Nord Stream 2
Apesar da Rússia estar debaixo de sanções e existir hoje uma grande pressão para virar a opinião pública contra a Rússia, o facto é que a Europa continua a apostar nas ligações energéticas com este país, ao contrário do que tem vindo dizendo.
Hoje, o que "todos nós" sabemos é que a Europa procura diversificar os seus fornecedores de modo a diminuir a dependência da Rússia.
Mas como já tenho referido, não podemos olhar para o que dizem, temos que olhar para o que fazem.
O ano de 2016 foi o melhor ano para a Gazprom. Aumento de lucros e aumento dos volumes fornecidos à Europa. Isto debaixo de sanções e de "costas voltadas".
Gazprom’s gas exports to Europe hit a record in 2016
Russian state giant Gazprom’s gas exports to Europe hit a record in 2016, going up by 12.5% and falling slightly short of 180 billion cubic metres, the company’s CEO, Alexey Miller, has told Russian President Vladimir Putin during a meeting at the Kremlin.
Gazprom’s share in the European gas market added 3% in just over a year, reaching 34%, Miller was quoted as saying in a press release, posted on Gazprom’s website.
The highest growth in absolute terms was demonstrated by Gazprom’s number one market, our largest export market, Germany, which added 10%, or 4.5 billion cubic metres of gas. “We delivered 49.8 billion cubic metres of gas to Germany,” Miller said.
Apesar deste crescimento, o Nord Stream tem encontrado uma feroz resistência por parte da Polónia que tudo tem feito para impedir o aparecimento deste pipeline. Vários países europeus liderados pela Alemanha, não têm estado nada satisfeitos com esta actuação polaca.
Poland and Ukraine to jointly oppose EU over Nord Stream 2, Opal
Poland and Ukraine plan to act jointly to block projects that could result in Russia's Gazprom gaining greater access to the European gas market by bypassing Ukraine
In October the European Union lifted a cap on Gazprom's use of the Opal pipeline which carries gas from the Nord Stream pipeline that crosses the Baltic Sea to end-users in Germany and the Czech Republic.
That decision opens the way for Russian plans to expand Nord Stream's capacity and bypass Ukraine as a gas transit route.
Poland, which imports most of the gas it consumes from Russia, immediately criticised the Commission's move saying it threatens gas supplies to central and eastern Europe.
...Analysts are sceptical though about Poland's and Ukraine's plans to stop Gazprom's expansion in Europe...
"These objections now remind me of those when Nord Stream 1 was built. I think the recent EU decisions show that the new gas link (NS2) will be built and no pressure or lawsuits will help," oil and gas expert Andrzej Szczesniak said, adding Poland and Ukraine cannot count on much backing from other parties.
"Business is business and politics is politics, but this is not well understood in Poland,"...
A pressão exercida pela UE (parte dela), fez com impedisse que um consórcio fosse formado com várias companhias europeias e a Gazprom, de modo a cada um ter uma percentagem do Nord Stream 2. Com isto atrasaram o financiamento do projecto, pois ficaria 100% a cargo da Gazprom e esta está com vários projectos em simultâneo.
Mas as necessidades energéticas da Europa, gritam mais forte e foi arranjado uma solução não parar os avanços do pipeline, as empresas não ficam com uma parte do projecto, mas avançam com o financiamento. O que mostra que existe bastante consensos, entre alguns países europeus e a Rússia, apesar de todo o ruído que existe na imprensa.
Países envolvidos:
França - Engie SA
Áustria - OMV AG
Holanda - Royal Dutch Shell PLC
Alemanha - Uniper SE
Alemanha - Wintershall Holding GMBh
Países envolvidos:
O financiamento é de tal magnitude, que podemos ver por outra perspectiva. O financiamento europeu paga toda a intervenção militar na Síria!
E pare reforçar esta ideia, temos a questão de que a UE declarou que não pode bloquear legalmente o pipeline dias antes. Apesar de todos os esforços dos polacos.
Energy Firms' $5.1 Billion Financing for Russia Gas Pipeline Stokes EU Fears
European energy firms pledged Monday to finance half the cost of a natural-gas link from Russia to Germany, lending support to a pipeline plan that is fueling tensions within the European Union.
A consortium of five companies -- Engie SA, OMV AG, Royal Dutch Shell PLC, Uniper SE and Wintershall Holding GmbH -- said they would provide up to EUR4.75 billion ($5.1 billion) in long-term financing to Nord Stream 2 AG, a wholly owned subsidiary of Russia's state-owned PAO Gazprom...
...Monday's agreement follows the EU's admission last month that Brussels cannot legally block the proposed pipeline, which would be ready by the end of 2019. Nord Stream 2 would add another 55 billion cubic meters to annual gas flows to Germany, about 14% of the EU's yearly consumption.
Vem aí uma factura pesadíssima para a Polónia e Ucrânia. A Ucrânia vai perder a capacidade de manter toda sua rede de pipelines funcional, pois não terá o dinheiro que recebe actualmente por ser um país de trânsito do gás.
A Polónia como principal factor de bloqueio no aumento das ligações entre UE e Rússia, é bom que acelere a sua diversificação energética. Porque desconfio que os russos vão querer saldar umas contas... e a Alemanha também...
Sem comentários:
Enviar um comentário