Estava para escrever um artigo sobre a relação entre a Ucrânia e o BES, mas no entanto surgiu o caso do abate do avião e decidi antes falar um pouco desta situação, ou seja dar também a minha opinião/visão sobre o assunto, já que é notícia por todo o lado.
Para começar, a meu ver ,o avião foi abatido por um míssil, não parece haver grandes dúvidas quanto a isso. Posto isto, a próxima pergunta será, quem o fez? Bom, eu vejo 3 possibilidades, os russos, os ucranianos, ou os separatistas na Ucrânia.
Os russos têm sem sombra de dúvida, a capacidade de abater o avião, só que não faz sentido nenhum cometerem tal acto, nem vou avançar mais por aqui.
Os ucranianos também têm sem sombra de dúvida a mesma capacidade, mas a ter sido por eles, só por um acto de grande negligência, para não dizer outra coisa.
A meu ver, na hipótese de ter sido os ucranianos, seria para tentar atingir algum avião russo que tivesse violado o seu espaço aéreo, dado que a Ucrânia tem feito várias declarações de que o seu espaço aéreo está a ser violado pela a Rússia. Mas isto não justifica atingirem um avião a 10km de altura, dado que os Ucranianos têm o seu espaço aéreo aberto à aviação civil e como tal, têm o conhecimento dos aviões civis que por ali passam. Só por uma grande asneira é que os ucranianos repetiriam o abate de um avião civil como o fizeram no passado. Portanto, penso que a hipótese de terem sido os ucranianos é baixa.
Quanto aos separatistas, bem, eles precisam de negar o espaço aéreo à sua zona e têm feito diligências para isso, como o abate de helicópteros e vários tipos de aviões a diversas altitudes.
Os separatistas têm tido acesso a cada vez mais armas, seja por captura das mesmas no terreno seja por ajuda exterior, eu sou da opinião que a maioria das armas é por captura no terreno, a Ucrânia tem bastante armamento e tem-se visto muito equipamento capturado, seja aos soldados ucranianos, seja às bases militares nos arredores.
Ou seja, é possível que tenham conseguido obter armas mais potentes, que permitam chegar cada vez mais alto. E porquê chegar mais alto? para obviamente negar por completo o acesso ao seu espaço aéreo por aviões ucranianos e por exemplo, negar acesso a aviões que sobrevoem a grande altitude e que estejam a analisar o terreno de modo a fornecer informações das posições separatistas às suas forças.
O que quase de certeza os separatistas não sabem é que o espaço aéreo continua aberto à aviação civil. Afinal qual o sentido de manter rotas abertas numa zona onde se está a abater aviões cada vez mais alto? Esta é uma hipótese do que possivelmente tenha acontecido, os separatistas conseguiram os meios, os aviões espiões passavam lá em cima, era preciso travá-los. Conseguiram. Só que não era um avião ucraniano, era um avião civil, porque possivelmente nem lhes passou pela cabeça que eles andavam por ali.
E assim possivelmente foi a maneira que se juntou quase mais 300 mortes a este conflito.
Dito isto, vou agora falar sobre quem acho que tem sérias culpas sobre este trágico acontecimento.
De que nos serve organizações como a ICAO (International Civil Aviation Organization), a EASA (European Aviation Safety Agency), a FAA (Federal Aviation Administration), que com tantas regras, tantas protecções, tantas verificações de segurança, de que nos vale isto tudo, se quando formos comprar uma viagem para a nossa família para um destino de férias, fazem-nos passar por zonas de conflito onde aviões são abatidos?
Se já acho criminoso a Ucrânia ter deixado o seu espaço aberto para aviação civil e aqui ainda consigo vislumbrar alguns motivos para a Ucrânia querer manter aberto o seu espaço, tais como, poder usar aviões seus nas mesmas rotas, para verificar posição dos separatistas, receber dinheiro pela utilização do seu espaço aéreo, ou mesmo dando uma imagem de normalidade para o mundo.
NÃO vislumbro motivos para as organizações acima referidas não interditarem toda aquela zona, por manifesta falta de segurança. Como é possível terem deixado a coisa chegar onde chegou, uma perfeita vergonha.
E também quem não fica bem nesta fotografia, são todas as companhias que por uma questão económica, usaram estas rotas sabendo da falta de segurança das mesmas e que se refugiam na desculpa de que o espaço aéreo estava aberto e daí parecerem querer lavar as mãos.
Só quem não sabia e nem foi informado da rota foram exactamente os que morreram. Quando compramos um bilhete de avião para o nosso destino paradisiaco, a simpática e sorridente senhora que está do outro lado do balcão não nos informa que a rota do avião passa por uma zona de conflito onde de vez em quando aviões são abatidos e se pretende na mesma comprar o bilhete ou escolher uma companhia que seja mais cuidadosa com a sua segurança, embora cobrando mais um pouco.
Se tivessem informado os passageiros das opções disponíveis, se calhar a maioria estaria viva hoje.
Agora a indignação é pela recuperação dos cadáveres e quem terá abatido o avião. Se um décimo desta preocupação tivesse sido usada, antes do avião ter levantado voo, hoje não teriamos tantas famílias destroçadas.
Para finalizar, mais uma consideração, se os separatistas realmente têm equipamento para abater aviões a grande altitude, agora já não precisam de se preocupar com a aviação civil. Parece que agora e devido a questões de segurança, o espaço aéreo ucraniano está interdito.
Exatamente o que pensei quando ouvi a noticia pela primeira vez.
ResponderEliminarComo é que é possivel o espaço aereo estar aberto a voos comerciais?
Para mim, essas entidades e a Malasyan Airlines são os verdadeiros culpados.
Um pouco para reforçar este artigo, adiciono algo sobre o assunto:
ResponderEliminarAirlines to push for independent guidance on airspace safety after Ukraine crash
MONTREAL/TORONTO (Reuters) - Global airlines will push to get "neutral information" on whether to use or avoid airspace over conflict zones at Tuesday's meeting of the U.N. aviation agency and other airline bodies, a European-based airline industry source said.
The U.N. agency, the International Civil Aviation Organization (ICAO), has invited the heads of the airline industry, airports and the world's air traffic control networks to the Montreal meeting to discuss what needs to be changed to ensure that airliners are flying in secure airspace after the downing of a Malaysian airliner over Ukraine on July 17 took 298 lives.
The meeting is likely to hear calls for wider international powers to intervene when a country fails to monitor threats to its airspace. The Malaysia Airlines crash occurred after Ukraine left open air corridors that lay within the range of the missile blamed for destroying the jet...
http://news.yahoo.com/airlines-push-independent-guidance-airspace-safety-ukraine-crash-220312515.html
É claro que a Ucrânia não devia ter o seu espaço aéreo aberto, é claro que algo tem que ser mudado, para que não se repita.