domingo, 21 de abril de 2024

Irão: Uma Super Potência Regional

 


O Irão entrou no clube restrito dos países que estão dispostos a ir até às últimas consequências, quando pisam as suas linhas vermelhas.

Já o tinha demonstrado com os EUA, demonstrou agora com Israel.

Outras potências da região e mesmo fora dela, terão que ter isto em conta. Mais, não podemos esquecer que o Irão é um parceiro cada vez maior da Rússia e da China. Não está isolada, apesar das sanções que pairam sobre o país.

Isto, ao fim e ao cabo, tem tudo a haver com o mundo multipolar que está a nascer. Vai ser um parto difícil, longo e sem direito a anestesia.

Vou  relembrar alguns pontos chave acerca do Irão.

  • Organização Regional de Cooperação de Xangai



    Entrou no ano passado. Principais membros, China e Rússia.

  • BRICS

    Entrou este ano.

  • Pacto estratégico China - Irão

    25 anos. 400 mil milhões de dólares. Assinado em 2021.

  • Parceiro indispensável para a Rússia chegar à Síria e não só

    Se o Irão não tivesse aberto o seu espaço aéreo, nunca a Rússia poderia ter ido em auxílio da Síria.




    O Irão, é peça chave, para chegar á Síria, ao Mar Mediterrâneo e ao Oceano Índico.

  • Central Nuclear

    Construída pela Rússia

  • SU-35

    Possívelmente chegada este ano.

O mero facto de terem respondido da forma como responderam ao ataque do consulado, algo nunca visto, indica que estamos a caminho de grandes mudanças na região.

As movimentações americanas estão a ficar cada vez mais condicionadas:
  • Problemas em manter as bases na Síria.
  • Problemas em manter as bases no Iraque.
  • Problemas em assegurar uma rota marítima crucial.
  • Problemas com o Irão.
  • Problemas com os Houthis.
  • Problemas com Israel.
Os próximos meses vão ser interessantes e perigosos nesta região do globo. Nesta região e muito mais.

O mundo está a mudar e de forma violenta. Só não sabemos o quanto violento irá ser.





P.S. EUA vão sair do Níger


U.S. Military to Withdraw Troops From Niger

The status of a $110 million air base in the desert remains unclear as the West African country deepens its ties with Russia.

More than 1,000 American military personnel will leave Niger in the coming months, Biden administration officials said on Friday, upending U.S. counterterrorism and security policy in the tumultuous Sahel region of Africa.

In the second of two meetings this week in Washington, Deputy Secretary of State Kurt M. Campbell told Niger’s prime minister, Ali Lamine Zeine, that the United States disagreed with the country’s turn toward Russia for security and Iran for a possible deal on its uranium reserves...


Já falei em posts anteriores sobre a importância do Níger em termos de fornecimento de material nuclear e da sua importância para a França. Com a saída dos americanos, o caminho ficará completamente livre para outros actores.



P.S. O dinheiro russo

Congress passes bill that could unlock billions in frozen Russian assets for Ukraine

More than $6 billion of the $300 billion in frozen Russian assets are sitting in U.S. banks.

The House passed a foreign aid package on Saturday as well as what's called the REPO Act that will allow the Biden administration to confiscate billions of dollars’ worth of Russian assets sitting in U.S. banks and transfer them to Ukraine for reconstruction...

...The REPO Act, which would authorize Biden to confiscate the frozen Russian assets in U.S. banks and transfer them to a special fund for Ukraine, is part of the foreign aid package that was stalled for months in the House. More than $6 billion of the $300 billion in frozen Russian assets are sitting in U.S. banks. Most of the $300 billion are in Germany, France and Belgium...


Vamos entrar numa outra fase do conflito. Sempre houve receio de meter as mãos no dinheiro russo que está retido em países ocidentais.

Vamos então descobrir o que irá acontecer após efectivamente meterem as mãos no dinheiro. Qual será a resposta russa (que de certeza já se preparou há muito para o cenário) e quais serão as consequências do acto.

O mundo tal como o conhecemos está a mudar. 

Falta saber o quanto.

quinta-feira, 11 de abril de 2024

Energia Russa Na Europa: O Algodão Não Engana

 


Toda a gente sabe que a Alemanha estava dependente de gás russo e muitas críticas foram-lhe endereçadas tendo em conta a sua estratégia energética.

Também tem sido amplamente divulgado que o gás que vem por gasodutos reduziu fortemente, sendo uma das indicações que a Europa estaria a reduzir drasticamente a sua dependência da Rússia.

Eu já tenho chamado a atenção em posts anteriores que a coisa não é bem assim. E ao fim de mais de dois anos de conflito o que podemos constatar? Que se confirma o que tenho vindo a dizer. A Europa não larga a energia russa.

Hungary’s new gas deal fuels Russia fears

Increasing exports to the EU are a lifeline for Turkey, but analysts fear it could be the Kremlin cashing in.

Hungary has been searching for new gas sources as it nears the end of a deal that brings the country around 4.5 billion cubic meters of Russian gas each year via Ukrainian pipelines. 

