domingo, 10 de novembro de 2019

"Houston: We Have... a Big Boeing Problem"



Bom, acho que desta vez a Boeing enfiou-se num buraco que pode não conseguir sair. O que fizeram com o 737 MAX é algo que não poderiam ter feito.

E se a Boeing não o poderia ter feito, a FAA (Federal Aviation Administration) muito menos poderia aprovar tal coisa. E aprovou.

Parece-me que há algo muito mais preocupante ainda do que a Boeing e a FAA.

Parece-me um sintoma do declínio dos EUA.

A concorrência está a andar mais depressa e não estão a conseguir acompanhar. Estão a perder o domínio tecnológico.

E estão a tentar manterem-se na corrida por qualquer meio. Mas no caso da indústria aeronautica civil não podemos aldrabar, porque os aviões caiem, juntamente com todas as pessoas que lá estão dentro.

Como é que na Boeing, o desespero foi tal, que conseguiram levar avante com este autêntico caixão voador é algo que me deixa completamente abismado.

Como é que a FAA perdeu a capacidade de fazer o que é suposto, verificar que o avião é seguro, é algo que vai acender muitas luzinhas por esse mundo fora.

Não é por acaso que a EASA (o regulador europeu), está a avisar que agora não vai aceitar o ok da FAA. A EASA vai fazer os seus próprios testes ao Boeing 737 MAX.


Já estão centenas de aviões sem poder voar. Os que já estão na companhias, e os que a Boeing continua a produzir (mais de 40 por mês) e que não pode entregar.


Não pode entregar, não pode vender, e ainda tem que pagar compensações. E Muitas. Estamos a falar de milhar de milhões de dólares em jogo. E muitos empregos. E muitas empresas que dependem da Boeing também vão ter problemas.


E a concorrência espreita. Penso que este foi o factor principal das más decisões da Boeing. 


Vou pegar num artigo escrito há 9 anos que eu tinha indicado num post nessa altura:


Boeing's workhorse 737 must confront new competitors


...The 737 narrow-body is the best-selling Boeing jet ever, and a workhorse airliner on domestic routes in the U.S. and overseas...


...Both Boeing and Airbus face a tough strategic decision: how to handle the immediate threat from the CSeries and, further out, the proposed Chinese C919 and Russian MS-21 narrow-bodies, all powered by new, highly efficient engines...


...The 737 is a cash cow for Boeing, which has said it will decide this year whether to put a new engine on the 737 or design an all-new replacement jet. That decision will affect the long-term future of 10,000 workers in Renton who produce almost 400 of the jets a year...


...The key CSeries selling point is its new-generation Pratt & Whitney engines that promise about 15 percent better fuel efficiency than the engines on the 737...


..."We need new economics," said Mike Van de Ven, Southwest's chief operating officer. "We're indifferent whether that's a new airplane or a re-engined airplane."...


..."Doing nothing until 2025 is not an option," he said. "We want some options in the near term."
Van de Ven said he's interested in any solution using the "engines ready for service now"...


...Analyst Aboulafia thinks the pressure on Boeing to match the fuel efficiency of the CSeries sooner rather than later inevitably will lead to the quicker alternative, mounting a new engine on the existing 737...


....Airbus is adding to the pressure... is closer than Boeing to pulling the trigger on re-engining and has lined up several airlines ready to buy...


Re-engining is not trivial. Boeing would likely have to spend around $1 billion to strengthen the 737 wing and attachment points for the heavier new engines. The landing gear would also need to be modified. Still, developing a whole new airplane could cost 10 times as much...


O grande dilema da Boeing era (e é) a concorrência, que cada vez é maior e existem novos concorrentes para o Boeing 737. Os chineses e os russos.


Dos 3 modelos semelhantes ao Boeing 737, o Airbus A320, o chinês C919 e o russo MS-21, todos são designs mais modernos. O primeiro 737 data dos anos 60 e sendo um design muito antigo estão a esgotar-se as possibilidades de atualizações e parece-me que a versão "MAX" ultrapassou o que seria possível de implementar num design tão antigo.


