da situação em que estamos. 

Neste momento só penso na história da formiga e a da cigarra.

Somos a cigarra e o Verão acabou.



Link de apoio:
[Link]

Artigo anterior:
Guerras Energéticas: A Bomba Relógio Russa IV

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

O Mal Estar Alemão

 


A questão alemã é sempre algo que não podemos perder de vista. É uma das grandes potências que está na Europa e com demasiadas ligações com a Rússia para o gosto de alguns.

Também não podemos esquecer, que para a Rússia, a Alemanha é uma das nações com quem eles não querem perder ligações.

Não é por acaso que a Alemanha passou a ter acesso directo ao gás russo, não por 1, mas por 2 novos pipelines, o Nord Stream 1 & 2.

Ou como a Alemanha teve acesso à ferrovia russa para transportar equipamento militar para o Afeganistão sempre que necessitou.

A Alemanha sempre resistiu à pressão para que desistisse de ter estes novos pipelines, apesar da pressão enorme feita pelos americanos que tudo tentaram para que não fossem concluídos. Mas não podemos esquecer que foram. Ambos existem e o que impede o funcionamento de ambos, são simplesmente opções políticas e que nada impede que num futuro breve ou menos breve sejam usados. Tal como uma torneira que tenhamos em casa. Pois o importante está lá. A ligação fisica, esta, está montada e pronta.

A Alemanha, com toda a sua capacidade industrial e baseada em gás em grandes quantidades e barato é um dos maiores prejudicados neste braço de ferro entre russos e americanos. Ter em mente que para mim, este conflito na Ucrânia é apenas a ponta do iceberg de um conflito muito maior que está em curso. 

Houve uma situação em Janeiro que me chamou a atenção de que realmente nem todos concordam com o caminho e decisões  que o país está a tomar.

German navy chief Kay-Achim Schönbach resigns over 'ill-considered' Ukraine-Russia comments


The head of the German navy resigned late Saturday after coming under fire at home and abroad for comments he made on Ukraine and Russia, that were widely circulated online.

Vice-admiral Kay-Achim Schönbach said during a visit to India on Friday that Ukraine would never regain the Crimean Peninsula, annexed by Russia in 2014. He also questioned Western views over Vladimir Putin's intentions regarding Ukraine, adding that the Russian president deserved "respect".

By late Saturday, Schönbach had asked for his dismissal, saying he wanted to prevent further damage resulting to Germany and its military from his “ill-considered statements".

In a statement, the German navy said the defence minister had accepted Schönbach's resignation and appointed his deputy as interim naval chief...
Em Janeiro, já a situação estava ao rubro e dias depois, a Rússia manda as cartas aos países europeus, Portugal incluído, tenho havido uma resposta conjunta pela UE a 10 de Fevereiro e a 24 começam as hostilidades.

Agora, meses depois do início do conflito, quando já se vê que vai ser muito mais demorado, que vai entrar pelo Inverno adentro, que os custos serão muito, mas muito maiores que o previsto no início, temos mais sinais de desagrado.

No mês passado, a Alemanha diz que não tem stock para enviar mais armas para a Ucrânia e quem o diz é a ministra dos negócios estrangeiros, alguém que de certeza não deve ter gostado de ter feito esta declaração, pois nitidamente a sua inclinação é de dar todo o apoio à Ucrânia.

‘Germany’s military stocks are not enough to send more weapons to Ukraine’


Germany cannot send more weapons to Ukraine from its own military stocks, because it is already facing serious equipment shortages, Foreign Minister Annalena Baerbock said late Wednesday.

“We would like to support Ukraine militarily with everything we have. But unfortunately, in the current situation, we have an absolute deficit in our own stocks,” Baerbock told public broadcaster ZDF.

She said her government is having talks with German defense companies to produce military equipment specifically for Ukraine, which would include defensive weapons and advanced air defense systems.

The top German diplomat acknowledged that this process is likely to take longer than anticipated, and most of the shipments would not be possible before next year.


É claro que declarações destas não cairam nada bem a muita gente. Nada bem. A questão fica e a qual não consigo descortinar facilmente, é quem (ou quantos) na Alemanha estão a tentar fazer com que a Alemanha não prossiga pelo actual caminho, o qual eu considero destrutivo para o país e com impacto significativo no futuro da Europa.

Estamos em Setembro, quando muitos sinais de stress estão a ser enviados por vários sectores industriais alemães e estando em curso a "contra-ofensiva" ucraniana, a qual, suspeito, ainda vamos ouvir falar muito e temos mais uma alta patente militar a dizer coisas incómodas.

Germany’s top military chief gives ‘stunningly poor’ assessment of strength of Russian army



Eberhard Zorn says Russia still has ‘uncommitted capacity’ and that it will not have ‘personnel problems’ if Kremlin orders mobilisation ...

Germany’s top military chief has been criticised for a “stunningly poor analysis” of the Ukraine war, after he claimed that Russia was capable of opening a second front against Nato...

“[Vladimir] Putin is capable of” opening a second front, Germany’s most senior military commander told Focus magazine, saying that Kaliningrad, the Baltic Sea, and the Finnish border were all possible points of attack...

... In the same interview General Zorn also appeared to question the significance of the territorial gains made by the Ukrainian army over the past weekSaying that he “would be careful” to describe it as a counter-offensive, he described the Ukrainian advances as “counter attacks that can be used to win back places or individual sections of the front, but not to push Russia back on a broad front”.

He also expressed doubt that Ukraine could sustain a counter-offensive, saying that they lacked the manpower.

General Zorn further insisted that the German army could not give more weapons to Ukraine, saying that “all that we have given, we need it back”.