And on Monday, it took a step toward doing just that, receiving the first gas deliveries via a new agreement with Turkey, according to Hungary's foreign minister, Péter Szijjártó. 

there are concerns that the gas Turkey is shipping to Europe could actually be from Russia, just as EU nations work to end their dependency on Moscow. Turkey is largely dependent on imports itself and, although a member of the NATO military alliance, Ankara has refused to impose Western-led sanctions on Moscow and has vowed to increase its energy trade with Russia.

[Link]

E é só a Hungria que se anda a mexer para arranjar meios alternativos para obter gás russo e ao mesmo tempo fazendo o bypass da Ucrânia? 

Não, claro que não.

New west-east route keeps Europe hooked on Russian gas

Western European governments have sought to reduce their energy dependence on Russia since the outbreak of the Ukraine war, but when it comes to gas, they have increasingly substituted the country's pipeline supplies with its liquefied natural gas (LNG).

A Reuters analysis of data found more than a tenth of the Russian gas formerly shipped by pipeline to the European Union has been replaced by LNG delivered into EU ports.

Home to the EU's largest fleet of import terminals, Spain, which did not previously import piped Russian gas, has become the top re-exporter of seaborne Russian supply.

EU statistics and Reuters calculations show the rise in LNG has pushed the share of Russian gas in EU supply back up to around 15%...

 

Russia sent more than 15.6 million metric tons (mt) of Russian LNG to EU ports last year, according to data analytics firm Kpler, a slight increase from 2022 and a 37.7% jump compared to 2021.

 

[Link]

Um aumento de quase 40% (!!) relativamente a 2021. E o GNL é mais caro que o gás que é enviado por gasodutos.

E não deixa de ser interessante, que por GNL acabam por ser novos clientes europeus, onde os gasodutos russos não chegavam. 


Ou seja, a Rússia acabou por arranjar novos clientes e não é só na Europa, com o GNL a ser enviado por navios, o mundo está ao alcance do gás russo.

E como já chamei a atenção em vários posts, a Rússia tem investido seriamente nos navios que possam transportar gás pelos mares gelados. E tem conseguido levar a coisa avante após o ínício das hostilidades e debaixo de sanções?

Parece que sim.


Russia’s Zvezda Shipyard Launches Two Additional Arc7 LNG Carriers for Novatek’s Arctic LNG 2

All five Arc7 LNG carriers currently under construction at the Zvezda shipyard in Russia’s Far East have now been launched. Satellite images indicate vessels Viktor Chernomyrdin and Konstantin Posyet leaving the drydock last week joining the first three carriers, Alexey Kosygin, Pyotr Stolypin and Sergei Witte...

[Link]

Além destes 5, há mais 6 navios que estão presos nos estaleiros da Coreia do Sul devido a sanções americanas.

Ora isto é um problema para a Rússia e não só. Cada navio destes tem um preço elevado e a Coreia do Sul nada pode fazer com eles. Nem vender, pois estes navios foram construidos para os mares da Rússia. E o Japão também fica com problemas, pois parte destes navios seriam para transportar GNL russo para o Japão.

Menos navios, menos disponibilidade para quem vende. O que significa que os preços para quem compra...

Energia mais cara e temos a inflação à espreita.

Tal como se pode ver pela actuação do Banco Central Europeu, Lagarde está com muito medo do que vem aí...

European Central Bank holds interest rates at 4% in contested decision


The ECB said after its governing council met in Frankfurt that its benchmark deposit rate would stay at 4 per cent until rate-setters were sure price pressures had stabilised.

But its president Christine Lagarde told reporters that a small minority of policymakers had argued for an immediate cut.

Lagarde said “bumps in the road” could cause inflation to “fluctuate” over the coming months before falling to its target by mid-2025. She said “recent indicators point to further moderation in wage growth” while the overall risks to growth “remain tilted to the downside.”

[Link]

E tem razão.

Espera-nos tempos terrivelmente complicados. Afinal, a Europa continua dependente de energia russa. E não será preciso muito esforço por parte desta, para puxar os preços mais um pouco para cima.




Posts anteriores sobre o tema:

Espanha Continua A Importar (Cada Vez Mais) Gás Russo

Europa Financia A Rússia E Não É Pouco. E Há Mais...




P.S.Rússia no Espaço


Russia launches first Angara-A5 space rocket from Far East cosmodrome


 Russia on Thursday test-launched its Angara-A5 space rocket for the first time from the Vostochny Cosmodrome in the Far East, successfully putting a test load in low orbit as part of an effort to develop a new post-Soviet launch vehicle.

The test launch of the Angara-A5, Russia's first post-Soviet space rocket, was aimed at underscoring Moscow's ambition to be a major space power and the growing importance of Vostochny, situated in the forests of the Amur region of Russia's Far East.

[Link]

O Angara-5 é o novo foguetão pesado da Rússia. Que foi lançado do novo cosmódromo. Essencial para a nova estação orbital e pensar na lua.

Como é possível pensar que uma nação destas, está sem mísseis, chips e que luta com pás? Como é possível dizer-se tal coisa?

Vem aí um abrir de olhos muito difícil para muita gente.

terça-feira, 26 de março de 2024

Guerra Na Europa: Contagem Decrescente

 


Bom, eu estava a pensar em colocar um post sobre a importância das eleições na Rússia, para o que viria aí para a Ucrânia e para a Europa.