Como o artigo indica, esta decisão foi tomada há quase uma década atrás. Decidiram manter o modelo 737 com novos e mais pesados motores em vez de construir um novo modelo de avião, pois essa solução seria muito mais cara e muito mais demorada. Estamos agora a assistir ao resultado da decisão tomada. A estrutura deste avião nunca foi desenhada para motores deste tipo e agora existem milhares vendidos e interrogo-me sobre o verdadeiro impacto para a Boeing.


Se este avião (MAX) voltar aos céus, a próxima queda, mesmo que não esteja relacionada com os actuais problemas, vai ser sempre associado a eles. Vai haver uma percepção de que os Boeings não são seguros, os clientes vão evitar voar e as companhias evitar de os comprar. A Boeing pode não conseguir ultrapassar esta situação, que vai ser aproveitada ao máximo pelos novos concorrentes.


China - C919





O mercado de aviação chinês vai ser muito em breve o maior do mundo. Todas as companhias querem vender os seus aviões à China. O C919 está na fase final, com a certificação chinesa prevista para 2020/21 e com uma encomenda de mais de 800 aviões. São menos 800 aviões que não foram nem encomendados à Boeing nem à Airbus. Podem ser piores que os aviões destes, mas são de fabrico chinês e a China pode obrigar a todas as companhias chinesas a comprar aviões chineses, para voos internos. Será uma machadada para a Boeing e Airbus.

Rússia - MC-21




A Rússia, apesar de ter um mercado incomparávelmente mais pequeno do que a China, ainda assim é significativo. Estamos a falar de um país com quase 150 milhões de habitantes. A aposta da Rússia é diferente da chinesa e na minha opinião mais ambiciosa. A Rússia não quer apenas uma certificação de voo pelas autoridades russas, quer uma certificação europeia que irá permitir que o avião possa voar para todo o mundo, podendo assim concorrer com o Boeing 737 e Airbus A320 a nível global.

Essa certificação está em curso, estando já os pilotos da EASA a testar o avião.

Irkut MC-21 completes third round of EASA certification flights

The European Aviation Safety Agency (EASA) announced that its test pilots have completed the third flight stage of the MC-21-300 certification programme...

...Russian officials see EASA certification as a gateway for the airliner to enter the international market. “Obtaining a European certification will open up the international market for the MC-21-300,”...


As primeiras entregas estão previstas para 2021, estando nessa altura já completa a certificação europeia.

Por cada venda de um avião destes, é menos um Boeing 737 e um AirbusA320 que não é vendido. E tanto a China como a Rússia ainda sonham mais alto, com modelos muito maiores que em poucos anos também vão estar disponíveis, como o CR-929 que curiosamente é uma parceria conjunta entre os chineses e russos.


A China e a Rússia estão a investir fortemente neste mercado e dentro de uma década, penso que o duopólio da Boeing e Airbus está seriamente afectado.

E dado a hostilidade existente entre os EUA e a Rússia/China, parece-me evidente qual será a companhia mais afectada.

A Boeing.

domingo, 3 de novembro de 2019

Um Breve Olhar Para A Economia Russa III


Este é o 3 artigo, que dei início em 2016, para demonstrar que a economia russa é bem mais resiliente do que nos dizem.

Com a questão da Crimeia, as quedas do preço do petróleo e as sanções aplicadas, o mundo aguardava pelo colapso económico do país. Afinal o país está dependente da venda dos seus recursos energéticos certo? 

Errado.

Como podemos ver facilmente agora em 2019 (artigos sobre o colapso da economia, já não abundam por aí…), a Rússia apesar de todos os entraves, cumpre os seus objectivos e resiste a todas as pressões. E faz porque tem uma economia que permite que o país percorra o rumo que escolheu. E está a acelerar. Em vários domínios.

