Com tantas situações a acontecer neste mundo, muitas notícias passam despercebidas, mas a diversificação de fontes energéticas por parte da Europa estão cada vez mais complicadas. O Nabucco é a mais importante alternativa ao gás russo, mas esta alternativa é composta por países com uma série de problemas, situados em zonas "quentes" do Globo. O Irão é constante nas notícias, a Geórgia toda a gente sabe o que por lá se passou, o Azerbeijão necessita de fazer ligações com outros países e as ligações são problemáticas, os pipelines para a China já estão a funcionar.
Os países europeus não se entendem por onde deve passar o pipeline, o fornecimento para o pipeline não está garantido e o financiamento para o mesmo também não. O tempo passa, os problemas económicos na Europa são mais que muitos e o pipeline não arranca. Mas a Europa continua a consumir energia e a tendência é para aumentar. A energia tem que vir de algum lado, mas a hipótese do Nabucco parece cada vez mais complicada, o que se confirma com as notícias mais recentes:
Nabucco faces cost surge
The Nabucco pipeline consortium has discreetly postponed its final investment decision by another year, this time until early 2012, with construction to start in 2012 "at the earliest". The investment decision had previously been postponed in October 2010 for 2011, targeting this year's first or second quarter...
...The main reasons behind it include: a significant challenge to Nabucco's official cost estimate, tardiness in accessing Turkmen gas, and unresolved competition between Nabucco and two other transportation projects over priority access to Azerbaijani gas.
On February 21, BP's challenge to Nabucco's official cost estimate... BP apparently evaluates the Nabucco pipeline's construction costs at 14 billion euros (US$19 billion), a far cry from the Nabucco project management's estimate of 7.9 billion euros...
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Ora temos aqui já indicações da situação grave em que se encontra este pipeline. A decisão do investimento foi adiada por mais um ano, portanto decisão de investimento vai ser possivelmente feita em 2012, quando era suposto a fase de construção começar em 2010...
Além disso temos agora a BP a dizer que os custos são perto do dobro que estava previsto, portanto passamos de 7.9 Mil Milhões de euros para 14 Mil Milhões. O artigo indica que o Consórcio Nabucco contesta esta estimativa mas dias depois uma nova notícia sai que faz indicar que realmente a estimativa da BP está correcta.
RWE, OMV, Nabucco Pipe Partners Must Each Give $2.3 Billion in Guarantees
The six companies planning the Nabucco pipeline to bring Caspian gas to Europe will each have to arrange 1.7 billion euros ($2.3 billion) in guarantees for the project, according to RWE AG (RWE), one of the project’s partners...
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Como podemos ver por esta notícia, é pedido aos seis parceiros envolvidos no projecto, 1.7 Mil Milhões de euros em garantias. Isto perfaz um total de 10.2 Mil Milhões. E se eles querem esta soma garantida para arranque do projecto, quer dizer que este pipeline vai ter um custo bem superior ao que andam a dizer que custa.
Isto mostra claramente a aventura que este pipeline está a ser. Este pipeline não tinha um custo inicial de 7.9 Mil Milhões, este pipeline começou com uma estimativa de 4.6 Mil milhões e estamos agora a ser confrontados com um aumento acima dos 300%, e isto com as diiculdades económicas que a Europa atravessa, a instabilidade do fornecimento com a crise nos países árabes e o aumento da energia.
A Europa ao ter hostilizado a Rússia, criou mais problemas no seu fornecimento energético. A Rússia apresenta-se como o maior fornecedor da Europa, o mais estável e a Europa empurrou a Rússia para a China. Agora a Europa tem que competir pelo fornecimento com a China e isto coloca a Rússia numa posição negocial muito forte e vai colocar a Europa numa situação delicada sempre que queira negociar com a Rússia.
Uma vez mais temos a Europa no meio de um braço de ferro, onde de um lado os EUA exercem uma grande pressão tanto por meios politicos como por meio da NATO, por outro temos a Rússia usando a sua "arma" energética.
Grande parte da culpa desta situação de falta de diversidade energética europeia reside na própria Europa que não tem mecanismos fortes para actuar como uma entidade só. Se hoje não temos mais sérios problemas energéticos, não é graças a a acções europeias. Se a Ucrânia não tivesse mudado a sua orientação política, se a Rússia não tivesse proposto o Nord Stream à Alemanha, como é que a Europa estaria hoje a resolver a sua diversifidade energética?
Hoje, o maior fornecedor da Europa, diversificou a sua carteira de clientes com a abertura de pipelines para a China/Ásia.
E a Europa? o que fez entretanto para não estar tão dependente de um fornecedor?
Caro PM, desculpe meu off top, mas achei que este forum podia ser interessante para si. Será que já sabia?
ResponderEliminarCaro Roman,
ResponderEliminarDesconhecia. Um site espanhol dedicado principalmente à componente militar russa?
Vou espreitar.
Obrigado.
Peço desculpa pelo "fora do tema", mas acabo de encontrar alguma informação sobre aquilo que foi discutido no blog do Jose Milhazes, em relação aos 1250000 emigrantes da Rússia. Já enviei a mensagem para o blog dele, mas por via das dúvidas quero repetir aqui (embora ache que ele publica):
ResponderEliminar"Sr. Milhazes, antes de publicar alguma informação, procure primeiro as fontes crediveis, por favor. Encontrei a gravação audio daquela entrevista de Stepashin. Ele NÂO disse que essas 1 250 000 de pessoas emigraram nos últimos 3 anos. Disse apenas, que isso é o número de cientistas russos que trabalham no estrangeiro (sem se referir a qualquer periodo concreto).
Ao mesmo tempo encontrei alguns sites ucranianos e sites "oposicionistas" russos já com palavras dele distorcidas. Não é a melhor fonte de informação para um blog sério.
A gravação e a entrevista de Stepashin pode ouvir e ler aqui:
http://www.echo.msk.ru/programs/lex/741179-echo/"