Entretanto aconteceu este acto terrorista.

E suspeito que estamos de facto à beira duma guerra na Europa. Vamos por partes.

Relativamente às eleições, estas são as primeiras após o início deste conflito. Pelos resultados que Putin obteve, não obstante as várias tentativas de descredibilizar os mesmos, o facto inegável é que Putin sempre teve grande aprovação nas sondagens ao longo dos seus anos de presidência.

Nestas eleições confirma-se que as suas opções não tiveram um impacto negativo. Antes pelo o contrário. Parece que até a nível de afluência foi algo de muito significativo.

Ou seja, este escrutínio assenta principalmente na verificação do que a população russa sente sobre o conflito. E a população deu o apoio ao seu presidente.

A meu ver entramos numa nova fase. A Rússia e os russos percebem o caminho que vão trilhar.

Putin vai ser ainda mais assertivo no rumo que pretende dar à nação.

É mau sinal para a Ucrânia e mau sinal para a Europa. Para os EUA será um pouco diferente. Afinal são uma superpotência nuclear. E as superpotências não podem estar literalmente frente a frente.

O que isto significa?

Que se queremos mesmo a sério salvar o que resta da Ucrânia, vamos ter (nós os europeus) que arregaçar as mangas. E fora do chapéu da NATO.

A Ucrânia já mostra sinais de exaustão. E interrogo-me se vão conseguir resistir este ano à pressão crescente russa.

Esta situação parece estar a alarmar muitos políticos europeus, alguns procuram pelos vistos arranjar soluções criativas ao ponto de se querer enviar contingentes militares e continuar a dizer que não estamos em guerra com a Rússia.

Mas, uma coisa é dizer que vamos aumentar orçamentos, que vamos instaurar serviço militar obrigatório, que vamos produzir mais armamento, outra coisa é enviar tropas para a Ucrânia.

Uma coisa é o subterfúgio utilizado actualmente, os que vão são, digamos, voluntários, e não representam o seu país.

Agora esta curiosa solução de Macron de enviar tropas e o andar a conjurar um plano que envolva eles, os alemães e os polacos, pode ser um autêntico tiro no pé.

A partir do momento em que oficialmente entrem tropas estrangeiras, elas serão um alvo prioritário para a Rússia.

A Rússia poderá considerar que passa a estar em guerra com os países que meteram tropas no terreno.

E isto muda tudo.

O caso mais bicudo, é mesmo a França. A França, além de ser um membro com poder de veto no ONU é um país com armas nucleares.

Isto quererá dizer que ambos terão que contemplar um confronto nuclear. Não haverá hipótese.

Quanto aos outros, a coisa poderá evoluir mais lentamente. Diria que primeiro as embaixadas encerrariam, posteriormente deixariam de receber qualquer tipo de energia vindo da Rússia.

O passo seguinte, a meu ver, seria a destruição de todos os terminais GNL, dos países envolvidos.


Olhemos para o mapa, se a Rússia atacar os terminais existentes ou em construção na França, Alemanha e Polónia, teremos o caos instalado.

Vamos estar em guerra, os EUA não se vão chegar à frente, o artigo V não será invocado, porque estes países entraram por sua conta e risco num conflito com a Rússia.

Mas não haverá hipótese. A Europa será arrastada para a guerra. A energia terá que ser racionada, as economias terão que forçosamente ir para uma economia de guerra e depois teremos que ver quantos mais países irão ajudar os 3 países atacados.

Uma coisa é certa, não iremos ver tropas russas a meter um pé nestes países. Os ataques serão com mísseis a alvos específicos para acabar com o estilo de vida existente na Europa. A começar pela asfixia energética.

Será que é preciso mais?

Não. É imaginar o impacto disto nas nossas vidas. E depois teremos novamente equacionar se queremos atacar a Rússia.

Com o quê e como.

Em última instância, e havendo uma potência nuclear envolvida que possui mísseis intercontinentais (a França), teremos que considerar uma guerra nuclear na Europa.

Uma vez mais, não podemos esquecer que os EUA não podem ser arrastados para um conflito com a outra superpotência nuclear.

Mas a Europa pode.

E agora mais um pouco de pensamentos sombrios.

Vejamos o crescimento da população mundial.


Entre 2000 e 2024, a população mundial aumentou algo como 2 mil milhões de seres humanos.

Na Europa, contabiliza-se actualmente menos de 500 milhões de seres humanos.

Se a Europa quiser realmente ir para a frente com isto, podemos em última instância ser arrasados nuclearmente.

É o fim da espécie humana?

Não, sobrariam outros 7.500 mil milhões de seres humanos.

A vida continuaria.

Um pouco diferente.

Mas sem nós, europeus.

Para reflectir.

Enquanto cá estamos.






P.S. Mais pensamentos sombrios

O atentado terrorista.

Caso este esteja de alguma forma ligado à Ucrânia, significará apenas uma coisa. O regime ucraniano está a ficar desesperado e com cada vez menos opções.

Neste caso vou relembrar algo muito importante que existe no país.



As várias centras nucleares existentes na Ucrânia. Acesso a material nuclear. O desespero de um regime que ameaça colapsar.

Muita coisa errada que poderá acontecer nos próximos tempos.