Neste momento, as reservas financeiras estão a níveis impressionantes e não param de crescer. Como podemos constatar pelo gráfico:


A Rússia está a caminho dos 550 mil milhões em reservas! Eu lembro-me perfeitamente de estar a aguardar que o país chegasse aos 400 mil milhões para confirmar a minha avaliação da economia russa. Esses tempos já vão longe. As reservas crescem, com sanções e ainda com a entrada num país em guerra, contra toda uma coligação ocidental. E não está a impedi-los de investir em vários sectores da economia. A Rússia sempre foi apelidada de uma economia dependente do petróleo. Nunca achei e já tenho chamado a atenção para um país que de facto assim o é. A Arábia Saudita. O próximo gráfico mostra exactamente a minha opinião.


Claro como a água, a imagem não engana. A Arábia Saudita com preços baixos de petróleo, não se aguenta. E isto não é problema apenas para o país. Não nos podemos esquecer que é o maior cliente da indústria de armamento americana. Exacto. São os sauditas. Isto juntamente com os problemas da Turquia, os EUA vão ter mais problemas em que outros financiem a sua indústria de armamento.

É mau? É.

Também ao longo dos anos tenho chamado a atenção para o acumular do ouro que a Rússia tem praticado. É o maior comprador de ouro por vários anos consecutivos. E nunca foi afectado pelos anos de "crise". Mais um gráfico, pois uma imagem vale por mil palavras.


Desde a questão da Crimeia, a Rússia em 5 anos duplicou as suas reservas de ouro e ainda não abrandou o ritmo. Para o ano, a Rússia quase de certeza que vai destronar a Itália e França, passando para o 3 lugar da tabela, ficando apenas atrás dos EUA e a Alemanha.


E este ano, com a entrada dos pipelines Nord Stream 2, Turkish Stream e Power of Siberia, as reservas de dinheiro vão acelerar ainda mais. E vai haver ainda mais investimentos em vários sectores da economia.

A Rússia está a preparar para reclamar o seu estatuto de super-potência, com uma economia (e não só) que sustente esse status quo. 

E prepara-se para uma guerra económica mais séria que meras sanções. A Rússia está a tirar os dólares das suas reservas, está a vender energia sem usar o dólar, está a estabelecer acordos com vários países para uso das suas moedas e está a estabelecer um mecanismo alternativo ao SWIFT.

A Rússia prepara a sua economia não só para aguentar as pressões exteriores, mas também para atacar a economia dos EUA.

A Rússia vai avançar para uma ofensiva económica, obrigando os EUA a entrar numa nova corrida ao armamento que já está em curso.

Grandes mudanças ao virar da esquina.


sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Rússia Ganha A Batalha Do Nord Stream 2 e a Alemanha...




...A Dinamarca deu luz verde à construção do gasoduto Nord Stream 2. Com a autorização de Copenhaga, cai o principal obstáculo à conclusão do projeto liderado pela Rússia que tem dividido opiniões dentro da União Europeia...

Bom, com a autorização da Dinamarca está resolvido a parte final do pipeline. A Dinamarca, resistiu pressionado pelos EUA a não dar a autorização para que este pipeline não chegasse ao fim, mas a coisa acabou por não correr de forma semelhante quando fizeram pressão à Bulgária para impedir a concretização do South Stream. E mesmo este fez ricochete, com a jogada inesperada da Rússia de cancelar o South Stream e posteriormente avançar para o Turkish Stream.

O Nord Stream 2 deita por terra a tentativa dos EUA que a Europa se aproxime mais da Rússia em termos energéticos, especialmente a Alemanha, o motor da Europa.

Mas não só. Este pipeline aniquila completamente o poder de negociação da Ucrânia que já era bastante fraco. E é uma machadada nos desejos mais obscuros da Polónia. Com este pipeline, a Alemanha além de ter energia em abundância directamente do fornecedor, deixa de estar dependente de países trânsito como a Polónia e Ucrânia.


Ou seja, a Alemanha vai pela primeira vez ter segurança energética que não dependa de mais ninguém a não ser do fornecedor. E este compromisso com a Rússia é bastante forte pela simples razão de que ao contrário do GNL, os pipelines não podem ser desviados.