“For effective deterrence, we need the appropriate forces. Our partners are counting on us,” he insisted.


Interrogo-me se também se irá resignar nos próximos dias. 

O que estamos a ver são altos responsáveis militares a dar opiniões completamente contrárias às opções política tomadas.  Serão os únicos? e serão apenas neste país onde as interrogações se colocam? duvido.

É claro que já está debaixo de fortes críticas, incluindo da imprensa, de "especialistas" e "opinadores" que estão muito atentos a quem se atreva a fugir da narrativa oficial.

Destaco a rápida resposta americana, utilizando para isso um militar que já não está no activo, mas que esteve presente na Europa.


General Ben Hodges, commander of US forces in Europe between 2014 and 2017, said the claim showed “stunningly poor analysis of Russian capabilities that unfortunately reflects much of the German ‘elite’ thinking”.

Finland alone would crush Russian forces” while “Lithuania/Poland would smother Kaliningrad in a week,” General Hodges wrote on Twitter...

Estamos cada vez mais perto de verificar a opinião dos americanos sobre as verdadeiras capacidades militares russas, isto porque foi feito agora uma ameaça directa aos americanos que poderá significar uma escalada vários níveis acima.

Russia Warns of Red Line if the U.S. Provides Long-range Missiles to Ukraine

The White House press service reports that the United States intends to supply Kyiv with weapons for combat operations on the southern and eastern fronts in the future, including advanced missile systems. 


In response, Maria Zakharova, the spokesperson for Russia’s Ministry of Foreign Affairs, said on Sept. 15 that “if the United States decides to supply Ukraine with longer-range missiles, they will cross the red line and become a direct party to the conflict.”
Zakharova also stressed that Russia reserves the right to “respond adequately” in the event of a U.S. decision to supply Ukraine with longer-range missiles...

[Link]

Para os desejosos de ver a NATO a dar finalmente uma coça à Rússia, devem estar extasiados a ver que o dia se aproxima.

Fica apenas um aviso:

Não vão ver do sofá e não será como nos filmes de Hollywood.

sábado, 10 de setembro de 2022

O Inverno Aproxima-se III

 

Estamos ainda no princípio de Setembro, ainda no Verão, mas as notícias avançam em catadupa deixando adivinhar que vamos ter um Inverno, muito, mas muito complicado.

Uma coisa tão "simples" como o aditivo AdBlue que penso que a maioria das pessoas já pelo menos ouviu falar.

Na Alemanha está a soar o alarme:

Então a Alemanha ficará parada": transitários alertam para a falha de centenas de milhares de caminhões

Quase todos os caminhões, vans ou tratores modernos precisam do aditivo AdBlue legalmente exigido para limpar os gases de escape do diesel. Um dos maiores produtores de AdBlue teve agora de interromper a produção devido à crise do gás. O que isso significa?

Muitos dos 800.000 caminhões que passam pela Alemanha todos os dias ficarão parados em breve? Na pior das hipóteses, isso pode realmente acontecer, alerta Dirk Engelhardt, porta-voz do conselho da Associação Federal de Transporte Rodoviário, Logística e Descarte (BGL). O motivo: quase todos os caminhões na Alemanha funcionam com motores a diesel. O seu funcionamento não só é cada vez mais caro devido aos elevados preços dos combustíveis, como também requer um aditivo denominado AdBlue. Segundo cálculos da BGL, entre 2,5 e cinco milhões de litros por dia e 1,2 bilhão de litros por ano. Apenas alguns fabricantes dominam o mercado - e agora pararam ou estrangularam a produção de AdBlue por causa dos preços extremos do gás.

Grande produtor de AdBlue interrompe a produção

Cerca de 40 por cento da produção alemã de AdBlue vem da fábrica de nitrogênio SKW Piesteritz de Wittenberg na Saxônia-Anhalt. A produção também está paralisada há duas semanas.

“A razão para a interrupção da produção foram os preços do gás, mas também as decisões políticas, como o imposto sobre o gás, que é uma especialidade alemã – em outros países, os preços do gás são limitados. Até agora, os preços do gás oscilaram entre 5 e 10 euros por megawatt-hora no verão e entre 30 e 40 euros no inverno. Agora o preço está entre 200 e 300 euros e está sujeito a flutuações extremas"...

... De acordo com informações da FOCUS Online, outros produtores na Alemanha e na Holanda também pararam ou pelo menos reduziram a produção de AdBlue...

[Link]


A Indústria Metalúrgica Europeia também está a dar o alarme:


European metals industry warns of ‘existential threat’

Emergency EU action urged as executives fear permanent shutdown of many smelters

The European metals industry has warned that the energy crisis poses an “existential threat” to its future as executives fear many smelters face permanent shutdown without emergency action from the EU.

In a letter to EU leaders, Eurometaux, the nonferrous metals trade body, said the industry’s problems, which have led to “unprecedented” cuts to smelter production in the past year, will deepen unless the EU intervenes.

An aluminium smelter in Slovakia and a zinc plant in the Netherlands have halted production indefinitely with the threat of more closures to follow, some likely permanent...

...The cost of energy has become far higher in Europe than in Asia and the US after Russia slashed gas supplies to the continent...

...Europe has already cut about half of its production capacity for aluminium and zinc used in everything from cars, planes and packaging to galvanised steel, according to Eurometaux...


Vários são os sinais de alarme por toda a Europa. A Europa está a parar. A Europa está a parar de produzir, asfixiada por falta de energia, ou energia absurdamente cara.

As más notícias irão surgindo a um ritmo cada vez maior.

Os políticos europeus estão mesmo a pensar no futuro da Europa e dos europeus quando tomam as decisões que estão a tomar?

Vem aí o caos para todos nós.