Eu nunca pensei que teria tantos pensamentos sombrios para o futuro da Europa.

O nosso futuro está em risco.

segunda-feira, 11 de março de 2024

Mar Vermelho: Efeitos da Impotência Americana

 


Em ano de eleições as coisas não estão a correr nada bem para Biden. E a juntar a todos os problemas existentes vou adicionar mais uma consequência da incapacidade americana de manter uma rota marítima crucial a funcionar.

E que consequência é essa? A inquestionável vantagem da Rússia como elo de ligação entre a Europa e a Ásia. Aquilo que os EUA têm tentado impedir por todos os meios, a famosa ligação Lisboa - Vladivostok, em que o contexto tem sido manipulado por muita gente, incluindo a imprensa, dando a entender que é intenção russa conquistar Europa. A Rússia tem sim como objectivo ser o principal eixo de ligação entre a Ásia e a Europa e, claro, uma coisa destas colocaria os EUA na periferia do mundo, para um plano secundário, algo inadmissível e perigoso para uma superpotência que se quer manter no topo.

E como se está a demonstrar esta vantagem? Pela evidência. Não se consegue esconder a (dura) realidade.

E a realidade é esta:

Russia’s rail boosted by demand to move goods to Europe after Red Sea attacks

 


Demand to move goods from Asia to Europe by rail via Russia has soared since the start of the Red Sea crisis, according to logistics companies and rail operators, boosting the finances of the country’s state-owned rail monopoly.

Germany’s DHL said requests to transport goods on the Russian rail corridor had jumped about 40 per cent since container ships started diverting via a longer route in December. RailGate Europe said demand was up 25 to 35 per cent, while Netherlands-based Rail Bridge Cargo said cargo rail traffic via Russia this year was 31 per cent higher compared with the same time last year... 


...The diversions have pushed up door-to-door journey times between China and Northern Europe by seven to 10 days, to between 50 and 55 days. DHL said door-to-door journey times by rail through Russia between Chengdu in China and Duisburg in Germany were currently between 25 and 30 days.

“The requests have picked up since the beginning of the situation in the Red Sea by around 40 per cent,” DHL said of customer inquiries about rail. “The overwhelming amount is going through Russia.”..

Apesar das sanções, apesar da guerra, o tráfego ferroviário entre a Europa e China via Rússia aumenta consideravelmente.

O tempo é brutalmente inferior à opção de contornar o Continente Africano. Pelos valores indicados, podemos dizer que por cada viagem que contorne África, duas viagens podem ser feitas via Rússia.

Os políticos europeus até devem estar a engolir em seco, ao verem que a Europa dá ainda mais dinheiro à Rússia.

Mas a inflação e as taxas de juro na Europa...

Ou seja, o dinheiro que a Rússia tem estado a investir no sector ferroviário, mesmo após o início das hostilidades e debaixo de sanções faroónicas mostra o empenho e determinação do país em ser uma ligação entre a Europa e Ásia.

 

Russian Railways’ investment programme for 2023 to grow by one third to RUB 1.7 trillion

The investment programme of Russian Railways for 2023 exceeds 1.7 trillion roubles, which is almost a third more than in 2022, RF Transport Minister Vitaly Savelyev said at the Government meeting, the transcript of which is available on the official website of the Russian Government.

Under the plan for 2023, investment will be made in the following main areas: over 40 percent of the investment programme, or 440 billion roubles, will be channeled into projects under the Comprehensive Plan for the Modernisation and Expansion of the Trunk Infrastructure. Of this amount, 250 billion roubles will be allocated for the second stage of eastern lines. The 2023 target of 173 million tonnes in shipping capacity will be met in full. In 2023, 350 billion roubles will be spent on upgrading railway infrastructure.

[Link]



Russian Railways to invest record amount in 2024

Russian Railways (RZD) plans to invest in 2024 a record amount of about 400 billion rubles (4.4 billion U.S. dollars) of its own funds in the construction of the Eastern Polygon, which includes the Baikal-Amur Mainline (BAM) and the Trans-Siberian Railway (Transsib), RIA Novosti reported on Tuesday.

According to RZD Vice President Oleg Makarov, quoted by the news agency, it will be the highest investment for this project in its history. He said that the next year will hit a peak, with about 400 billion rubles allocated only for the Eastern Polygon, adding that the exact figure has yet to be approved.

The current program for the development of the Eastern Polygon, or the second stage, runs until 2024 and envisages increasing the capacity of BAM and Transsib to 180 million tons in 2024. The measures aim to ensure further growth of cargo flow to seaports.

In 2023, the RZD expects to increase the carrying capacity of the Eastern Polygon to 173 million tons. By the end of 2022, the carrying capacity increased to 158 million tons.

The third stage is being prepared for after 2025. Deputy Minister of Transport of Russia Valentin Ivanov said last year that capacity will increase to 197 million tons by 2027-2028 and 210 million tons by 2029-2030. He added that the Ministry of Transport is considering possibly increasing the Eastern Polygon's capacity to 255 million tons by 2031-2032.

[Link]

Ou seja, a Rússia está com dinheiro para projectos de grande envergadura. Anteriormente tinha falado no investimento da nova rota marítima Northern Sea Route e agora vemos que estão a investir em grande e em paralelo.