A Alemanha não está apenas restringida militarmente. A Alemanha estava amordaçada energeticamente, totalmente dependente de países que não lhe oferecem garantias de estabilidade. A Alemanha dependia da Ucrânia, Polónia, Bielorrússia e do fornecedor a Rússia. O avançar da NATO, tornou estes países alvos de pressão estratégica entre os EUA e a Rússia. A Polónia com o sistema anti-míssil, a Ucrânia já todos bem sabemos como as coisas estão e dentro de alguns anos a Bielorrússia tem um grande potencial de se converter num problema.

Houve uma tentativa por parte dos EUA de cortar este cordão umbilical, passando a ficar dependente do gás americano. Mas nunca o gás enviado por barco será mais seguro do que por pipeline. Também nunca venderiam a preços como os russos vendem. E... o motor da Europa ficar dependente da potência económica com a qual faz braço de ferro? Não me parece. E ainda muito menos vai-se deixar ficar dependente de um aliado... que ameaça a sua segurança energética.


The German-Russian proposal for the construction of the new Nord Stream 2 undersea natural gas pipeline is on the verge of creating a diplomatic conflict between the US and Germany.
According to Germany's Bild newspaper, the US ambassador in Berlin, Richard Grenell, sent letters directly threatening sanctions on German companies that participate in the project...
Os EUA cometeram um erro crasso, ao optar por ameaçar aliados. E depois de ver o que está a acontecer com a Turquia, desconfio que a Alemanha além de não ficar dependente do gás americano, também não vai ficar dependente de armas americanas, como o F-35. 
Está aberto o caminho para o acelerar do surgimento do exército europeu. Os EUA deixaram de poder asfixiar energeticamente a Alemanha.
Quanto aos russos… o prémio vai muito mais além do dinheiro que vão encaixar. A amizade crescente com o motor da Europa, com tudo o que daí advirá, é qualquer coisa.
Recordo aqui um outro artigo onde falei sobre o tema em 2017:

"...Vem aí uma factura pesadíssima para a Polónia e Ucrânia. A Ucrânia vai perder a capacidade de manter toda sua rede de pipelines funcional, pois não terá o dinheiro que recebe actualmente por ser um país de trânsito do gás.
A Polónia como principal factor de bloqueio no aumento das ligações entre UE e Rússia, é bom que acelere a sua diversificação energética. Porque desconfio que os russos vão querer saldar umas contas... e a Alemanha também...


sexta-feira, 29 de março de 2019

Europa: Gás Americano Vs Gás Russo

Vou dar inicio com a parte final de um post ( Sines: Gás Americano Vs Gás Russo ) que fiz em 2016:

"A Rússia prepara-se para entrar no mercado do gás natural líquido em força e vai poder chegar a todos os clientes, Portugal incluído.
Os EUA que só agora começaram a exportar, além de sentirem a pressão dos produtores existentes, vão sentir muito em breve a pressão enorme que a Rússia vai fazer nos mercados mundiais."

Estamos em 2019 e podemos constatar que a Rússia está a começar a mostrar que está mais que bem preparada para lidar com a tentativa dos EUA de penetrar no Mercado europeu.

Muito se tem falado no gás americano como alternativa ao gás russo, havendo no inicio noticias da chegada de embarcações á Europa, tal como falei aqui também. Mas tal como previ, a Rússia iria criar grandes problemas e no mês de Fevereiro temos péssimas notícias para os EUA:

Russia ships record high LNG volumes to Europe in February

Russia delivered a record amount of liquefied natural gas (LNG) to Europe in February, becoming the biggest supplier of the chilled fuel to the continent for the first time

A total of 19 cargoes, or 1.41 million tonnes, of LNG from the Yamal LNG plant in Russia’s Arctic reached regasification terminals in Europe in February, with the majority of those going to northwest Europe, Refinitiv Eikon data shows. 

This is the largest monthly amount of LNG from Yamal to arrive in Europe since the plant was launched in Dec. 2017 and also the first time Russia has become the biggest LNG supplier to Europe, surpassing traditional suppliers, such as Qatar, Nigeria and Algeria, as well as a newcomer, the United States. 

[…]

In February, shipments from the United States to Europe dropped to nine cargoes, or 0.64 million tonnes, the lowest level since November

[Link]

Os EUA não estão a conseguir competir com uma Rússia avassaladora, onde já não é uma batalha de pipelines versus embarcações. A oferta russa agora chega a qualquer país europeu que queira comprar  o seu gás.

