domingo, 2 de janeiro de 2022

O Ataque À Polónia

 



Penso que estamos a assistir ao início do ataque à Polónia. Com a conclusão do Nord Stream 2 ficou assegurado o abastecimento à Alemanha. O pipeline aguarda certificação alemã, mas este já está cheio de gás e pronto a funcionar. Falta agora a questão política.

O Pipeline Yamal, o que atravessa a Polónia, deixou de passar gás. Há 12 dias que não há gás vindo da Rússia. Curiosamente, o fluxo está invertido e está a ser usado para retirar gás das reservas alemãs e abastecer a Polónia e a Ucrânia.

Ou seja, a Alemanha está a dar tempo para que as negociações entre a Rússia e os EUA prossigam, impedindo uma situação explosiva na Ucrânia. Não há gás para estes, e a Polónia também já não consegue ajudar.

Mas isto tem um preço para a Alemanha. Além de não receber gás por este pipeline, está a retirar das suas reservas. Se o Inverno apertar, a Alemanha não terá reservas e terá que pedir mais gás russo. Só que a Rússia já só dará mais gás via Nord Stream 2. Pela Polónia não vai passar mais. O que significa que não haverá mais gás russo para a Polónia nem a Ucrânia e ambos continuam dependentes deste gás.

A Europa tem neste momento duas situações energéticas. Falta de gás e o preço explosivo do mesmo. É incomportável.

Agora que já estamos nesta situação perigosa, eis que chega o ultimato russo. A Rússia quer garantias por escrito, não quer bases com mísseis ofensivos tão perto e se não for resolvido a bem, eles resolvem militarmente.

Estamos a assistir a uma ameaça directa ao sistema anti-míssil americano colocado na Polónia e na Roménia.

E só vejo possibilidade de recuo. Recuo ou uma guerra. A Rússia tem agora todas as condições de efectuar um ataque convencional com precisão. Mas se chegarmos a este ponto, o problema do gás será apenas um pequeno problema em função da nova realidade europeia.

Mas a coisa não vai ficar por aqui. A UE vai sentir ainda mais na pele. A Rússia prepara-se para começar a desviar o gás destinado para a Europa. Vai começar a ser vendido à China. Vem aí o Power of Siberia 2 e este será alimentado pela mesma zona que fornece gás à Europa.

Os europeus vão ser confrontados com uma nova realidade este ano. E não vai ser agradável. Uma possível guerra na Europa com a Rússia, preços altos de energia e uma situação incomportável na Ucrânia.

A nova realidade começa pela Polónia. 

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