E andam a dizer aos europeus que o país está isolado, falido, que combate com pás e tanques dos anos 50.

Os europeus estao a ser enganados. Pelos nossos políticos!

Este investimento em ferrovia também se pode constatar pelo metro de Moscovo. Eles completaram uma linha circular que passou a ser a maior do mundo em 2023. É importante pensar na quantidade de dinheiro que estão a ser colocados em variadíssimos projectos apesar da situação em que se encontram.


Este vídeo mostra esta nova linha, que tem mais de 60 km's. Novas estações e ao que entendo também novas carruagens.

Recomendo dar uma pequena olhadela pelas estações. Há muito dinheiro investido. E tecnologia também.

E já que estou no tópico da ferrovia, aproveito para chamar a atenção à estação de Mariupol.

Em 2022:


Este mês:



Ou seja, a Rússia também está a construir fortemente na ferrovia desta zona. Nitidamente procuram uma alternativa à ponte, para ligar à Crimeia. E Mariupol é zona estratégica de ligação. Interessante.

Resumindo, enquanto uns estão atolados no Mar Vermelho sem soluções, outros é o que se vê.

O mundo já não é o que era.





Post anterior sobre o tema:

Mar Vermelho: A Estratégia Desastrosa Americana


sexta-feira, 1 de março de 2024

Mais Um Passo Para O Precipício V


Continuamos a bom ritmo para uma desgraça na Europa. Vou chamar a atenção para o novo armamento estratégico que está a sair da fornalha russa.

Eu no post Mais Um Passo Para O Precipício II falei dos mísseis KH-101 e dos bombardeiros TU-95.


Mísseis de grandes dimensões, onde o TU-95 consegue levar 8 nas suas asas, a uma velocidade a rondar os 900 Km/h.

Mas há uma outra plataforma, maior e mais rápida, capaz de transportar não 8 mas 12 mísseis deste calibre.

O TU-160, o maior e mais rápido bombardeiro do mundo transporta estes mísseis a velocidades a rondar os 2.200 Km/h .


E o que foi anunciado recentemente? 4 desdes mastodontes foram entregues à Força Aérea Russa.

Onde dois deles são plataformas que foram completamente modernizadas, e as outras duas são completamente novas.

E aqui temos vários pormenores importantes. A Rússia consegue efectuar modernizações importantes na sua aviação estratégica nuclear e, mais importante que isso, a Rússia não perdeu a capacidade de construir novos. Julgava-se perdida essa capacidade. Em 2024 ficou provado que não.




Putin faz uma visita aos novos bombardeiros.



E não se fica por aí. Vai voar num deles também.


A nível de curiosidade, parece que a modernização do cockpit é secreta. Ainda não vi uma foto/imagem que mostre a modernização. Estão sempre ocultas.

Voltemos ao míssil KH-101. Este míssil consegue percorrer uns 3000 Km o que lhe permite chegar a Lisboa, caso o TU-160 o lance a partir de espaço Bielorrusso.

Ou seja, podemos constatar que todo o continente europeu está ao alcance deste míssil. Um míssil com características stealth e velocidades subsonicas. Ou seja, lançado em direcção a Lisboa, talvez demore umas 5/6 horas a chegar a nós.

Mas até isto está em mudanças. A Rússia está a modernizar tudo. E, claro, prepara um míssil ainda mais letal.

Russia Arms ‘World’s Fastest’ Tu-160 Bomber With New 6500-Km Range Missile, Enthralls Kim Jong-un

Russia’s most advanced strategic bomber, the  Tupolev Tu-160 White Swan, has received the new 6,500-km range Kh-BD cruise missile that would significantly enhance the Air Force’s offensive strike capability. It also adds to the diversity of options and weapons before its commanders...

[Link]

O TU-160 tem um novo  míssil para ser usado. E este cobre pelos vistos uma distância de 6500 Km.

O que significa, que os mísseis podem ser lançados a partir de Moscovo em vez da Bielorrússia e atingir não Lisboa, mas a base das Lages. Nas calmas.

Os rumores é que este míssil é ou supersónico ou hipersónico. E apostaria no hipersónico, pois todas os novos mísseis que a Rússia tem apostado têm essas características.

Ou seja, se o míssil atingir velocidades a rondar por exemplo os 6000 km/h, Lisboa está a pouco mais de meia hora de distância. É imaginar as restantes capitais europeias, todas elas mais perto...



Mas um míssil que cobre uma distância destas, pode chegar a outros lados. Um TU-160 no meio da Rússia a voar a mais de 2200 Km/h, pode lançar os seus mísseis, ainda dentro do espaço aéreo russo em direcção aos EUA.


A Rússia, sem recorrer a mísseis intercontinentais consegue a partir do seu território lançar mísseis de cruzeiro que demoram pouco mais do que uma hora a chegar ao destino.

Estamos a falar de muitas novas capacidades e opções que a Rússia tem. É preciso ter a noção da seriedade da coisa.

Mas vamos focar apenas o teatro europeu que é o grande candidato a ser o próximo palco de algo que não se sabe muito bem o que será.

Focar o teatro europeu, estes 4 TU-160 saídos do forno e o novo míssil.

Vamos fazer umas contas.