As tentativas de impedir a construção dos pipelines russos, não vão obter o efeito desejado. A Rússia fez os trabalhos de casa e os EUA não vão conseguir quebrar os elos existentes entre a Europa e a Rússia.

sábado, 19 de janeiro de 2019

A Nova Frota Russa

 
Navios GNL Classe Arc7
  
A nova frota russa a que me refiro, não é a nível militar, mas sim a nível civil. Temos visto as novas embarcações da marinha a disparar novos mísseis, mas a modernização do sector civil tem sido mais discreta, ou não chama tanto a atenção nas notícias.

Como já tinha referido anteriormente, Sines: Gás Americano Vs Gás Russo a Rússia está a fazer uma grande aposta no Gás Natural Líquido. Em 2016 tinha chamado a atenção para a encomenda aos estaleiros Sul-Coreanos de 15 novos navios únicos na sua capacidade de atravessar o mar gelado russo sem recurso a quebra-gelos, tendo nesse ano dado início à construção do primeiro, o Christophe de Margerie, que começou operações em 2017.
 
Neste momento, já conta com 10 navios destes, ou seja dois terços da encomenda, o que permite acelerar juntamente com o aumento da produção do GNL russo que ficou mais cedo disponível do que o previsto.

Este é mais um péssimo sinal para a entrada do GNL americano na Europa. Já não é uma questão de competir com o gás russo fornecido por pipeline, agora a Rússia consegue competir também no próprio fornecimento de GNL, o que arrasa por completo a tentativa de penetrar na Europa. Países europeus só vão adquirir gás americano por opções políticas e não por opções económicas.  Claro que esses países ao comprar energia mais cara, vão claramente ter problemas para competir com países que a compram mais barata.

Nitidamente a estratégia não assenta apenas em encomendar navios específicos para navegar em zonas cobertas por gelo.

A Rússia está a investir em estaleiros que possam construir esses mesmos barcos, como o estaleiro Zvezda.

Estaleiro Zvezda
 Este estaleiro deu início a uma grande modernização em 2015, tendo recebido guindastes de grande porte (2 de 100 T, 2 de 320 T e 1 de 1200 Toneladas), tornando-se no maior estaleiro civil do país, contando com 1500 trabalhadores, está previsto aumentar até aos 7000 e com isto a Rússia pretende a capacidade de construir domesticamente qualquer navio que o país necessite.
 
A comprovar esta estratégia temos as recentes encomendas que recebeu. No segundo semestre de 2018, teve um aumento de quase 50% de encomendas, com uma lista de 37 navios para construir, incluindo navios GNL Arc7 e petroleiros Aframax que até hoje só poderiam ser construídos no estrangeiro.

A estratégia é clara. Para garantir que os estaleiros vão estar sempre com encomendas, a Rússia pretende obrigar que só navios de construção russa  possam operar na nova rota que criaram e completamente controlada pelo o país. Se existem empresas que querem o gás russo, vão ter que o comprar e para o transportar terão também que encomendar a construção de navios russos.
 
Para garantir a viabilidade desta rota, novos quebra-gelos alguns com capacidade nuclear estão a ser encomendados, 3 dos novos quebra-gelos nucleares que estão prestes a surgir serão os maiores e mais potentes do mundo, conseguindo quebrar gelo com 3 metros de altura.
 
Projecto 222220 LK-60 Nuclear - O primeiro está previsto para este ano
 
Existem duas grandes passagens marítimas que ligam o mundo, o canal do Panamá e o canal do Suez, ambas debaixo do olhar atento da marinha dos EUA. A nova passagem que a Rússia está a criar, será completamente controlada por esta, não havendo hipótese para os porta-aviões americanos por lá andarem.
 
A Rússia apresenta-se como uma ligação terrestre, aérea e agora marítima que une o continente europeu ao continente asiático e tudo fora do controlo dos EUA.
 
A nova frota russa vai causar grandes estragos às pretensões globais que os EUA pretendem continuar a ter.