Com apenas estes 4 bombardeiros supersónicos, onde cada um pode lançar 12 mísseis destes, temos uma salva de 48 mísseis hipersónicos. Ou seja, 48 alvos na Europa, qualquer parte da Europa, com um tempo máximo a rondar a meia hora. Estes aviões estão protegidos porque nem precisam de sair do espaço aéreo russo.

A Rússia tem uns 18 TU-160 no activo. Ou seja, podemos pensar em várias salvas de 4. Vamos pensar que 2 estão em manutenção e dispôem de 16 prontos a voar. Imaginemos 4 salvas de 4 Tu-160 com um intervalo de meia em meia hora.

Em 2 horas, estes aviões lançam 192 mísseis hipersónicos a partir da Rússia para toda a Europa e que demoram no máximo meia hora a chegar ao seu destino.

E enquanto a Rússia aumenta o seu potencial militar a cada mês que passa, a Europa definha economicamente e luta para fornecer munições à Ucrânia e nem isto sequer consegue.

Com estes políticos, só podemos ter uma certeza.

Estamos a caminhar para o precipício.

Os sinais estão todos aí.



Post anterior:

Mais Um Passo Para O Precipício IV



P.S. Todos para a Ucrânia


Americans Can Now Join Ukraine's National Guard, Zelensky Says

United States citizens and other foreign nationals can now join Ukraine's national guard, the country's president, Volodymyr Zelensky, has said, as Kyiv hopes to maintain its forces heading over the threshold of two years of war against Russia.

"Foreigners and stateless persons" can join the Ukrainian national guard as of Wednesday, the Ukrainian leader said in a statement published by the presidential office...

[Link]


"Macron foi longe demais. No dia em que a NATO entrar numa guerra com a Rússia todos os patamares são possíveis"

[Link]


Estamos a avançar para um ponto de não retorno. É preciso novas lideranças na Europa. Que coloquem um travão a tudo isto.

domingo, 18 de fevereiro de 2024

EUA: A Supremacia No Espaço Falhou

 


Nos últimos dias, surgiram várias notícias onde os EUA "descobrem" uma nova fonte de preocupação. Os russos estão a desenvolver armas nucleares no espaço. Uma nova ameaça paira sobre todos nós, sem entrarem em demasiados detalhes sobre a coisa.

A Rússia, aquele país que luta com pás, tanques dos anos 50, sem mísseis e que necessita de roubar máquinas de lavar roupa para obter chips, está a fazer uma coisa destas.

Será que as pessoas não páram um pouco para pensar que há algo ser mal contado sobre a Rússia e as suas capacidades? Que nada disto bate certo?

Mas vamos à questão. Os russos andam a preparar alguma? É claro que estão! Onde está o espanto? Quem é que começou com a coisa? Este é que é o problema. Os americanos tomaram as suas opções. E as consequências estão aí.

Eu escrevi exactamente sobre isto em 2009, o ano em que decidi criar o blogue e que aconselho a ler (Espaço: Bush Abriu A Caixa De Pandora). Terminei esse post com seguinte questão:

...Os EUA abriram as hostilidades no espaço. Quem as irá fechar?

Chamei novamente a atenção da situação no ano passado, no primeiro post (Os 4 Tratados Do Apocalipse), onde disse coisas como:

... a nova doutrina para o espaço que Bush lançou em 2006 era de tal modo agressiva que ditou os planos de resposta da Rússia até aos dias de hoje...

... Os EUA e a Rússia entraram numa nova corrida ao armamento nuclear e o ponto de partida foi o abandono do tratado ABM...

O resultado está à vista. A Rússia, está a contestar a tentativa de domínio do espaço pelos americanos. E de facto já o está a conseguir, mesmo sem recorrer ao nuclear no espaço.

Relativamente à arma que os EUA não entram em detalhes,

Exclusive: Russia attempting to develop nuclear space weapon to destroy satellites with massive energy wave, sources familiar with intel say

Russia is trying to develop a nuclear space weapon that would destroy satellites by creating a massive energy wave when detonated, potentially crippling a vast swath of the commercial and government satellites that the world below depends on to talk on cell phones, pay bills, and surf the internet, according to three sources familiar with US intelligence about the weapon...

...This kind of new weapon — known generally by military space experts as a nuclear EMP — would create a pulse of electromagnetic energy and a flood of highly charged particles that would tear through space to disrupt other satellites winging around Earth...

[Link]

Suspeito que se estão a referir ao projecto TEM (Transport and Energy Module), um motor nuclear para viagens espaciais. Que a meu ver, faz parte da estratégia para a Rússia avançar para o estabelecimento de uma base na lua. 

Agora, claro, se temos um motor nuclear no espaço, também pode gerar energia para um feixe de energia laser, pulso electromagnetico, ou algo tão simples como dotar um satélite com propulsão nuclear, que se possa aproximar de um satélite e dar-lhe um empurrãozinho para a atmosfera, tal como eu referi no (Batalha No Espaço: A Preparação), já existem satélites a preparados para fazer isto, o grande calcanhar de aquiles desta solução é o combustível, que limita as movimentações destes satélites. Mas um dotado com energia nuclear, poderá manobrar completamente à vontade. Por anos.

Este projecto teve início em 2009, curiosamente o ano em que criei o blogue e chamei a atenção para a desastrosa decisão americana de querer dominar o espaço e negar o mesmo aos seus oponentes.

Hoje este projecto já não está no papel. O quanto avançado estará é uma incógnita.





Mas estamos a falar de uma nação com um PIB inferior ao da Itália, atolado em sanções dantescas e a lutar com pás.

Tudo isto é uma fantasia.

Certo...?



P.S: Curiosidades.

As coisas interessantes que vamos descobrindo e que nos fazem pensar.

Um desfile nazi, nos EUA, Tennessee, ontem.

Ainda deverá alguns veteranos vivos que devem estar completamente horrorizados e tristes de como as coisas se estão a transformar...


sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Ucrânia: Tropas "Sardaukar" Avançam III

 


Este é o 3º post sobre este tema. Mais um contingente de 25.000 homens preparados para avançar. Homens especialmente treinados para combate urbano, não será difícil de imaginar por onde irão andar.

Devidamente equipados, a Rússia demonstra que com dois anos de guerra, possui homens, munições, equipamento, armamento e tudo o que for preciso para atingir os objectivos a que se propuseram.


E ao contrário das tropas ucranianas que não são substituidas por reforços, do lado da Rússia, observa-se rotação, ou seja, tropas frescas, enquanto do lado ucraniano muitas caminham para a exaustão e sem fim à vista.



E só estou a focar os tchetchenos. É agora imaginar o que se estará a passar no resto do país...



... que como toda a gente sabe, e a nossa imprensa indica, os soldados russos estão mal equipados, subnutridos e lutam com pás.

Fica ao critério de cada um se assim é.



Post anterior:

Ucrânia: Tropas "Sardaukar" Avançam II



P.S. Submarinos

Mais um submarino a juntar-se a tantos outros que têm estado a sair. Desta vez, de um novo modelo de submarinos a diesel, também com capacidade de disparar mísseis de cruzeiro.

Russia commissions second Lada-class submarine

 

The Russian Federation Navy (RFN) formally commissioned Kronstadt, the second Project 677 Lada (Sankt Petersburg)-class diesel-electric submarine (SSK), in a ceremony at Admiralty Shipyards in St Petersburg on 31 January...

[Link]


Como venho alertando, a Rússia prepara-se para a eventualidade de algo muito maior que a Ucrânia.

Mas os nosso políticos, imprensa e especialistas, pintam a Rússia como um país a cair aos bocados.

Vamos aprender da maneira mais dura que a coisa não é bem assim. 

Europa a caminho do desastre.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

América: O Declínio V

 



Vou focar mais alguns sinais que indicam o rumo desta nação. A super potência nuclear que está no topo da pirâmide planetária.

Desta vez vou focar os quebra-gelos americanos.Já perdi a conta dos anos em que vejo pedidos para que sejam construidos novos quebra-gelos, pois os poucos que os EUA têm, estão no fim do seu tempo de vida. Para ser mais correcto, os EUA apenas possuem um quebra gelos pesado e com mais de 50 anos de existência.

E enquanto Putin inaugura o arranque de mais quebra gelos nuclear, ...


Putin Gives Go-Ahead to New Nuclear Icebreaker

 

Russian President Vladimir Putin on Friday gave the green light for a new nuclear-powered icebreaker, as Moscow seeks to step up commercial trade across its Arctic north.

Under Western sanctions for its Ukraine offensive, Russia is hoping to rely on the Northern Sea Route — a shipping lane that traverses the Arctic Ocean — to enable more trade with Asia by cutting distances and costs...

... Russia is the only country in the world that builds and operates nuclear-powered icebreakers.

[Link]


... vou recorrer a um artigo de 2017 para se perceber o panorama do lado americano:


US takes next step in icebreaker construction plans

 


America’s efforts to revamp its icebreaker fleet have lurched a step forward with the release of a draft of the requirements the Navy and Coast Guard are likely to place on the eventual builder of as many as three new vessels.

According to the request, the Navy-Coast Guard Heavy Polar Icebreaker Program, is seeking to award a contract for the construction of at least one, and as many as three, heavy polar icebreakers.

No date for completion of construction is given, but the Coast Guard is seeking to begin production in 2020. Construction would be carried out according to what the service labels an accelerated timeline.

The draft tender hints that the the winning shipbuilder will be on a tight schedule; potential bidders are asked to provide information about early delivery and to assess issues that could lead to delivery being postponed.

The first vessel is to be built as a replacement for the Polar Star, currently the only heavy icebreaker operated by the Coast Guard.

When it was commissioned in 1976, the Polar Star was given a 30-year lifespan. It was taken out of service in 2006 after suffering an engine failure, but was overhauled and resumed sailing in 2010. Now, the Coast Guard has set a final date of 2023 for its retirement.

Its sister ship, the Polar Sea, has been mothballed since 2011 and is now cannibalized for spare parts for the Polar Star.

The release of the draft is the latest step in the procurement process that began in earnest in 2015 with a pledge by then-president Barack Obama to push for construction of icebreakers...

[Link]

Como podemos ver pelo artigo, o tempo de vida do único quebra gelos pesado dos EUA era de 30 anos e entrou no activo em 1976, devendo ter passado à reforma em 2006. A conversa de um substituto já tem mais de 20 anos. Como neste tempo todo não avançaram com a construção de novos, os EUA não tiveram hipóteses. Até 2011 tinham 2 quebra gelos, um foi desactivado para servir de peças para o outro. E foi extendido o seu tempo de vida até 2023. Ou seja, quase vinte anos mais.

Já estamos em 2024. Onde estão os seus substitutos?

Vou recorrer a outro artigo agora de 2018.


Dark Skies for America’s Future Icebreaker Fleet

A new report published by the U.S. Government Accountability Office (GAO) casts a dark cloud over the icy shimmer of hope that the Coast Guard will be able to deliver on its 2023 icebreaker promise.

Earlier this year, the U.S. Coast Guard and Navy announced plans to invest up to $9.8 billion USD to build and maintain three heavy polar icebreakers to conduct missions in the Arctic and Antarctic. If the current schedule is kept, the first of these ships is scheduled for delivery in 2023.

The announcement was big – and long awaited – news for American military and government leaders alike. The United States last commissioned an icebreaker in 1978, the Polar Sea, which has been out of service since 2010. Its sister ship, the Polar Star commissioned in 1976, is currently the United States’ only operating heavy icebreaker.

While the U.S. Coast Guard has two smaller polar class icebreakers currently in use, these three U.S. ships stand in stark contrast to Russia’s 41 and Canada’s 6.

In their new report released this month, the Government Accountability Office has found that the U.S. Coast Guard does not have a sound business case for the cost, schedule, and performance baselines for its heavy polar icebreaker acquisition program.

Bad News for Proposed U.S. Icebreakers

Their newest Arctic report takes aim at the U.S. Coast Guard and its highly-anticipated future icebreakers. Their investigation has found that the icebreaker acquisition program is at risk of having an unstable design because the Coast Guard set program baselines before conducting a preliminary design review.

The Coast Guard also failed to conduct a technology readiness assessment, underrepresenting the program’s technical risk.



More critical still are the GAO’s findings on cost and schedule. The $9.8 billion icebreaker price tag is only partially credible or reliable, and may underestimate the total funding needed for the program. And the scheduled delivery dates are based on the Polar Star reaches the end of its service life, rather than planning on a realistic assessment of shipbuilding activities...

[Link]

O governo faz uma análise e descobre que os quase 10 mil milhões de dólares não chegam, que a data de entrega é irrealista e que o próprio design do navio tem problemas. Estamos em 2018, têm 5 anos para resolver as coisas e entregar o primeiro dos novos quebra gelos.

Chegou o momento da verdade, já estamos em 2024, a entrega estava prevista para 2023. Como está a situação?

Pior do que se estimava. Bem pior.


Knowledge is now lost’: The west is forgetting how to make things as China and Russia rise

Western countries have not only lost the industrial capacity required to fight a war, but they’re rapidly forgetting how to make the things they used to — and should consider bringing retired workers back to pass on their knowledge to the next generation, defence experts say.

While recent headlines have highlighted China and Russia leapfrogging the US in cutting edge systems such as hypersonic missiles, a report in The Wall Street Journal this week highlighted perhaps a more disturbing reality — that the world’s leading superpower no longer has the expertise required for certain low-tech manufacturing.

The Wall Street Journal report detailed the challenges currently facing the $US13.3 billion ($A20.7 billion) program to procure new polar icebreaker ships to safeguard American interests in the Arctic.

Delivery of the first new icebreaker has slipped to 2028 from 2024 as designers, engineers and welders grapple with something the US hasn’t done in decades: reliably shape hardened steel that is more than an inch thick into a curved, reinforced ship’s hull,” the report said.

“Out of practice, US shipbuilders have had to relearn how to design and build the specialised vessel, say officials in the industry and the government.”

Higher-strength steels require very skilled people,” Jeff Moskaluk, senior vice president at steel producer SSAB Americas, told the newspaper. “It’s not like you just treat it the same as any other piece of steel. It takes a beating — that’s exactly what the steel is designed for.”

“We’ve been focusing on advanced hi-tech systems like drones and precisions weapons but the basic stuff that does require a different sort of knowledge, that knowledge is now lost and will have to be reacquired,” said Dr Malcolm Davis, senior analyst in defence strategy and capability at the Australian Strategic Policy Institute...

[Link]

Conhecimento. Os EUA perderam o conhecimento de como se constroi quebra gelos. Técnicas do domínio do aço, necessário para este tipo de embarcações foram perdidas. A Rússia pelo contrário está a construir a um ritmo desenfreado, enormes, e de capacidade nuclear. E num contexto de sanções, guerra, etc.

O prazo de entrega passa para 2028 e os quase 10 mil milhões necessários passam para mais de 13 mil milhões.

Penso que este é o sinal mais grave do declínio da nação. A perda de conhecimento. E que não se manifesta apenas nos quebra gelos.

Os ICBM's (Intercontinental ballistic missile) americanos estão num caminho semelhante. Será que os EUA poderão realmente contar com os seus mísseis...? A ver se escrevo sobre isto num próximo post.


Posts anteriores:

América: O Declínio

América: O Declínio II

América: O Declínio III

América: O Declínio IV


Relacionados:

A Nova Frota Russa II